A Aneel aposta em arbitragem na Justiça para pacificar embate com a concessionária responsável pela construção da linha de transmissão Manaus-Boa Vista e, assim, viabilizar a retomada das obras. Ontem, 13, o diretor-geral da agência, André Pepitone, reconheceu que a alteração do orçamento original está no centro do embate com os responsáveis pela obra. A Transnorte Energia (TNE) – 51% da Alupar e 49% da Eletronorte – alega ter direito a receber R$ 1 bilhão a mais para colocar o projeto em operação. A linha está atrasada há cinco anos por dificuldade no licenciamento ambiental. O pleito de aumento de custos foi apresentado à Aneel. Se for atendido, a construção da linha aumentaria de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,6 bilhões. A linha é importante para ligar Roraima ao SIN. O principal impasse do licenciamento envolve a passagem da linha por cerca de 125 quilômetros das terras indígenas Wamiri-Atroari. Na audiência, Pepitone explicou que a revisão do valor chegou à agência com o pedido da TNE de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Para realizar os investimentos, a concessionária pediu que a RAP, paga a partir do primeiro ano de operação, fosse elevada de R$ 183 milhões para R$ 396 milhões, com prazo remanescente de prestação do serviço de 27 anos. (Valor Econômico – 14.04.2021)