Crise hídrica não vai se resolver em dezembro, muito menos em abril de 2022, diz ministro de Minas e Energia

No oitavo andar do Ministério de Minas e Energia (MME), o ar-condicionado está desligado e várias luzes estão apagadas. É o retrato de uma crise que se desenha desde o ano passado e que faz com que o ministro Bento Albuquerque precise responder diariamente a pergunta: vinte anos depois, o Brasil voltará a enfrentar racionamento de energia? A resposta de “hoje” é não, mas com a ressalva de que “o monitoramento é permanente”. Albuquerque diz que o presidente Jair Bolsonaro foi informado do risco de crise hídrica desde outubro do ano passado, quando fez uma apresentação em Power Point junto com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, e com Rodrigo Limp, ex-secretário de Energia do MME e atual presidente da Eletrobras. Segundo o ministro, partiu do presidente a sugestão de criar uma campanha para incentivar a redução do consumo. A previsão é gastar R$ 120 milhões em comerciais na televisão, rádio e internet.Para Albuquerque,  a crise hídrica não vai ter um ponto final em 2021. O nível dos reservatórios baixará ainda mais até dezembro, quando começa o período úmido, que segue até abril. “Evidentemente, nós não estamos preocupados só com 2021. Mas também com 2022, 2023, 2024. Porque os nossos reservatórios estão em níveis baixos e ficarão ainda mais baixos até o fim do ano. As coisas não vão se resolver em dezembro, muito menos em abril de 2022”, afirmou o mesmo. (O Globo – 06.09.2021)