A Petrobras divulgou na última quarta-feira, 30, o seu o Plano Estratégico para o período 2023-2027, que trouxe, às vésperas de um novo governo, o primeiro investimento significativo na produção de biocombustíveis da empresa no País. Do total de US$ 78 bilhões anunciado para o quinquênio, 15% a mais do que no período anterior (2022-2026), US$ 600 milhões serão direcionados para o programa de biorrefino. A maior parte será investida na construção de uma biorrefinaria em Cubatão (SP), no mesmo local da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), com previsão de começar a operar em 2028, informou a estatal ao Estadão/Broadcast. A expectativa com o novo Plano deu um gás nas ações da estatal, que vinham caindo junto com o preço do petróleo e o temor com mudanças na remuneração dos acionistas com a troca de gestão. Durante o governo Bolsonaro, a empresa distribuiu os maiores dividendos da sua história. Somente este ano, quando se classificou como a terceira maior pagadora de dividendos do mundo, os acionistas, entre eles a União, vão receber quase R$ 180 bilhões. Em plena transição de governo, o Plano será revisto pela nova equipe, que pediu sem sucesso o adiamento da divulgação à atual direção da petroleira, já que será a nova gestão que terá que executar as diretrizes. De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho de Minas e Energia da transição de governo, Maurício Tolmasquim, a nova presidência da Petrobras vai analisar o Plano e ver se está de acordo com sua visão para a empresa. (O Estado de São Paulo – 01.12.2022)