Uma nova commodity e peça chave para a descarbonização da economia. Os termos usados para qualificar o chamado Hidrogênio Verde (H2V) revelam a grande expectativa que se criou nos últimos anos com a versão “limpa” desse elemento químico. “Existe um compromisso de descarbonização da economia que será favorecido pela eletrificação dos automóveis e instalações a partir da geração eólica e solar”, afirmou o economista Amaro Pereira, coordenador do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ. Um estudo do BCG afirma que o H2V está sendo visto por investidores institucionais como “oportunidade de investimento lucrativo” por seu “papel fundamental” na descarbonização daquelas indústrias cujas emissões são difíceis de reduzir. O estudo do BCG projeta que, para atingir as metas mundiais de descarbonização definidas no Acordo de Paris, os investimentos globais em produção e transporte de H2V devem atingir US$ 12 trilhões entre 2025 e 2050. Este seria o valor necessário para atender a demanda estimada, que deve subir dos atuais 94 milhões de toneladas para algo entre 350 milhões e 530 milhões de toneladas em 2050. O futuro é promissor e o Brasil está bem posicionado por sua capacidade de geração de energias renováveis que poderão impulsionar a produção de H2V. O estudo do BCG afirma que o país tem potencial para produzir 15 milhões de toneladas de H2V, assumindo assim o protagonismo no mercado, tanto para atender a transição energética da indústria e transporte locais, como para exportação. (Valor Econômico – 05.06.2023)