Eletrobras corta custos e busca investir mais em energia renovável após a privatização

Desde que foi privatizada em junho, a Eletrobras vem dando seus primeiros passos em cortes de custos, renegociação de passivos e saída de sociedades ineficientes. O plano vem sendo liderado por Wilson Ferreira Júnior, que voltou em setembro ao comando da maior companhia do setor de energia elétrica da América Latina, responsável por 23% da capacidade instalada de geração do Brasil e por 39% das linhas de transmissão, com cerca de 68,7 mil quilômetros de extensão. Ferreira Júnior, atualmente, está desenvolvendo um novo plano estratégico para a empresa, em discussão com o Conselho de Administração. A ideia é apresentar as novas metas no primeiro trimestre de 2023 ao mercado. Hoje, a Eletrobras comanda quatro subsidiárias e tem participação direta e indireta em 75 Sociedades de Propósito Específico (SPE). A estratégia é se desfazer de parte delas. Há um potencial de venda e arrecadação de cerca de R$ 4,4 bilhões, de acordo com estimativas do mercado. Outra iniciativa em estudo é acelerar o investimento em energias renováveis, o que ele já vinha estimulando na Vibra, com ações em energia solar e eletrificação. Uma das primeiras medidas conduzidas por Ferreira Júnior foi a criação em novembro de novo Plano de Demissão Voluntária (PDV), com 2.312 empregados elegíveis, o primeiro desde a capitalização da companhia. Mais de 50% já aderiram. Com custo estimado em R$ 1 bilhão, o plano será simultaneamente implantado na holding e em subsidiárias, como Eletrosul, Chesf, Eletronorte e Furnas. O objetivo é atrair funcionários já aposentados ou que estejam em vias de se aposentar até 30 de abril de 2023. (O Globo – 28.12.2022)