O crescimento da oferta acima do ritmo da demanda e o grande número de projetos lançados nos últimos anos baratearam o custo da energia solar. Com os preços de leilões abaixo do necessário para viabilizar projetos, os desenvolvedores buscaram o mercado livre com foco em arranjos com grandes consumidores. Entre eles, PPAs ou de autoprodução, neste caso com participação societária ou em consórcio para redução de encargos como a CDE, destinada a apoiar o setor. A queda no preço dos equipamentos também ajudou e já voltou ao patamar pré-covid, inclusive por conta do câmbio favorável. Já o preço da energia nos leilões no mercado regulado despencou de US$ 103 por MWh, em 2013, para US$ 17,62, em 2019. O último leilão de 2022 fechou em US$ 32,34. Com isso, projetos com construção ainda não iniciada, mais de 100 GW, perderam capacidade de alavancar investimentos. Parte deles deve aproveitar anistia da Aneel a projetos de renováveis com outorga de geração, que assinaram contratos de uso do sistema de transmissão (Cust), mas não entraram em operação comercial e, agora, podem rescindir outorga e Cust sem multas. (Valor Econômico – 24.07.2023)