Consumidores, geradores de energia eólica e donos de térmicas entram em conflito no Congresso

Consumidores, geradores de energia eólica e donos de térmicas entraram em conflito no Congresso após o veto do presidente Lula aos jabutis do projeto de eólicas offshore. O artigo barrado por Lula prevê a contratação de 8 GW (gigawatts) de energia gerada por usinas térmicas e PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas). No início, ambas estavam juntas para a inclusão do jabuti. Agora, tentam se separar. A Abragel (Associação Brasileira de Geradoras de Energia Limpa) contratou a consultoria Thymos, que demonstrou uma vantagem de R$ 12 bilhões por ano na contratação de 4,9 GW de PCHs. Em contrapartida, os consumidores encomendaram um estudo da PSR, que realizou o trabalho sem os jabutis. O resultado do estudo foi que as térmicas imporiam um custo extra de R$ 155 bilhões aos consumidores, enquanto as PCHs adicionariam R$ 150 bilhões à conta de luz. Para os consumidores, a estratégia das PCHs é argumentar que seu impacto é menor do que o das térmicas, o que é verdade, mas, ainda assim, representa um grande prejuízo para os consumidores, que já enfrentaram um aumento de 16% no custo da energia em fevereiro. (Folha de São Paulo – 16.03.2025)