Governo do PR planeja privatização da Copel para o 2º semestre de 2023

A Copel ditou o ritmo do mercado na última semana. A decisão do governo do Paraná de vender parte substancial do capital da companhia, anunciada na segunda-feira (21), foi seguida pela aprovação da Assembleia Legislativa do Estado dois dias depois. O presidente da empresa, Daniel Slaviero, revelou, na sexta-feira, que o plano é concluir a operação no segundo semestre de 2023. Nesta semana, começam as negociações com o BNDES, também acionista, para avaliar a possibilidade de venda conjunta. A base da operação, como foi anunciado, é uma oferta secundária. Mas não está descartada uma operação casada, com oferta primária e secundária de ações. ”O arcabouço jurídico que a gente copiou foi inspirado na Eletrobras, de true corporation com umas travas para manter o controle disperso e o acréscimo da golden share para desinvestimentos em distribuição. Em relação a uma eventual oportunidade de fazer (oferta) primária para a companhia, para alguns investimentos ou mesmo para pagar o bônus de outorga de Foz do Areia, de R$ 1,830 bilhão, vamos analisar a partir de agora. Não temos ainda opinião formada sobre isso”, explica o executivo. No BNDES, a informação é que a instituição ainda não foi procurada para uma eventual orientação na modelagem da operação. O BNDES seria o caminho natural para a execução do modelo da oferta pública, que necessita de uma série de cuidados por ser um ativo do governo. O principal objetivo da operação é manter a competitividade da companhia, preservando seus ativos de geração. Leia-se aí, principalmente, preservar 100% da usina de Foz do Areia. De acordo com a Lei 9074/95, o prazo do contrato entre União e Copel para o uso da hidrelétrica, com capacidade de geração de 1,67 gigawatts de energia, se encerra no ano que vem. A mudança da natureza jurídica da Copel, transformada em corporação, ou seja, companhia pública de capital pulverizado, invalidaria a regra, pela interpretação jurídica do governo do Paraná. Esta seria, portanto, a primeira renovação da “nova” Copel. (O Estado de São Paulo – 27.11.2022)