A novela sobre a inclusão de energia solar na MP que recriou o programa Minha Casa, Minha Vida ganhou um novo capítulo. Agora o Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel), uma das entidades que teve participação na inclusão de emendas que preveem painéis solares na MP, questiona a metodologia da Aneel sobre um potencial de impacto anual de R$ 1 bilhão na conta de luz dos demais brasileiros via aumentos nas tarifas. O vice-secretário de Energia Solar Inel, Tássio Barboza, rebate o argumento de que isso cria uma reserva de mercado e que trata custos aos brasileiros e afirma que a agência já errou em muitas projeções. O executivo ataca também a Abrade, associação que representa as distribuidoras, que, segundo ele, possuem monopólios de distribuição de energia, e que fazem parte de grupos econômicos que vendem energia incentivada, ou seja, subsidiada. “O que estamos propondo é que os mais pobres também possam vender energia a um valor justo e as distribuidoras são as naturais compradoras. Elas não têm o direito [de escolher se podem comprar ou não], hoje elas compram por leilão no preço mais baixo. Então que se coloque o preço justo também considerando que essa energia estará sendo gerada em pontos de grande consumo”, diz Barboza. Ele acrescenta que não é possível se falar em “prejuízos” aos demais consumidores sem que a Aneel disponibilize os cálculos. (Valor Econômico – 23.06.2023)