A Comissão de Infraestrutura do Senado Federal aprovou, na quarta-feira (31/10), por unanimidade, o projeto de lei do Senado (PLS) 209/2015 que estabelece multa para as distribuidoras de energia elétrica que interromperem o serviço por motivos que não sejam falha nas instalações do consumidor ou falta de pagamento. O PLS, que segue para o Plenário, é do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), e tem relatoria do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Para ler o PLS na íntegra, clique aqui. (Agência Senado – 31.10.2018 e Valor Econômico – 01.11.2018)
IECC: nº 16 - 06 de novembro de 2018
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro
Para receber o informativo por email, clique aqui.
Índice
1 Marco Institucional
1.2 PL sobre multa para corte de energia contém solução para risco hidrológico
O relator do projeto de lei do Senado (PLS) 209/2015, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), acolheu três emendas dos senadores que ampliaram o escopo do projeto. Uma das emendas, do senador Wilder Moraes (DEM-GO), propõe mudanças na legislação sobre o chamado risco hidrológico (ou GSF), com a prorrogação das concessões dos geradores de energia elétrica para compensar gastos adicionais nos períodos de pouca chuva. O prazo exato será calculado de acordo com os valores devidos, segundo o projeto. Para ler o PLS na íntegra, clique aqui. (Agência Senado – 31.10.2018 e Valor Econômico – 01.11.2018)
1.3 Plano da Aneel para risco hidrológico é mal recebido
A proposta da Aneel de solução para o GSF (risco hidrológico) foi considerada um retrocesso por agentes do setor. A diretoria estabeleceu um acordo com as empresas mais expostas ao GSF, que prevê a compra de energia de reserva por parte dos agentes para se proteger do risco hidrológico. A discordância reside na resistência da Aneel de ressarcir as geradoras por valores passados, enquanto a proposta de compra de energia também foi mal recebida. A contraproposta dos agentes deve ser apresentada à Aneel na próxima semana. (Valor Econômico – 29.10.2018)
1.4 Governo Bolsonaro mantém MME fora de “super ministério”
O governo de Jair Bolsonaro não irá criar o superministério de infraestrutura, que uniria as pastas de Minas e Energia e Transporte. O presidente optou por manter o MME inalterado, com as três pastas já existentes: Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis; Geologia, Mineração e Transformação Mineral; e energia elétrica. (Brasil Energia – 31.10.2018)
1.5 Dobrar preço de referência de Angra 3 gera discordância entre Ministérios
A posição do MME em optar por dobrar o preço da energia da usina nuclear de Angra 3, de R$ 243/MWh para R$480/MWh, foi contestada pelo Ministério da Fazenda. O Ministério reconheceu a situação financeira da Eletrobras, mas tem certeza de que a estatal é capaz de pagar os financiamentos assumidos junto aos bancos públicos. A Fazenda acredita que a mudança de preços é apenas uma medida paliativa para o curto prazo, que pode impactar negativamente no longo prazo o consumidor, a União e a própria Eletrobras. (O Estado de São Paulo – 31.10.2018)
1.6 FMASE: Bolsonaro vai acelerar licenciamento ambiental de hidrelétricas
O governo do presidente Jair Bolsonaro, vai acelerar o licenciamento ambiental de grandes empreendimentos de energia elétrica, em especial as grandes hidrelétricas, de acordo com o presidente do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico (FMASE), Marcelo Moraes. Para ele, este processo deve ocorrer em concordância com a preocupação ambiental, e com as prerrogativas ambientais necessárias aos projetos. Desta forma, seria possível retomar alguns projetos arquivados por motivos ambientais, como a construção de hidrelétricas com reservatórios. (Valor Econômico – 29.10.2018)
1.7 PDE 2027: Plano sinaliza corte de recursos para geração e transmissão de energia e aumento no setor de petróleo
Em sua última versão, o Plano Decenal de Energia 2027 prevê o aumento nos investimentos em exploração de petróleo e gás no Brasil, enquanto reduz as projeções de investimentos para geração e transmissão de energia elétrica. As atividades extrativistas devem receber entre US$ 365 e 406 bilhões, maior que o valor previamente estabelecido de US$ 280 e 300 bilhões, no PDE 2026. Já a geração e transmissão de energia sofreram cortes para US$ 156 bilhões e US$ 108 bilhões, em comparação com o valor anterior de 174,5 bilhões e 119 bilhões. Para ler o PDE 2027 na íntegra, clique aqui. (Reuters – 26.10.2018)
2 Regulação
2.1 Aneel: Bandeira tarifária passará do patamar vermelho para o amarelo em novembro
Após cinco meses seguidos na bandeira vermelha, a Aneel anunciou que a bandeira tarifária para o mês de novembro passará a ser amarela. Com a decisão, a taxa extra cai de R$ 5 para R$1 para cada 100 KWh consumidos. A queda do preço da energia se deve ao aumento das chuvas no período. (G1 – 26.10.2018)
3 Empresas
3.1 Eletrobras pode assumir passivo de R$3 bi para vender Amazonas Distribuidora
O governo está em negociação com a Eletrobras, para que a estatal assuma o passivo de R$ 3 bilhões, referentes à compra de combustíveis para viabilizar a privatização da distribuidora ainda este ano. Esta alternativa possibilitaria a venda da empresa sem a necessidade de mudanças legislativas. A venda das distribuidoras é a prioridade do governo, que busca também remover os entraves jurídicos da venda da distribuidora do Alagoas, a Ceal. (Reuters – 30.10.2018)
4 Oferta e Demanda de Energia Elétrica
4.1 Consumo de energia cresce 0,3% em setembro
O consumo de eletricidade variou 0,3% no mês de setembro, de acordo com projeções da EPE, totalizando 39.080 GWh. Entre as regiões, houve um aumento no Nordeste (2,9%) e no Sudeste (1,5%) enquanto as demais regiões observaram uma queda no consumo de energia. A classe industrial também foi a única que cresceu durante este período, com alta de 1,2%. Já o mercado cativo de distribuidoras caiu 2,1% enquanto o livre aumentou 5,2% neste mês. (EPE – 30.10.2018)
5 Inovação
5.1 CPqD e PHB Eletrônica desenvolvem rede de eletropostos com tecnologia brasileira
O CPqD em parceria com a PHB Eletrônica está desenvolvendo um projeto para criação de uma rede de recarga de veículos elétricos, com tecnologia totalmente brasileira. O projeto tem financiamento por parte do BNDES, de R$3,4 milhões. O projeto entende a necessidade de implementação de postos de recarga de veículos elétricos, como um requisito para a disseminação da tecnologia destes veículos no país. (Agência CanalEnergia – 31.10.2018)
5.2 publica estudo sobre participação de veículos elétricos no setor automotivo
Apesar dos incentivos fiscais para aquisição de veículos elétricos, seu mercado não deve ser muito relevante até 2030. Para modelos híbridos não plug in, há a expectativa de que esses modelos alcancem 4,2% dos licenciamentos em 2030. O grau de incentivos por parte do governo e a baixa viabilidade técnica-econômica são responsáveis pela lenta propagação desta tecnologia no cenário brasileiro. A projeção estatística do mercado de veículos foi feita pela EPE, e divulgada nesta sexta-feira (26/10) e ainda aponta que os veículos flex serão responsáveis por 88% do mercado em 2030. (Brasil Energia – 26.10.2018)
6 Biblioteca Virtual
6.1 Artigo GESEL: “Experiências internacionais de arranjos institucionais para promoção de inovação”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Nivalde de Castro (Coordenador geral do GESEL), Rubens Rosental (Coordenador de temas especiais/estratégicos no GESEL), Antonio Lima e André Alves (pesquisadores do GESEL), discorrem sobre o tema “Experiências internacionais de arranjos institucionais para promoção de inovação”. O objetivo do texto, segundo os autores, é “apresentar um resumo analítico das principais políticas de inovação de um grupo selecionado de países, buscando identificar as políticas de inovação e os arranjos institucionais que viabilizam e estimulam a atividade inovadora, procurando, desta forma, contribuir para reflexão sobre estes arranjos institucionais, no momento em que o Brasil entra num novo ciclo político”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 31.10.2018)
6.2 Artigo de Carlos Nobre: “Razões para não sair do Acordo de Paris”
Em artigo publicado no Valor Econômico, Carlos Nobre, cientista e ex-integrante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), trata da importância da permanência no Acordo de Paris para o Brasil. Segundo o autor, ao contrário dos demais países, como os EUA e China, as emissões de gases brasileiras ocorrem na agricultura. Ao investir em técnicas mais eficientes de plantio e agropecuária possibilitariam uma maior produtividade, além da menor emissão de carbono. Além do acordo favorecer a fomentação de fontes renováveis de energia, que alinhada com a popularização de veículos elétricos, melhoraria a qualidade e expectativa de vida da população urbana. O Autor conclui que permanecer no acordo de Paris “coloca o país solida e irreversivelmente na trajetória de sustentabilidade”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 29.10.2018)
6.3 Artigo de João Carlos Mello (Thymos Energia) e Xisto Vieira Filho (ABRAGET): “A importância da Portaria com as diretrizes do Leilão de Potência associada a Energia de Reserva, e as necessidades de aprimoramentos na Consulta Pública 61 do MME”
A Agência CanalEnergia acaba de publicar um artigo de João Carlos Mello (Presidente da Thymos Energia) e Xisto Vieira Filho (diretor-presidente da ABRAGET), tratando da questão do leilão de energia de “reserva/potência” para o setor de gás natural, previsto para o Nordeste. Segundo os autores, “estamos plenamente convencidos da adequacidade do leilão ora proposto pelo MME, e naturalmente, estamos sugerindo alguns aprimoramentos na Consulta Pública, de tal forma a permitir uma abrangência maior de tão importante medida liderada pelo Ministério. Dessa forma, estamos plenamente convencidos da adequacidade do leilão ora proposto pelo MME, e naturalmente, estamos sugerindo alguns aprimoramentos na Consulta Pública, de tal forma a permitir uma abrangência maior de tão importante medida liderada pelo Ministério”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 29.10.2018)
6.4 Artigo de Abel Holtz (Consultor): “Contraponto às restrições às nossas Hidrelétricas”
A Agência CanalEnergia acaba de publicar o artigo de Abel Holtz, consultor do setor elétrico, sobre novas maneiras de complementar a expansão de fontes renováveis intermitentes através da hidroeletricidade, porém, com ênfase nas relações com outros países, com possibilidade de parcerias e integrações. Segundo Abel, “nossos vizinhos decidiram construir em seus programas de desenvolvimento vários empreendimentos hidroelétricos nascendo oportunidades de formar parcerias e integrar nossos sistemas elétricos”. O consultor conclui dando um recado ao novo governo, “esperamos que o governo que se instalará no nosso Brasil no próximo ano faça valer a oportunidade referenciada que além do suprimento de energia elétrica ainda traria uma importante integração geopolítica do nosso Brasil com nossos vizinhos e parceiros”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 01.11.2018)
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.
As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.
Para contato: iecc@gesel.ie.ufrj.br