Com aporte da Eletrobras, Governo tenta conter tarifa de conta de luz para 2022

Depois de anunciar a criação de uma nova bandeira tarifária em decorrência da crise hídrica, que vai fazer as contas de luz subirem quase 7% em média neste ano, o governo tenta agora conter as altas das tarifas de energia em 2022. O uso de recursos da privatização da Eletrobras é uma das saídas que o governo está contando no ano eleitoral. Na noite desta terça-feira, o governo decidiu antecipar parte dos recursos que a Eletrobras precisará aportar nas contas de luz, como parte de seu processo de privatização. A empresa, após privatizada, precisará injetar R$ 5 bilhões na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um super fundo que banca as políticas setoriais. Isso deve representar um alívio de 4% nas tarifas no próximo ano. Mas a equação final para saber o quanto a conta de luz vai aumentar em 2022 não é simples. Fatores como a alta do dólar, a permanência de uma geração de energia por usinas termelétricas (que são mais caras e poluentes) e a correção de alguns contratos de geração de energia pelo IGP-M vão ajudar a pressionar as tarifas finais em 2022. O IGP-M acumula alta de 31,1% em 12 meses, bem maior do que o IPCA (índice oficial de preços), que está em 8,99% em um ano. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já fez uma conta de que, sem medidas, as tarifas subirão em média 16% no próximo ano, isso sem contar os fatores das bandeiras tarifárias. O governo tenta agora fazer esse número cair para um dígito. (O Globo – 01.09.2021)