O termo “curtailment”, que se refere aos cortes de geração de energia em usinas solares e eólicas devido à falta de demanda, tem gerado preocupações no setor de crédito privado, impactando negativamente as finanças dessas usinas. Até outubro de 2024, as perdas estimadas com o curtailment no Brasil alcançaram R$ 1,7 bilhão, com uma redução de 14% na geração de energia renovável no terceiro trimestre. Gestores de fundos de infraestrutura, como BTG Pactual, JiveMauá e Kinea, estão evitando exposição a projetos vulneráveis a esse fenômeno, especialmente as usinas eólicas, que enfrentam perdas de até 60% de sua receita. O problema é atribuído à rápida expansão da geração solar, que carece de infraestrutura de transmissão adequada, e à falta de soluções de armazenamento de energia. Embora o risco ainda não tenha sido totalmente refletido no mercado de crédito, a preocupação é crescente, e a solução exige tempo, pois a construção de linhas de transmissão e o desenvolvimento de tecnologias de armazenamento são processos demorados. (Valor Econômico – 08.11.2024)