Os preços da energia convencional e incentivada no Brasil estão em alta devido ao clima seco e quente, com chuvas abaixo do esperado e ondas de calor. De acordo com a consultoria Dcide, o valor do megawatt-hora (MWh) incentivado, com desconto na tarifa de transmissão, subiu quase 30% na última semana, enquanto o índice trimestral para a energia convencional, que agrega os produtos de setembro a novembro, chegou a R$ 279,75 por MWh, um aumento de 34,01% em relação à semana anterior. Em um mês, o índice mais que dobrou, com alta de 101,32%, e em um ano, a valorização é de 299,13%. Na fonte incentivada, o índice trimestral foi medido em R$ 311,89 por MWh, elevação de 29,91% frente a semana passada e de 80,91% em um mês. Na comparação anual, o aumento é de 206,38%. Os reservatórios das hidrelétricas já não estão em níveis confortáveis e a carga, principalmente na ponta, está mais estressada, de acordo com Henrique Felizatti, sócio da Dcide. Embora o país tenha capacidade de geração suficiente para atender à demanda, nem sempre há escoamento, levando a cortes na produção de usinas eólicas e solares no Nordeste. Além disso, o período seco está com chuvas ainda mais escassas que o normal, o que reduziu a folga de armazenamento nas hidrelétricas. A incerteza sobre o início do próximo período úmido levou os preços para outubro ao pico de quase R$ 350 por MWh, segundo Felizatti. Os valores se referem ao subsistema Sudeste/Centro-Oeste, principal centro de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN). (Broadcast Energia – 29.08.2024)