Brasil aposta no hidrogênio de baixo carbono, mas setor enfrenta entraves regulatórios e logísticos

O mercado brasileiro de hidrogênio de baixo carbono tem grande potencial, com R$ 200 bilhões anunciados em 20 projetos e projeções que indicam capacidade de suprir até 5% da demanda global até 2040. Contudo, o setor ainda engatinha: poucos projetos saíram do papel e os que existem estão em fase piloto. O avanço depende da consolidação do marco legal, sancionado apenas em 2024, e da superação de desafios como maturidade tecnológica, infraestrutura para transporte e armazenamento, certificação do combustível e acesso a financiamento competitivo. A disponibilidade de energia renovável, essencial para o hidrogênio verde, esbarra em gargalos de transmissão, como os enfrentados por projetos no porto do Pecém (CE), que tiveram pedidos de conexão à rede negados pelo ONS. Além disso, empresas enfrentam dificuldades para garantir contratos de venda (offtake), fundamentais para viabilizar investimentos. Enquanto iniciativas como as do Porto do Açu sinalizam avanço, o sucesso da transição depende de regulamentação ágil e planejamento integrado entre governo, reguladores e investidores. (Valor Econômico – 30.05.2025)