Com a autorização para atuar como agente comercializador de energia, a Eletrobras está apostando forte nessa atividade. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 12 de julho, o CEO da empresa, Wilson Ferreira Junior, salientou que a holding até então não fazia operações de compra e venda, o que a excluía da possibilidade de ter um resultado operacional que a permitisse usar créditos fiscais. Segundo ele, a comercialização poderá absorver cerca de R$ 4 bilhões dessa créditos em dez anos. Ainda segundo ele, as subsidiárias possuem um nome forte no mercado, com presença regional forte. Aliando isso a estratégias de risco e criação de produtos estruturados, potencializa as vendas de energia. “Antes as empresas vinham até nós, agora nós é que estamos indo, montando equipes de vendas na empresas para poder fazer isso de forma organizada”, explica. A ex-estatal olha para a abertura de mercado, que trará no ano que vem mais 100 mil clientes. Para o executivo, haverá uma disputa por esses consumidores, que são menores mas não devem ser considerados pequenos, uma vez que poderão equivaler a 15% de volume de vendas brasileiras. “Faz muito sentido ter estratégia de marketing, B2B, B2C, proximidade com consumidores e bons produtos, a companhia está se estruturando para isso”, avisa. Com foco no cliente de grande porte (corporate) a empresa está usando armas para fechar contratos, como oferecer prazos e flexibilidade, além de usar inteligência de mercado e artificial para identificar clientes representativos que podem agregar. O grupo B também está nos planos da Eletrobras. Ferreira Junior conta com a abertura total em 2026, como previsto no Projeto de Lei 414. Para isso, seriam necessárias outras ferramentas de aproximação, como plataformas de negociação, mais digitalização e customização de produtos. Segundo ele, a abertura para esse público, de mais de 80 milhões de clientes, deverá ser gradual. (CanalEnergia – 12.07.2023)