A Petrobras recebeu em Varsóvia, na Polônia, uma premiação inédita na América Latina pela contribuição da companhia ao desenvolvimento da tecnologia de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês), e já se prepara para dar o próximo passo, com o “hub” de captura e armazenamento geológico de CO2 (CCS, na sigla em inglês), em parceria com outras empresas. A ideia é fazer o sequestro do carbono a partir de locais de captura em instalações industriais, para atender não apenas as necessidades da empresa, “mas do País como um todo”, segundo o presidente da estatal, Jean Paul Prates. O prêmio foi concedido pelo Fórum de Lideranças em Sequestro de Carbono (CSLF, na sigla em inglês), organismo multilateral coordenado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, com participação em nível ministerial de 25 países e da Comissão Europeia. O projeto piloto vai contribuir não apenas para testar tecnicamente as soluções de CCS, mas para ajudar a construir um arcabouço regulatório que fomente este tipo de iniciativa. A regulação é um dos principais desafios para o desenvolvimento de CCS no Brasil, assim como a busca por aquíferos salinos com capacidade de armazenar grandes volumes de CO2. Desde o início do projeto CCUS, que começou como um piloto no campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, a Petrobras já reinjetou 40,8 milhões de toneladas de CO2 nos reservatórios. A meta é ampliar a capacidade anual de reinjeção e alcançar a marca de 80 milhões de toneladas de CO2 reinjetados até 2025, o dobro do que a meta anterior da estatal. A tecnologia de CCUS engloba a separação do CO2 e do gás natural, e a posterior reinjeção do CO2 no reservatório de onde saiu, onde fica armazenado. A reinjeção foi uma solução encontrada pela companhia para atender ao compromisso de não ventilar para a atmosfera o CO2 que está presente no gás natural. Além de reduzir as emissões – cerca de 40% menos emissões na produção do que a média da indústria petrolífera mundial -, a reinjeção é associada à recuperação avançada de petróleo (EOR, “enhanced oil recovery”). Atualmente, todas as 21 plataformas que operam no pré-sal da Bacia de Santos são equipadas com o CCUS-EOR. (Broadcast Energia – 16.06.2023)