A possível autorização para que o Paraguai venda parte de sua energia produzida em Itaipu no mercado livre de energia (ACL) brasileiro não preocupa as principais geradoras brasileiras. Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Engie, Eduardo Takamori, a medida vai ao encontro da proposta de integração energética na América do Sul, permitindo que as geradoras brasileiras vendam energia em outros mercados. Ele destacou que a hidrelétrica binacional é mais antiga e tende a ter um custo operacional maior do que outras usinas, mas se estiver competindo em condições de igualdade, não preocupa. O presidente da Auren Energia, Fabio Zanfelice, minimizou qualquer preocupação com a eventual venda do “excedente de Itaipu” e a classificou como um potencial novo player no mercado. Ele lembrou que o modelo de formação de preço de energia no Brasil é baseado em modelos computacionais, com um “preço de última instância”, o chamado Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que sofre mais influência do cenário hidrológico do que de eventual volume de energia descontratada. A sobreoferta estrutural de energia no Brasil tem levado os preços futuros da energia praticados no mercado livre a ficarem mais baixos do que o custo marginal de expansão, o que tem feito as companhias segurarem investimentos em novos projetos de usinas renováveis. (Broadcast Energia – 08.05.2024)