Aumenta entre os especialistas a aposta no hidrogênio verde como combustível do futuro. Pelo seu alto potencial na redução das emissões, será, para eles, a solução para uma economia ambientalmente limpa, especialmente em setores de descarbonização difícil, como a siderurgia, a indústria química e a mineração. A proposta consiste em usar a energia renovável excedente, inclusive a hidrelétrica ou a obtida por biomassa, no processo de eletrólise que, por sua vez, vai produzir hidrogênio, este sim, combustível que pode ser armazenado. Carlos Martinez, professor do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, explica que a tecnologia, ainda em desenvolvimento, tem ganhado destaque por desempenhar papel de vetor energético flexível na transição energética. Pelas condições favoráveis para a produção de energia renovável, o Brasil pode tornar-se grande player na produção e na exportação de hidrogênio verde. Otimismo à parte, o hidrogênio verde ainda enfrenta gargalos que podem comprometer o seu desenvolvimento. Um deles, como aponta Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), é sua ainda baixa viabilidade econômica em grandes escalas. Outro é o transporte, Duna Uribe, diretora comercial do Complexo do Pecém, reforça que o transporte do hidrogênio verde é “um ponto importante que precisa ser estudado durante a viabilidade do processo de desenvolvimento da tecnologia”, mas aponta para possíveis soluções no curto prazo. (O Estado de São Paulo – 29.07.2021)