Nos últimos 20 anos, a matriz elétrica brasileira se diversificou, com um aumento significativo na geração de energia solar e eólica, reduzindo a dependência de hidrelétricas, que agora representam cerca de metade da produção total. Apesar desse avanço, a complexidade da operação e do planejamento do sistema elétrico aumentou, especialmente na transmissão de energia do Nordeste, rico em recursos renováveis, para o Sudeste, o maior centro consumidor. A variabilidade das fontes renováveis apresenta desafios à segurança e confiabilidade do suprimento, principalmente durante picos de demanda. Para equilibrar oferta e demanda, o sistema elétrico deve contar com uma capacidade instalada superior à necessária, valorizando a flexibilidade das usinas hidrelétricas e térmicas como “baterias” que podem responder rapidamente às oscilações de geração. A recente expansão da infraestrutura de transmissão, com leilões bilionários, é essencial para fortalecer a interligação entre as regiões, aproveitando ao máximo o potencial das fontes renováveis, especialmente no Nordeste, onde a geração eólica é altamente competitiva. (Valor Econômico – 30.09.2024)