Elétricas que travam uma briga judicial com o governo e a reguladora Aneel contra custos com o chamado “risco hidrológico” precisariam desembolsar 4,2 bilhões de reais para quitar débitos hoje suspensos por liminares, no caso de sucesso em uma proposta de acordo para encerrar a disputa, estimou na sexta-feira, dia 4/1 o chefe da CCEE. (Reuters – 04.01.2019)
IECC: nº 23 - 15 de janeiro de 2019
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro
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Índice
1 Marco Institucional
1.2 Bento Albuquerque convida chefe da EPE para secretaria de Planejamento
O ministro do MME, almirante Bento Albuquerque, convidou o presidente da estatal EPE, Reive Barros, para assumir a secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta, disse Barros à agência Reuters nesta terça-feira (8/1). Ex-diretor da Aneel , Barros disse que terá uma reunião em breve para definir a possível ida para a secretaria, ocupada desde meados de 2016 por Eduardo Azevedo. (Folha de São Paulo – 08.01.2019)
1.3 PLD horário favorece renováveis para o mercado livre
O preço horário para o mercado livre a partir de 2020, em substituição ao atual preço semanal (PLD), deve abrir novas oportunidades e viabilizar novos modelos de negócios. A geração solar, que entrega energia para o sistema justamente nas horas de maior consumo, pode ser uma grande beneficiada, avalia o gerente executivo de Regras, Capacitações e Preços da CCEE, Cesar Pereira. (Brasil Energia – 11.01.2019)
2 Regulação
2.1 Aneel: Tarifa branca é nova opção para quem tem consumo acima de 250 KWh
Desde 1º de janeiro de 2019, a opção pela tarifa branca está disponível para quem consome mais de 250 KWh/mês (cerca de 15,9 milhões de unidades consumidoras). A tarifa branca sinaliza aos consumidores a variação do valor da energia conforme o dia e o horário do consumo. Ela é oferecida para as unidades consumidoras que são atendidas em baixa tensão (residências e pequenos comércios, por exemplo) e não se aplica a consumidores residenciais classificados como baixa renda, beneficiários de descontos previstos em Lei, e à iluminação pública. (Aneel – 04.01.2019)
3 Empresas
3.1 Eletrobras: Mesmo com manutenção de presidente, plano para estatal não foi acertado
Wilson Ferreira Jr. segue como presidente da Eletrobras, mas seus planos de privatização da holding ainda não foram discutidos com o ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e podem ser revistos. A manutenção de golden share pelo governo, prazos para quando se dará a capitalização e se haverá diluição da participação serão ainda definidos, segundo Ferreira. (Folha de São Paulo – 06.01.2019)
3.2 Itaipu mantém recorde mundial de geração
Mesmo com mais do dobro de potência do que Itaipu, a usina chinesa de Três Gargantas não superou ainda a binacional em geração de energia. A hidrelétrica asiática fechou 2018 com 101 milhões de MWh, valor inferior ao recorde mundial de Itaipu, de 103,1 milhões de MWh gerados em 2016. As duas UHEs são as únicas do planeta a ultrapassar a barreira dos 100 milhões de MWh num único ano. (Agência CanalEnergia – 07.01.2019)
3.3 Eletrobras: Privatização continua no radar, aponta BNDES
Em seu discurso durante a transmissão de cargo na sede do banco de fomento, no Rio, Joaquim Levy, novo presidente do BNDES diz que a privatização da Eletrobras continua no radar do governo e que o BNDES apoiará as políticas que forem definidas com relação à empresa do setor elétrico. (Valor Econômico – 08.01.2019)
4 Oferta e Demanda de Energia Elétrica
4.1 ONS aumenta ligeiramente projeções de chuva e carga para janeiro
O ONS reviu ligeiramente para cima suas projeções. Agora as previsões são de que as chuvas no Sudeste e no Nordeste, que concentram os principais reservatórios, fiquem neste mês em 83% e 57% da média histórica, contra 82% e 47% na projeção anterior, respectivamente. Houve cortes nas previsões de precipitações no Sul e no Norte, mas que não chegaram a compensar a alta no Sudeste e no Nordeste. Já a carga de energia, uma soma do consumo com as perdas na rede, deve avançar 4% ante janeiro do ano anterior, contra expectativa de alta de 3,7% em boletim da semana anterior. (Reuters – 04.01.2019)
4.2 Capacidade de geração deve ter aumento de 6,4 GW em 2019
O Brasil deve adicionar 6,4 GW de nova capacidade de geração de energia ao longo de 2019. A expansão, de acordo com dados da Aneel, será liderada pelas hidrelétricas de grande porte, que devem entregar 3,5 GW neste ano. Uma boa parte dessa expansão virá de quatro unidades geradoras de Belo monte, de 611 MW cada. (Brasil Energia – 07.01.2018)
4.3 Consumo de energia cresce 1,8% em dezembro de 2018
O consumo de energia elétrica em dezembro de 2018 registrou alta de 1,8% frente ao mesmo período de 2017. O consumo ao longo do último mês do ano passado no SIN alcançou 63.165 MW médios, ante os 62.041 MW médios consumidos ao longo de dezembro do ano anterior. No ACR, o aumento no consumo foi de 1,2% em relação a dezembro de 2017, considerando a mudança de clientes cativos para o mercado livre. (Brasil Energia – 07.01.2018)
5 Inovação
5.1 Cepel deve lançar nova Casa Inteligente
Com objetivo de construir uma nova Casa Inteligente, o Cepel firmou um contrato com a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (Coppetec/UFRJ) para elaboração do projeto da edificação, a cargo da Faculdade de Urbanismo e Arquitetura da UFRJ. (Agência CanalEnergia – 09.01.2019)
6 Consumidores
6.1 GD chegaria a 300 mil unidades no país com recursos de grandes consumidores
O mercado de geração distribuída para consumidores de pequeno porte poderia crescer mais de quatro vezes caso o segmento se utilizasse dos recursos destinados a subsidiar as tarifas de grandes clientes de distribuidoras. Hoje com cerca de 60 mil usuários no país e potência total de 560 MW, a GD poderia alcançar até 300 mil consumidores e 2.400 MW de capacidade instalada com os incentivos. O retrato do potencial de expansão está em um estudo produzido pela consultoria Allez. (Agência CanalEnergia – 04.01.2019)
7 Biblioteca Virtual
7.1 Artigo GESEL: “Retomada da energia nuclear”
Em artigo publicado no Valor Econômico, Nivalde de Castro, coordenador geral do GESEL, e Marcel Biato, representante permanente do Brasil junto à AIEA, tratam da retomada do Programa Nuclear do setor elétrico. Segundo os autores, “o sistema elétrico exigirá operação cada vez mais ágil e flexível e, logo, mais plantas de geração firme e contínua de modo a garantir suprimento seguro de energia elétrica. A opção no curto prazo para o Brasil enfrentar e consolidar este novo paradigma energético são as usinas termelétricas de ciclo combinado a gás natural”. Porém, para cumprir com nossos compromissos ambientais no médio e longo prazo, é preciso buscar outras opções como a energia nuclear, que ressurge como “uma fonte de energia de base alternativa às hidrelétricas”. Eles concluem que ao dar escala comercial à cadeia produtiva do combustível nuclear, o Brasil “ganha autonomia reduzindo sua dependência externa”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui.(GESEL-IE-UFRJ – 14.01.2019)
7.2 Artigo GESEL: “Inovação aberta e capacidades dinâmicas para o desenvolvimento tecnológico do Setor Elétrico”
A Agência CanalEnergia publicou o artigo de Nivalde de Castro (Coordenador geral do Gesel) e Antonio Lima (Pesquisador do Gesel), intitulado “Inovação aberta e capacidades dinâmicas para o desenvolvimento tecnológico do Setor Elétrico”. O texto aborda uma nova onda de transformações, resultante da indústria 4.0, que faz com que as empresas estejam continuamente com novos desafios. Segundo os autores, “na esteira da nova onda de transformações radicais, resultante da indústria 4.0, as empresas estão se deparando continuamente com novos desafios. As tecnologias resultantes deste novo contexto impactarão diversos setores, inclusive o Setor Elétrico, ao oferecer, mas também exigir, um maior consumo de energia renovável no processo de fabricação, a redução de emissões de gás carbono e o uso de energia de forma cada vez mais otimizada e eficiente”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 09.01.2019)
7.3 Artigo de Abel Holtz (Consultor): “Prudência exige conhecimento da causa”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, o consultor do setor elétrico Abel Holtz, trata da negociação do Anexo “C” do Tratado Binacional de Itaipu, abordando principalmente o desconhecimento de ambas as partes sobre as condições propostas no acordo. Segundo Abel, “apesar de já estar sendo mencionado há algum tempo e agora pelo próprio ministro indicado a assumir o Ministério da Energia do Brasil, como um dos temas sobre o qual devemos nos debruçar, a negociação do Anexo “C” do Tratado Binacional de Itaipu não será nada fácil. Há na verdade um desconhecimento das condições estabelecidas no passado não só do lado de lá, como no de cá, e neste momento indagações e suposições estão sendo exploradas”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 07.01.2019)
7.4 Artigo de Reginaldo Medeiros (Abraceel): “CP 63 do MME mostra sociedade mobilizada a favor da competição e da liberdade de escolha”
A Agência CanalEnergia publicou recentemente o artigo de Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, que trata da consulta pública referente a expansão do mercado livre. Segundo Reginaldo, é notória a vontade da sociedade por maior liberdade de escolha. O presidente da Abraceel afirmou, “ficou clara a posição de quem quer a modernização do setor elétrico, construindo um futuro melhor para o consumidor, respaldada por meio de argumentos técnicos sólidos, ainda que desnecessários, já que a quebra de reserva de mercado por si só é argumento suficiente para justificar sua eliminação, o que já está amplamente consolidado na literatura econômica. Do outro lado, percebe-se o eterno choro para manter o repasse de custos injustificáveis ao consumidor e a defesa de privilégios arraigados que não mais se sustentam, e muito menos se justificam”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 07.01.2019)
7.5 Artigo de Newton Duarte (Cogen): “Geração Distribuída: energia certa para a retomada do País”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Newton Duarte, presidente da Cogen, defende a expansão da geração distribuída. A partir do PDE 2027, Newton afirma, “o Brasil apresenta elevados riscos de déficit de suprimento de ponta, o que evidencia a necessidade de oferta adicional para complementação de potência. O déficit em 2021 no horário de ponta (entre 15h e 20h) pode ser de aproximadamente 1 GW. Para resolver a equação entre crescimento da demanda e déficit na oferta, o País tem um desafio urgente: reavaliar sua matriz energética, aproveitando a diversidade de fontes de que dispõe, mas, principalmente, investindo em formas mais eficientes de produzir energia. E que vemos em todo mundo é que a Geração Distribuída (GD) tem sido protagonista quando o assunto é eficiência energética”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 08.01.2019)
7.6 Artigo de Thiago Camargo e Virgilio Almeida: "Cliente e inovação serão foco principal das elétricas"
Em artigo publicado no Valor Econômico, Thiago de Azevedo Camargo, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig e Virgilio Almeida, professor associado do Berkman Klein Center, dissertam sobre a transição do setor elétrico para um patamar mais elevado de complexidade e de relações mais transparentes. Esse patamar é chamado por eles de "setor elétrico 4.0". Segundo eles, "a empresa de energia que não colocar a inovação e o cliente no centro de sua estratégia de negócios certamente desaparecerá. O futuro chegou, e ao que tudo indica, com ganhos significativos para clientes, cidadãos e para o desenvolvimento sustentável. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 09.01.2019)
7.7 Artigo de Augusto Salomon (Abegás): “País precisa firmar térmicas a gás para aumentar sua segurança energética”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Augusto Salomon, presidente da Abegás, defende a expansão do parque termelétrico no país. Segundo Augusto, dada a estimativa da EPE, de que a partir de 2022 a necessidade de oferta para a complementação de potência crescerá substancialmente, a expansão de termelétricas seria fundamental. O autor afirma, “nós defendemos como alternativa a inserção das térmicas a gás natural na base do sistema elétrico — em vez de recorrer a essas usinas somente no horário de ponta ou em situações de risco hidrológico. Com essa medida, o País ganha em segurança energética, reduz o custo dessa geração e aperfeiçoa o planejamento de todo o sistema elétrico. A termogeração a gás em base firme contribuiria, ainda, para preservar e recuperar os reservatórios hídricos, bem como dar retaguarda à expansão das fontes renováveis que são energias intermitentes e, portanto, de menor previsibilidade”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 09.01.2019)
7.8 Artigo de Claudio Sales e Richard Hochstetler (Instituto Acende Brasil): “A Crise do GSF: Definição de Garantia Física de novas hidrelétricas (Partes I e II)”
Em um artigo de duas partes publicado pela Agência CanalEnergia, Claudio Sales e Richard Hochstetler, respectivamente presidente e diretor do Instituto Acende Brasil, abordam a questão do GSF. A primeira parte do artigo tratou das principais causas e consequências dos baixos níveis do GSF (Generation Scaling Factor) nos últimos anos. Já a segunda parte examinou a atual metodologia de definição de Garantias Físicas, um dos fatores que tem agravado o problema do GSF, mas que tem recebido pouca atenção. Segundo os autores, “o setor elétrico já viveu por cerca de cinco anos com as perturbações geradas pela “Crise do GSF”. É preciso superar este problema que vai muito além da questão hidrológica. Não podemos alterar o regime das chuvas, mas podemos corrigir as regras para melhorar a alocação de riscos e retornos entre os agentes”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 10.01.2019)
7.9 Artigo de Pedro Alves de Melo e Sérgio Balaban (Consultores): “O cronograma de abertura dos limites para participação no ACL está adequado?”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, os consultores do setor elétrico, Pedro Alves de Melo e Sérgio Balaban, discutem sobre o cronograma de abertura dos limites para participação no ACL. Segundo os consultores, “a discussão sobre a abertura dos limites para participação de consumidores no Ambiente de Contratação Livre – ACL é uma oportunidade para se discutir, também, medidas no sentido de se melhorar a transparência entre o setor elétrico e o restante da sociedade brasileira que é, de fato, quem paga a conta”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 11.01.2019)
7.10 Artigo de Frederico Gonçalves (Venturus): “Drones e inteligência artificial impulsionam uso de energias renováveis”
A Agência CanalEnergia publicou recentemente o artigo intitulado “Drones e inteligência artificial impulsionam uso de energias renováveis”, de Frederico Gonçalves, Head da unidade de Utilities do Venturus. No artigo, Frederico afirma, “veremos uma expansão no uso da energia eólica e solar na matriz energética do Brasil nos próximos anos. A adoção de novas tecnologias deve impulsionar e viabilizar a operação de enormes parques eólicos e solares que, em breve, deverão fazer parte da paisagem de algumas regiões do país. Essas tecnologias devem tornar a operação desses empreendimentos mais ágil, barata e eficiente”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 11.01.2019)
7.11 EPE: Estudo aponta necessidade de leilões para sistemas isolados até 2023
Até 2023, o governo terá que promover leilões públicos para garantir a necessidade de expansão da oferta de energia em sistemas isolados do país – que não integram a rede interligada administrada pelo ONS. A indicação consta de relatório produzido pela EPE para o MME, que tem o objetivo de mapear e projetar a evolução de um mercado de mais de três milhões de pessoas atendidas por nove empresas de distribuição. Elas atuam na região Norte e nos estados do Mato Grosso e de Pernambuco. O planejamento da EPE abrange o horizonte quinquenal, entre 2019 e 2023. Para ler o estudo na íntegra, clique aqui. (Agência CanalEnergia – 09.01.2019)
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.
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