La Niña favorecerá geração hídrica, mas atrapalha eólica e solar

A configuração do fenômeno La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento da superfície das águas de parte do Oceano Pacífico, pode ter um impacto significativo na geração de energia no Brasil. De acordo com a consultoria meteorológica Climatempo, o La Niña pode favorecer a geração de energia por fonte hídrica na maior parte do país, mas prejudicar a geração eólica e solar. A previsão é de que, devido ao fenômeno, o cenário de chuvas bem distribuídas por diversas regiões, especialmente na cabeceira da bacia do rio Paraná, deve perdurar por todo o verão, o que contribui para a geração hidrelétrica. No entanto, os ventos menos intensos e a redução de dias de sol prejudicam as fontes renováveis intermitentes. Segundo a meteorologista Marcely Sondermann, especialista em Clima e Mudanças Climáticas da Climatempo, o cenário deve ser próximo ao verificado na primavera de 2024, quando o resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial e a consequente formação da La Niña favoreceram a ocorrência de zonas de convergência de umidade e aumentaram a frequência de chuvas sobre as principais bacias do Sistema Interligado Nacional (SIN), permitindo uma recuperação gradativa dos níveis dos reservatórios. No entanto, esse cenário pode não se estender por todo o país, já que no Sul, as chuvas já começaram a se tornar mais irregulares. A geração de energia renovável tem sido uma prioridade para o Brasil, especialmente à medida que o país tenta reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e sua dependência de combustíveis fósseis. No entanto, a dependência do país em relação à geração hidrelétrica, que representa cerca de 60% da capacidade instalada, torna o país vulnerável a variações climáticas, como períodos de seca prolongados. Portanto, é importante monitorar de perto os efeitos do La Niña na geração de energia no país e considerar medidas adicionais para garantir um fornecimento contínuo de energia elétrica. (Broadcast Energia – 26.01.2025)