Os efeitos da mudança climática no Brasil têm impactado severamente o abastecimento de energia elétrica, embora, até o momento, não haja risco imediato de uma crise como as enfrentadas em estiagens anteriores. O principal desafio é a gestão da oferta de energia nas horas de pico, especialmente no início da noite, onde a demanda aumenta consideravelmente. Especialistas alertam que, apesar de propostas emergenciais como a volta do horário de verão, as soluções necessárias estão atrasadas e correm o risco de levar à contratação excessiva de termelétricas caras e desnecessárias, prejudicando a matriz energética limpa do país. A pressão sobre o sistema elétrico é exacerbada pelo vencimento de contratos de térmicas e pela necessidade de adaptação a um modelo que considere as crescentes contribuições de fontes renováveis, como a energia solar, que, apesar de seu crescimento, apresenta desafios de intermitência. A falta de planejamento e a oscilação dos preços de energia estão criando incertezas financeiras, principalmente para empresas que dependem de energia solar. (Folha de São Paulo – 22.09.2024)