Entre as várias oportunidades para o Brasil avançar sobre a fronteira do hidrogênio verde, considerada a bola da vez dos investimentos globais, o armazenamento de energia pode ser uma alternativa para ser adotada mais rapidamente, com ótimos retornos e sem demandar ajustes regulatórios. Para Carlos Augusto Brandão, presidente da Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia (Abaque), a oportunidade está em utilizar o excedente noturno da geração eólica de parques no Nordeste para produzir hidrogênio, ou ainda o de usinas solares durante o dia, na mesma região e ainda no Norte de Minas ou no Centro-Oeste. Segundo Brandão, o conceito seria o de usinas híbridas, com eólicas ou solares sendo complementadas pela nova fonte. O gás hidrogênio armazenado, comprimido em tanques, pode gerar eletricidade, por turbinas de combustão ou células de combustível, que seria despachada a mais durante o dia à rede, no caso das eólicas, e para dentro do horário de ponta, no caso das solares. A solução também diminuiria a grande variabilidade das fontes renováveis que afeta a operação da transmissão da energia do Nordeste para o Sudeste. (Brasil Energia – 11.08.2021)