De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), as indústrias brasileiras adquirem 92% de toda a eletricidade que consomem no mercado livre de energia. A estratégia é utilizada com o objetivo de garantir preços mais baixos na compra de energia elétrica e maior previsibilidade quanto à evolução dos reajustes. O setor industrial, em especial os segmentos eletrointensivos, foi o primeiro a buscar o ambiente de comercialização livre (ACL) como alternativa de suprimento. Inicialmente, as regras de funcionamento do mercado livre limitavam às grandes indústrias a possibilidade de adesão, já que somente consumidores com carga superior a 3 megawatts (MW) poderiam atuar no ACL. Com o tempo, as regras foram mudando e atualmente qualquer consumidor atendido em alta tensão, independentemente da demanda, pode atuar no mercado livre. Isso tem impulsionado o aumento da participação de outros setores econômicos, como o comércio, que já compra 39% de toda a eletricidade que consome no ACL. Segundo o levantamento da Abraceel, atualmente 51.389 unidades consumidoras são atendidas no mercado livre, um aumento de 16,2 mil unidades, ou 46%, nos últimos 12 meses. O impulso veio justamente da liberação, a partir de janeiro deste ano, para que qualquer consumidor no Grupo A (alta tensão) possa aderir ao mercado livre. Antes, apenas aqueles com demanda superior a 500 kilowatts (kW) poderiam exercer essa opção. A Abraceel afirma que há cerca de 151 mil consumidores aptos a migrar ao ACL, mas que seguem no mercado cativo, atendido pelas distribuidoras. A expectativa é que cada vez mais empresas optem pelo mercado livre de energia, buscando uma maior previsibilidade de custos e a possibilidade de negociar valores com fornecedores. (Broadcast Energia – 22.09.2024)