Um grupo de dez grandes empresas interessadas no desenvolvimento de indústria de hidrogênio verde no Brasil (H2V) criou uma associação com objetivo de acelerar o debate em torno do marco regulatório para o setor. “O Brasil precisa passar uma mensagem mais clara e direta para entrar na competição global. Precisamos de um empurrão para sair da inércia”, afirma Luis Viga, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV). Segundo Viga, o Brasil tem condições “muito competitivas” para desenvolvimento do setor de H2V, por conta da matriz energética limpa, mas outros países estão agindo mais incisivamente para atrair os investidores. Os Estados Unidos já anunciaram que vão subsidiar até U$ 3 na produção de um quilograma de H2V, cujo preço é estimado entre Us$ 4 e U$ 5. A ideia do governo americano é que a cadeia de energia verde promova uma reindustrialização do país. Viga afirma que os primeiros investidores no mercado de H2V assumirão um risco maior e, portanto, é crucial uma mobilização do governo brasileiro para reduzir alguns entraves. Um dos gargalos, aponta o executivo, é a elevada oneração da energia no consumo. Além disso, diz, é necessário estabelecer segurança jurídica e esclarecer as regras no país para atrair bancos de fora para financiar os projetos, reduzindo a dependência dos brasileiros BNB e BNDES. A ABIHV tem expectativa de que, até o fim do ano, o marco regulatório para a indústria de H2V seja apresentado pelo governo. (Valor Econômico – 07.08.2023)