Representantes do governo e da Eletrobras afirmaram em audiência pública do BNDES na quarta-feira, 05 de janeiro, que o processo de privatização da empresa não terá caráter essencialmente arrecadatório, como aconteceu no passado com outras estatais. O governo calcula em R$ 67 bilhões o valor a ser arrecadado com as novas outorgas de geração, mas faz questão de lembrar que apenas R$ 25 bilhões irão para o caixa do Tesouro Nacional. O valor, porém, considera apenas o resultado da oferta primária de ações, no processo de capitalização no qual a União pretende reduzir sua participação na companhia a 45% das ações ordinárias e a 40% do capital total. O governo calcula que a oferta secundária de ações pode render mais R$ 75 bilhões, o que aumentaria o valor do Tesouro para R$ 100 bilhões. O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, destacou que a modelagem da capitalização é muito menos fiscal e tem como foco os investimentos e o consumidor, que será beneficiado com o repasse de R$ 32 bilhões à Conta de Desenvolvimento Energético. (CanalEnergia – 05.01.2022)
IECC: nº 164 - 11 de janeiro de 2022
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro
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Índice
1 Marco Institucional
1.2 TCU deve aprovar privatização da Eletrobras em março
O governo tem a expectativa de que a aprovação das condições de privatização da Eletrobras pelo Tribunal de Contas da União ocorra somente em março, de acordo com calendário apresentado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Para janeiro, espera-se que o TCU decida sobre a questão da descotização das hidrelétricas da estatal. A corte entrou em recesso em meados de dezembro do ano passado, empurrando a decisão para 2022. Ainda em dezembro, o governo se empenhou em aprovar ajustes no cálculo do valor adicionado dos novos contratos de concessão, que passaram de R$ 62 bilhões para R$ 67 bilhões, e também fixou uma faixa de valores de R$ 22 bilhões a R$ 26,6 bilhões para a oferta primária de ações, no processo de capitalização da estatal. (CanalEnergia – 05.01.2022)
1.3 Governo ativa estatal que vai assumir Itaipu e Eletronuclear
Foi ativada na terça-feira, 4 de janeiro, em Brasília (DF), a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a nova estatal viabilizará a privatização da Eletrobras. A ENBPar vai assumir as atividades da Eletrobras que não podem ser privatizadas, como as empresas Itaipu Binacional e Eletronuclear e a gestão de políticas públicas. As políticas públicas que ficarão a cargo da ENBPar são a universalização de energia elétrica, Mais Luz para a Amazônia, contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica e ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. A empresa também será responsável por bens da União sob administração da Eletrobras e contratos do Fundo Reserva Global de Reversão, assinados antes de 17 de novembro de 2016, que estavam sob a administração da Eletrobras. (CanalEnergia – 04.01.2022)
1.4 Governo sancionou lei que prorroga o uso de termelétricas a carvão até 2040
O presidente Jair Bolsonaro sancionou um projeto de lei (PL) que prorrogará por 15 anos os contratos de usinas termelétricas movidas a carvão mineral instaladas em Santa Catarina. A extensão do prazo passará a ser contada a partir de janeiro de 2025. O PL 712-19 foi aprovado anteriormente no Congresso Nacional. A lei foi publicada em edição do Diário Oficial da União. De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência da República, o PL cria um programa de Transição Energética Justa (TEJ) para a região carbonífera do estado de Santa Catarina, com o objetivo de preservar as metas de neutralidade na emissão de carbono da economia brasileira até 2050. “Para preservar a atividade de mineração na região durante o período de transição justa, a União deverá prorrogar a autorização do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (CTJL), em Santa Catarina, por 15 anos a partir de 1º de janeiro de 2025”, disse a Secretaria-Geral. (Petronotícias– 06.01.2022)
1.5 Janeiro terá bandeira tarifária verde para consumidores com Tarifa Social
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na quinta-feira (30/12) a bandeira tarifária verde em janeiro de 2022 para os consumidores que recebem o benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica. Com essa bandeira, que indica condições favoráveis de geração de energia, não há acréscimos na tarifa. Neste momento, a bandeira verde vale apenas para os consumidores com Tarifa Social. Para os demais consumidores de energia elétrica – excetuando-se os moradores de áreas não conectadas ao Sistema Interligado Nacional (como os de Roraima e de áreas remotas), que não pagam bandeira tarifária –, a bandeira vigente no período será a de Escassez Hídrica, no valor de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. Instituída pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), criada por meio da Medida Provisória nº 1.055/2021, a bandeira Escassez Hídrica visa a fortalecer o enfrentamento do período de escassez de recursos hídricos, o pior em 91 anos. A bandeira Escassez Hídrica seguirá em vigor até abril de 2022. Bandeira tarifária também tem desconto com a Tarifa Social. (Aneel – 30.12.2021)
1.6 Reajuste de energia pode ficar em 9% com crédito de R$ 15 bi a elétricas
Os consumidores terão de continuar a conviver com aumento das contas de luz em 2022, mas o socorro financeiro bilionário ao setor elétrico estruturado pelo governo deve evitar um “tarifaço” no ano em que o presidente Jair Bolsonaro pretende disputar a reeleição. O reajuste médio nas tarifas, inicialmente estimado em 21%, pode cair para 9,14%, a depender do valor da operação financeira. A projeção considera um financiamento da ordem de R$ 15 bilhões, como vem sendo aventado nos últimos meses. A estimativa consta em documento oficial da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encaminhado ao Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso. Apesar de evitar uma explosão nas contas de luz em 2022, a fatura chegará no futuro, já que o empréstimo será diluído nas tarifas ao longo dos próximos anos e terá incidência de juros elevados. O novo socorro financeiro foi permitido por meio de medida provisória publicada em 13 de dezembro, e será usado para bancar medidas emergenciais que reduziram o risco de um novo apagão no País. Embora os trâmites tenham avançado nas últimas semanas, ainda será necessário um decreto presidencial. Depois, a Aneel terá que regulamentá-lo. (O Estado de São Paulo – 29.12.2021)
1.7 Diretrizes para licitação de energia serão publicadas em 27 de maio
O Ministério de Minas e Energia anunciou as diretrizes para o leilão de energia nova a ser realizado em 27 de maio de 2022. Por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União, o governo confirmou que o leilão, batizado de A-4, vai contratar projetos hídricos, eólicos, solares e térmicos a biomassa. Essa licitação outorgará contratos de compra de energia (PPA) com prazo de 15 anos para a energia eólica e solar e 20 anos para as outras duas fontes. O fornecimento de energia está programado para começar em 1º de janeiro de 2026. Investidores e partes interessadas podem submeter projetos para registro na empresa estatal de pesquisa em energia do Brasil, EPE, até o prazo final de 19 de janeiro de 2022. De acordo com o decreto do ministério, esquemas anteriores que já foram tecnicamente qualificados para o leilão A-5 de 2021, e permanecem inalterados, podem reingressar no novo concurso. (Renewables Now - 28.12.2021)
1.8 Puxado pelas eólicas, Brasil fecha 2021 com maior acréscimo em potência instalada desde 2016
Apesar de o Brasil ter quase passado por um racionamento em 2021 por conta da crise hídrica que afetou os reservatórios e a geração hidrelétrica, o país terminou o ano com o maior acréscimo em potência instalada desde 2016. Foram 7,5 GW, que passaram a fazer parte da matriz elétrica, segundo dados da Aneel. Em equivalências energéticas, o montante equivale a duas usinas de Jirau, a quarta maior hidrelétrica do Brasil (com 3,7 GW). O destaque ficou com a fonte eólica, que teve a maior entrada em operação registrada no país, com 3,6 GW de potência instalada. A marca ultrapassou os 2,7 GW liberados pela agência em 2014, até então o recorde de entrada em operação da fonte no Brasil. A capacidade instalada em eólicas em 2021 correspondeu por 48,85% do acréscimo total de potência no período. As usinas termelétricas responderam por uma expansão de 2,4 GW (32,39%) e as solares fotovoltaicas, de 1,29 GW (17,18%). As usinas eólicas respondem por 20,8 GW de potência instalada, o que representa 11,4% da matriz brasileira. Já a capacidade instalada total do Brasil é de 181,5 GW. (Valor Econômico – 05.01.2022)
1.9 Absolar: Brasil atinge 13 GW de energia solar, com destaque para 8,4 GW de geração distribuída
O Brasil acaba de ultrapassar a marca histórica de 13 GW de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em sistemas de médio e pequeno portes instalados em telhados, fachadas e terrenos e em grandes usinas centralizadas, informou a Absolar ao Broadcast. De acordo com a entidade, desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 66,3 bilhões em novos investimentos, R$ 17,1 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 390 mil empregos. Com isso, também evitou a emissão de 14,7 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. No segmento de geração própria de energia, são 8,4 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale a mais de R$ 42,4 bilhões em investimentos, R$ 10,6 bilhões em arrecadação e mais de 251 mil empregos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9% de todas as conexões de geração própria no País, liderando com folga o segmento. (Broadcast Energia – 04.01.2022)
2 Regulação
2.1 Diretoria da Aneel aprova orçamento do ONS para o Ciclo 2022-2024
Em reunião pública extraordinária realizada na quinta-feira (30/12), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o Orçamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para o Ciclo janeiro de 2022 a dezembro de 2024. O orçamento do triênio 2022/2024 é de R$ 2,3 bilhões, valor composto principalmente por despesas com pessoal, administrativo e treinamento, responsáveis por 50,8% do montante. A Proposta Orçamentária foi submetida à Consulta Pública (cp070_2021) de 24 de novembro a 3 de dezembro último, período em que a Aneel recebeu três contribuições de agentes e instituições do setor elétrico. (Aneel – 30.12.2021)
2.2 Aneel estabelece as regras para atuação de conselhos de consumidores de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu as condições para a criação, organização e atuação dos conselhos de consumidores de energia elétrica, que tem como objetivo contribuir para o aprimoramento dos assuntos relacionados à prestação do serviço público de energia. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). O conselho é de caráter consultivo, voltado para a orientação, a análise e a avaliação das questões ligadas ao fornecimento, às tarifas e à adequação dos serviços prestados ao consumidor final, não possuindo relação de subordinação com a distribuidora que o mantém. Nesse caso, o colegiado deve ser formado por um conselheiro titular, representante de uma classe de consumo, conselheiro suplente, para substituir o titular, pela distribuidora e pela entidade representativa, responsável por indicar o candidato ao cargo. Em suma, o plano anual de atividades e metas (PAM) deverá prevê as atividades que o conselho deseja realizar e as metas que visa alcançar, no período de um ano, elaborado de acordo com os modelos disponibilizados pela Aneel. (Broadcast Energia – 22.12.2022)
2.3 Projeto de Eficiência Energética regulado pela Aneel atende população atingida por chuvas na Bahia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, em 24/12/2021, o Projeto de Eficiência Energética da Neoenergia Coelba, que tem a finalidade de fornecer refrigeradores e lâmpadas eficientes para unidades consumidoras atingidas pelas fortes chuvas na Bahia. Submetida à Aneel em 18 de dezembro de 2021, a proposta foi autorizada sob o critério de grande relevância pela excepcionalidade quanto à viabilidade econômica das ações propostas. Com isso, a um custo previsto de R$ 3,6 milhões, serão entregues 1.500 refrigeradores de 300L e 5.000 lâmpadas LED a consumidores de baixa renda atingidos pelas fortes chuvas na Bahia. As ações, já iniciadas pela distribuidora, também contemplam a logística de entrega e demais ações de gerenciamento do projeto. (Aneel – 04.01.2022)
3 Empresas
3.1 Eletrobras: privatização da empresa deve ser realizada em março e abril, diz BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mantém para abril a expectativa para a realização do processo de capitalização da Eletrobras, informou o chefe de Departamento de Estruturação de Empresas do banco, Leonardo Mandelblatt, durante a audiência pública sobre a desestatização da companhia. Mandelblatt disse que espera ainda para janeiro a manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o processo, e a assinatura do acórdão com o TCU em março, quando também será lançada a oferta pública. A emissão de ações da Eletrobras busca reduzir a participação da União no capital da empresa para 45%, considerando as ações com direito a voto. Hoje, o governo tem participação de 72,33%. Em relação ao capital total, a participação do governo cairia dos atuais 61,77% para 40,84%. (O Estado de São Paulo – 05.01.2022)
3.2 Privatização da Eletrobras fica de fora do Orçamento de 2022
O Orçamento de 2022 foi aprovado sem levar em conta a arrecadação para os cofres federais da privatização da Eletrobras, prevista para ocorrer no primeiro semestre do ano que vem. Um sinal de que os parlamentares, na prática, não apostam na venda da estatal com foco em geração e transmissão de energia em ano de eleições. A falta de previsão dessas receitas na lei orçamentária é uma das razões do aumento do rombo nas contas do governo no Orçamento que consta na lei aprovada na semana passada, segundo explicou o Tesouro Nacional. A lei orçamentária para o último ano do governo Bolsonaro passou com um déficit de R$ 79,3 bilhões em 2022. Já o projeto de lei encaminhado pelo governo previa um resultado negativo menor, de R$ 49,6 bilhões. (O Estado de São Paulo – 31.12.2021)
3.3 Eletrobras vai investir R$ 48,3 bi até 2026, com destaque para transmissão
O novo plano de negócios e gestão da Eletrobrás prevê investimentos que somam R$ 48,3 bilhões até o ano de 2026. Segundo a empresa, o valor representa um crescimento de 90% comparado ao plano anterior, que – excluindo Angra 3 – previa recursos de R$ 25,8 bilhões. “Esse aumento de investimentos permitirá à companhia voltar a crescer nos negócios de geração e transmissão, sempre mantendo a disciplina financeira“, comentou o presidente da Eletrobrás, Rodrigo Limp. O plano de negócios leva em conta a descotização das usinas prorrogadas pela Lei 12.783/2013 e a celebração de novos contratos de concessão de geração de energia elétrica de produtor independente. Além disso, o planejamento também contempla a segregação das atividades entre a Eletrobrás e a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) – que abrigará a Eletronuclear e a Itaipu Binacional. Inclusive, uma das iniciativas do plano é voltada para a execução da transferência de atividades sem perda de qualidade. (Petronotícias– 20.12.2021)
3.4 Oferta primária da Eletrobras ficará entre R$ 22 bi e R$ 26,6 bi
Os ministérios da Economia e de Minas e Energia publicaram resolução no último dia 30 de dezembro com ajustes na modelagem e nas condições de privatização da Eletrobras. A principal alteração aprovada ad referendum do Conselho do Programa de Parcerias de Investimento é a criação de uma faixa de valores de R$ 22 bilhões a R$ 26,6 bilhões para a oferta primária de ações, no processo de capitalização da estatal, em vez do R$ 23 bilhões estabelecidos anteriormente pelo PPI. A faixa foi estabelecida com base na atualização do valor adicionado das novas concessões de hidrelétricas da empresa pelo Conselho Nacional de Política Energética. O beneficio econômico das novas outorgas passou de R$ 62,5 bilhões para R$ 67 bilhões. O objetivo, segundo o Ministério de Minas e Energia, é absorver eventual modificação dessas quantias, após a análise final do modelo pelo Tribunal de Contas da União. (CanalEnergia – 03.01.2022)
4 Leilões
4.1 MME publica calendário de leilões até 2024
O Ministério de Minas e Energia publicou no dia 21 de dezembro de 2021, portarias com os calendários dos leilões previstos para o período de 2022 a 2024. Serão oito certames de geração no ano que vem e sete nos dois anos seguintes, além de dois leilões de transmissão em junho e dezembro de cada ano.Para 2022 há previsão de três certames de energia nova, sendo um do tipo A-4 a ser realizado em maio e A-5 e A-6 em agosto. O calendário inclui ainda um para suprimento aos sistemas isolados em outubro; dois para contratação de reserva de capacidade, na forma de energia de reserva (setembro) e de potência (novembro); além dos de energia existente a-1 e a-2 em dezembro. Em 2023 e 2024, a programação é de dois leilões de contratação de reserva (um como energia de reserva e um de potência) em março e em novembro, respectivamente; dois de energia nova A-4 e A-6, em agosto; um para os sistemas isolados em outubro e os de energia. (CanalEnergia – 20.12.2021)
4.2 Leilão de Energia Nova A-4 de 2022: EPE publica orientações para cadastramento
O Ministério de Minas e Energia publicou a Portaria Normativa nº 34/GM/MME, de 22 de dezembro de 2021, com as Diretrizes do Leilão de Compra de Energia Elétrica Proveniente de Empreendimentos Novos de Geração, denominado Leilão "A-4", de 2022. Poderão participar do certame empreendimentos eólicos, fotovoltaicos, termelétricos e hidrelétricos. Os empreendedores interessados deverão cadastrar os projetos na EPE, por meio do Sistema AEGE, e enviar os documentos necessários para habilitação na Empresa de Pesquisa Energética - EPE até às 12h do dia 19 de janeiro de 2022. Para o referido leilão, o envio da documentação deverá ser realizado exclusivamente por upload no ambiente virtual disponibilizado pela EPE. (EPE – 03.01.2022)
5 Oferta e Demanda de Energia Elétrica
5.1 Custo com crise hídrica chega a R$ 16,8 bi até outubro
O custo com as medidas aplicadas por conta da crise hídrica superou a previsão do governo. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), os gastos com o uso de termoelétricas e com a importação de energia da Argentina e do Uruguai somaram R$ 16,8 bilhões até outubro. Ao longo de 2021, foram acionadas todas as usinas térmicas, inclusive as mais caras, para garantir o fornecimento de energia e evitar um novo apagão no País. As despesas são pagas por todos os consumidores, por meio da conta de luz. Em julho, o MME estimou que essas mesmas ações somariam R$ 13,1 bilhões até novembro deste ano. “A variação do custo verificado em relação ao previsto deve-se ao agravamento das condições de operação ao longo de 2021, bem como ao aumento dos custos de combustível para geração de energia elétrica a partir das termoelétricas”, informou o MME ao Estadão/Broadcast. O montante gasto até outubro reflete todos os custos associados ao acionamento adicional de usinas termoelétricas e à importação de energia, entre eles encargos e o deslocamento hidrelétrico. Isso porque as geradoras são “ressarcidas” pelo custo da substituição da produção de hidrelétricas por outra fonte ou pela importação por meio de encargos pagos pelos consumidores. A medida é usada para recuperação dos reservatórios. (O Estado de São Paulo – 25.12.2021)
5.2 ONS apresenta plano de operação para sistemas isolados em 2022
O sumário executivo do Plano Anual da Operação Eletroenergética dos Sistemas Isolados (Plano SISOL 2022) foi disponibilizado pelo ONS na quarta-feira, 22 de dezembro. O documento conta com uma síntese das principais ações previstas para 2022, com destaque para projeção de aumento significativo na geração térmica a gás natural e biomassa para atendimento aos Sistemas Isolados quando comparada ao ano de 2021, atingindo montantes da ordem de 1.300 GWh. No SISOL foram considerados 165 sistemas isolados, localizados principalmente na região Norte do país, compreendendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima, além da ilha de Fernando de Noronha, pertencente ao estado de Pernambuco. Dentro desse conjunto, atuam nove agentes de distribuição. A participação percentual desses sistemas na carga de energia em 2022, prevista para o SEB, será de aproximadamente 0,6%. O índice apresentou uma ligeira redução em relação ao ciclo anterior do plano. As projeções dos sistemas isolados apontam ainda para uma carga própria total de 442 MWmed, com recuo de 7%, ante a carga de 2021. (CanalEnergia – 23.12.2021)
5.3 Itaipu bate recorde de produtividade pelo terceiro ano consecutivo
Pelo terceiro ano consecutivo, a Itaipu Binacional vai bater o recorde de produtividade. A usina hidrelétrica deve fechar 2021 com a marca de 1,098 MW produzido a cada metro cúbico por segundo de água (MWméd/m³/s), a maior produtividade em 37 anos de operação. O valor é maior que a marca de 2020 (1,087 MWméd/m³/s) e de 2019 (1,079 MWméd/m³/s). O mês de maior produtividade foi julho, com 1,1221 MWméd/m³/s. A alta produtividade foi essencial em um ano hidrológico crítico como 2021. A afluência média, ou seja, a quantidade de água que chega no reservatório e que será usada para produção de energia foi de 6.956 m³/s, a pior do histórico desde 1983, correspondendo a 61% da média observada no período. Com a escassez hídrica, a geração de energia também foi abaixo da média, esperando-se uma produção da ordem de 66,5 milhões de MWh, ou 74% da média anual dos 25 anos anteriores. Ainda assim, essa energia é maior do que um dia do consumo mundial de eletricidade e o suficiente para abastecer o Brasil por um mês e doze dias e o Paraguai por quase quatro anos. (CanalEnergia – 28.12.2021)
6 Inovação
6.1 EPE publica estudos sobre Hidrogênio Cinza, Azul e Turquesa
A fim de contribuir para a estratégia nacional de hidrogênio de baixo carbono, foi elaborada pela EPE em 2021 a Nota Técnica sobre Hidrogênio Cinza, que aborda a rota tecnológica de produção de hidrogênio a partir de reforma a vapor de gás natural e inclui alguns dos principais aspectos econômicos, logísticos e tecnológicos. Paralelamente, foi estabelecida uma cooperação técnica entre a EPE e o BEP (Programa de Energia para o Brasil - da sigla em inglês) do governo britânico, no âmbito da qual foram desenvolvidas duas Notas Técnicas: uma sobre Hidrogênio Azul e outra sobre Hidrogênio Turquesa. Tais documentos envolvem as rotas tecnológicas de produção de hidrogênio a partir de gás natural, com captura e sequestro de carbono (hidrogênio azul), e a partir de pirólise de metano sem emissão de CO2, com formação de coque (hidrogênio turquesa), respectivamente, avançando na compreensão dos custos e potencialidades para a produção de hidrogênio de baixo carbono no Brasil. (EPE – 05.01.2022)
6.2 Unigel vai produzir hidrogênio verde no país a partir de 2023
O grupo Unigel fundado pelo empresário Henri Slezynger firmou um protocolo de intenções com o governo da Bahia para implantação de uma fábrica de amônia e de hidrogênio verde, e já iniciou as negociações com fornecedores dos eletrolisadores - equipamento-chave no processo produtivo e hoje disputado por investidores e indústrias de todo o mundo. O início de operação da unidade, que ficará em Camaçari, está previsto para os primeiros meses de 2023. A adição de capacidade instalada será gradual, à medida que os eletrolisadores sejam entregues, até chegar a 200 mil toneladas por ano. Para esse volume de produção, será necessário contratar 300 megawatts (MW) de energia renovável. Os investimentos estão estimados em cerca de R$ 1,4 bilhão pelo governo estadual. (Valor Econômico – 23.12.2021)
7 Biblioteca Virtual
7.1 Artigo GESEL: “A importância da avaliação da experiência do usuário na transição para uma mobilidade de baixo carbono”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, os pesquisadores do Gesel, Lucca Zamboni e Luiza Masseno, tratam do crescente interesse pelos veículos elétricos e a importância da visão dos usuários em relação a esse tipo de tecnologia. Segundo os autores, “a difusão dos VEs envolve diversos desafios econômicos e operacionais, o que implica em uma elevada complexidade para a sua penetração no mercado. Além disso, verificam-se desafios relacionados à incerteza ou à falta de conhecimento do consumidor acerca desta nova tecnologia”. Eles concluem que, “diante desta inovação tecnológica disruptiva, fundamental para viabilizar uma mobilidade de baixo carbono, a análise do comportamento e da experiência dos usuários da mobilidade elétrica é imprescindível”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 03.01.2021)
7.2 Artigo: “A transição energética e a indústria chinesa”
Em artigo publicado no Valor Econômico, Luis Adolfo Beckstein, especialista em análise econômica em óleo e gás e consultor de investimentos, relaciona o processo de transição energética e alguns setores industrias da China, mostrando as ações tomados nas indústrias decorrentes do caminho para uma economia verde. Segundo o autor, “a transição energética não é um fenômeno novo e tem gravitado há muito tempo as políticas de energia de países e empresas. [...] o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China divulgou um novo plano para ditar os rumos do desenvolvimento industrial, dentro de uma matriz verde, limitando as emissões em setores como energia, aço, minerais e produtos químicos”. O mesmo acrescenta que “esse documento avança nos compromissos chineses anunciados, representando mais um passo em uma ampla estratégia de desenvolvimento industrial verde. Assim, neste ano, esse já é o terceiro documento em que a China se compromete com a transformação de sua indústria para um modelo de desenvolvimento verde”. Ele conclui que “o resultado disso é que ao final no período da transição, as empresas chinesas estarão mais fortes e com muito mais condições de competir internacionalmente e exportar seus produtos para todo o mundo”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 03.01.2021)
7.3 Artigo de Anna Paula Pacheco: “Medição Inteligente”
Em artigo publicado pela Agência Canal Energia, a Head de Regulação da Enel Brasil, Anna Paula Pacheco, destaca a adoção de medição inteligente no âmbito da prestação do serviço de distribuição de energia elétrica no Brasil. Segundo a autora, “a adoção de medidores inteligentes passa a ser possível a realização de serviços de forma remota, com a possibilidade de rápida identificação de falhas na rede, melhorando, cada vez mais, a qualidade do serviço de distribuição e a satisfação do cliente final”. Anna conclui que, “precisamos colocar em prática tudo que aprendemos, com discussões tempestivas e aprofundadas, de forma a alcançar um setor elétrico cada vez mais robusto, renovável, seguro e atrativo para novos investimentos”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 06.01.2021)
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.
As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.
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