O grupo Light, em recuperação judicial com dívida de R$ 11 bilhões, sofreu uma derrota na semana passada em discussão travada com a área técnica da Aneel. Técnicos do órgão regulador emitiram parecer contrário à medida que poderia trazer alívio de caixa à sua distribuidora, que fornece energia à região metropolitana do Rio. No processo administrativo, a distribuidora pede a revisão dos índices de “perdas não técnicas”, causados principalmente pelo furto de energia em sua área de concessão. O pleito junto à Aneel é apontado como medida capaz de reforçar o caixa da Light no médio prazo, no horizonte de quatro anos. Uma decisão favorável poderia melhorar as condições de negociação das dívidas com credores e preparar terreno para iniciar as tratativas com o governo federal para buscar a prorrogação do contrato de concessão. No processo, a Light quer acessar mais R$ 2,3 bilhões para reforçar o caixa. A receita adicional seria reconhecida no cálculo dos reajustes tarifários entre 2023 e 2026, com efeito retroativo à apuração de perdas em 2022. Para os técnicos da agência, a Light tem direito a apenas R$ 488,4 milhões do ciclo 2022-2026. (Valor Econômico – 25.09.2023)