A assinatura da operação bilionária de transferência de controle da Amazonas Energia para o grupo J&F completou um mês. Cerca por incertezas, a conclusão do negócio – que tem 31 de dezembro como limite – não tem um desfecho previsível. A J&F não vê segurança no formato do aval dado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que só liberou a operação após ter sido obrigado por um liminar de primeira instância da Justiça do Amazonas, um instrumento considerado muito frágil para respaldar um negócio dessa dimensão. Caso a transferência não vá adiante, o governo aprecia como alternativa a possibilidade de intervenção, mas o processo poderia trazer custos bilionários para os cofres federais, além de depender de processo da agência reguladora. Paralelamente, as empresas passaram a ser muito complicadas para o negócio, com a Amazonas Energia acionando a ANEEL na Justiça por não ter recebido a totalidade das flexibilizações permitidas por uma Medida Provisória, o que teria feito com que a empresa acumulasse o prejuízo de cerca de R$ 462 milhões. (Folha de São Paulo – 11.11.2024)