O setor de energia solar e eólica no Brasil enfrenta sérios prejuízos devido ao curtailment — cortes de geração ordenados pelo ONS para evitar sobrecargas na frágil infraestrutura de transmissão. Em 2024, mais de 14,6 TWh deixaram de ser gerados, gerando perdas superiores a R$ 1,6 bilhão para 1.445 usinas, principalmente no Nordeste. A falta de investimentos em linhas de transmissão e armazenamento é apontada como a principal causa, revelando falhas de planejamento. A priorização do corte de fontes renováveis, mais fáceis de desligar que térmicas, gerou insatisfação no setor e levou associações como ABEEólica e Absolar a buscarem ressarcimento na Justiça, com decisões conflitantes entre TRF-1 e STJ. A insegurança jurídica e os riscos de receita afugentam investidores e ameaçam a expansão futura. Especialistas defendem revisão no modelo de leilões, incentivo à descentralização e investimento urgente em transmissão e armazenamento. O MME afirma que já destinou mais de R$ 60 bilhões a obras e que novas medidas estão sendo discutidas por um grupo de trabalho intersetorial. (Valor Econômico – 30.05.2025)