Rede elétrica subterrânea avança pouco no Brasil devido a custos e entraves regulatórios

Apesar dos altos investimentos das distribuidoras de energia elétrica brasileiras em modernização tecnológica, o enterramento de redes elétricas segue sendo uma prática marginal no país. Segundo especialistas, como o advogado Marcello Rodante, apenas 0,4% da rede de distribuição nacional é subterrânea, concentrada em áreas centrais e de alto padrão, principalmente em cidades como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. O principal entrave é o custo elevado: enquanto um quilômetro de rede aérea custa até R$ 70 mil, o subterrâneo pode ultrapassar R$ 800 mil. Um projeto de enterramento total na região central de São Paulo, por exemplo, foi orçado em R$ 20 bilhões. Embora o compartilhamento de custos entre setores, como telecomunicações e saneamento, seja sugerido como alternativa, a complexidade regulatória e técnica inviabiliza essa integração por ora. Além disso, a Abradee questiona a resiliência das redes subterrâneas frente a eventos como inundações e defende que o investimento atual deve focar na modernização das redes aéreas e no manejo de árvores para minimizar danos durante tempestades. (Valor Econômico – 30.05.2025)