A Eletrobras vê espaço para ser ressarcida caso seja obrigada a honrar com os financiamentos da usina nuclear Angra 3 numa eventual desistência da implantação da central. A companhia, porém, trabalha com o cenário de que a usina será concluída e avalia que a continuidade das obras não depende de inclui-la no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A empresa é a garantidora dos financiamentos junto ao BNDES e à Caixa Econômica Federal, da ordem de R$ 6 bilhões. Porém, segundo Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras, a empresa só seria acionada para honrar a dívida para a construção de Angra 3 caso a Eletronuclear, dona da usina, não pudesse cumprir com os pagamentos. Porém, conforme destacou o vice-presidente de regulação e relações institucionais da Eletrobras, Rodrigo Limp, a companhia não é o devedor principal, e sim a Eletronuclear, controlada pela estatal ENBpar. Com a privatização, a Eletronuclear foi transferida para a ENBpar pois a atividade nuclear é monopólio da União. A Eletrobras, como parte do processo de privatização, fez um aporte de cerca de R$ 3,5 bilhões na Eletronuclear, ficando com 36% de participação na estatal de energia nuclear. Para Limp, a empresa entende que poderia buscar, posteriormente, o ressarcimento dos recursos após aportar as garantias. (Valor Econômico – 10.08.2023)