A solução prometida pelo governo federal para a questão das tarifas das distribuidoras que viria por meio de uma Medida Provisória nessa semana não tem mais prazo para ser apresentada. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comentou nesta sexta-feira, 01 de março, que o governo estuda como adequar de forma mais assertiva a política pública relacionada a esse tema e evitou dar um prazo para que seja publicada. A ideia é apresentar uma medida que seja mais ampla e estrutural para que o Congresso possa apreciar. “Política pública, quando se trata do setor elétrico, ela não pode ter prazo colocado (…), estamos no amadurecimento do que vamos enviar [ao Congresso] para ter a política pública acertada”, comentou ele a jornalistas na sede da B3 após leilão realizado para concessão do Projeto Hidroagrícola Jequitaí, em Minas Gerais. Ele disse que a meta é a de equilibrar a segurança e a modicidade tarifária. (CanalEnergia - 01.03.2024)
IECC: nº 265 - 10 de março de 2024
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro
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Índice
1 Marco Institucional
1.2 Governo cria GTT sobre as recentes desestatizações no setor elétrico
A Secretaria-Geral da Presidência da República anunciou a criação, para março, de um Grupo de Trabalho Técnico (GTT) destinado a acolher e sistematizar as percepções e propostas da sociedade civil sobre os recentes processos de desestatização no setor elétrico e suas consequências. Coordenado pela Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas e liderado pelo ministro Márcio Macedo (PT), o GTT contará com representantes designados pelo governo e convidados de órgãos e entidades públicas. O grupo estabelecerá um cronograma de trabalho e apresentará um relatório final ao ministro em até 120 dias, com possibilidade de prorrogação. As reuniões serão semanais, com convocações extraordinárias conforme necessário. Embora a portaria não mencione privatizações específicas, o processo de desestatização da Eletrobras, criticado pelo presidente Lula e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é relevante no contexto, especialmente diante da atual arbitragem entre a União e a companhia sobre a limitação do poder de voto, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). (Broadcast Energia – 28.02.2024)
1.3 MME anuncia R$ 2,6 bi em novos contratos do Luz Para Todos no Pará
Em uma cerimônia no município de Breves, no Pará, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou investimentos de R$ 2,6 bilhões no programa Luz Para Todos, que contemplará aproximadamente 70 mil clientes, incluindo áreas remotas do estado. O novo contrato do programa abrangerá 29.914 unidades consumidoras em localidades remotas com kits solares e 39.644 ligações por extensão de rede, beneficiando quase 280 mil pessoas em 58 municípios paraenses. Desde 2003, o Luz Para Todos já atendeu 3,7 milhões de unidades consumidoras, com um investimento total de R$ 24 bilhões, enquanto somente em 2023, 64,5 mil famílias foram beneficiadas com investimentos de R$ 1,4 bilhão. No Pará, aproximadamente 515 mil unidades consumidoras foram atendidas até o momento, beneficiando cerca de 2,4 milhões de pessoas, com investimentos de aproximadamente R$ 4,3 bilhões, incluindo 26.629 famílias atendidas por sistemas remotos. (CanalEnergia - 29.02.2024)
1.4 Câmara aprova urgência de PL sobre renovação das concessões de distribuição
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o governo planeja apresentar em março as diretrizes para a renovação dos contratos de concessão de distribuição de energia elétrica. Enquanto isso, a Câmara dos Deputados aprovou um requerimento de urgência para a tramitação de um projeto de lei que concede ao Congresso o poder de autorizar a prorrogação desses contratos que vencem em breve, com 339 votos a favor, 82 contra e uma abstenção. O projeto, proposto por João Carlos Bacelar (PL-BA) em resposta a falhas no fornecimento de energia após temporais em São Paulo e outras regiões, busca estabelecer critérios legais para as prorrogações, desafiando a atual prerrogativa do Tribunal de Contas da União e do governo. Analistas do Banco Safra alertam para cláusulas negativas no projeto, que poderiam aumentar o risco percebido no setor elétrico. Em outras notícias, a Engie Brasil Energia registrou lucro líquido de R$ 819 milhões no quarto trimestre de 2023, enquanto a estatal russa de energia nuclear Rosatom busca expandir seus negócios no Brasil, planejando investir R$ 20 milhões em uma fábrica de radiofármacos em São Paulo, em colaboração com instituições locais. (Broadcast Energia – 28.02.2024)
1.5 MME e EPE lançam portal de acompanhamento dos sistemas isolados
O Ministério de Minas e Energia, em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), lançou o Portal de Acompanhamento dos Sistemas Isolados (PASI). A nova ferramenta visa unificar as informações entre os órgãos e centralizar a divulgação dos dados de planejamento dos sistemas isolados. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a criação do portal faz parte das entregas do Programa Energias da Amazônia. Ele ainda declarou que esse é um passo importante no planejamento e implementação de um dos grandes programas de investimento na segurança energética e descarbonização. (CanalEnergia - 04.03.2024)
1.6 Brasil busca investimentos estrangeiros para transição para economia descarbonizada
O Brasil está buscando investimentos estrangeiros para a transição para uma economia descarbonizada, com o BNDES e o GFANZ criando uma plataforma para exibir projetos de descarbonização. O governo lançou o Eco Invest Brasil, que oferece proteção cambial para reduzir os custos dos empréstimos e os riscos de oscilação do real ante o dólar, com o BID comprometendo US$ 5,4 bilhões, dos quais US$ 3,4 bilhões serão usados para proteção cambial. O Eco Invest Brasil, em parceria com o BID e o Banco Mundial, lançará quatro novas linhas de crédito para projetos climáticos, reforçados pela emissão de títulos verdes pelo governo federal. No entanto, os economistas Winston Fritsch e Márcio Garcia enfatizam a necessidade de um ambiente macroeconômico estável e uma relação decrescente entre dívida pública e PIB para atrair capital externo privado. (Valor Econômico - 05.03.2024)
2 Regulação
2.1 Aneel reduz valor de bandeira tarifária na fatura de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a redução dos valores das bandeiras tarifárias na fatura de energia, com diminuições entre 19,6% e 36,9% a partir de abril. A bandeira amarela terá seu adicional reduzido em 36,9%, caindo de R$ 2,989 para R$ 1,885 a cada 100 kWh. As bandeiras vermelhas, patamares 1 e 2, terão seus valores diminuídos em 31,3% e 19,6%, respectivamente. A Aneel também atualizou a metodologia de acionamento das bandeiras, considerando agora o custo de operação de usinas “fora da ordem de mérito”. Isso tende a fazer o sistema de bandeiras tarifárias absorver mais as despesas com usinas térmicas, aliviando as despesas das distribuidoras. (Valor Econômico - 06.03.2024)
2.2 Fator X: Ajuste deve compensar descolamento entre qualidade e satisfação
A Aneel planeja alterar as componentes do Fator X da tarifa em resposta ao aumento da insatisfação dos consumidores com o serviço das distribuidoras de energia, apesar da melhora nos indicadores de qualidade. A proposta inclui dar maior peso à Qualidade (Xq) e criar um novo componente (Xs) baseado no Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (Iasc). Isso destacaria a opinião dos clientes no cálculo do Fator X. A nova componente de qualidade seria formada pelos indicadores DEC, cumprimento de prazos comerciais e solicitações de conexão pendentes, excluindo indicadores menos relevantes como o FER e os indicadores telefônicos. A consulta pública para a proposta, que visa recuperar a confiança dos consumidores e reduzir custos com processos administrativos e judiciais, estará disponível no site da agência de 7 de março a 22 de abril. (CanalEnergia - 05.03.2024)
2.3 Impugnação de decisões do ONS será regulamentada pela Aneel
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) planeja regular o processo de impugnação de decisões do Operador Nacional do Sistema (ONS), adotando um procedimento semelhante ao utilizado nos processos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A proposta, que passará por consulta pública, visa permitir que os agentes de mercado questionem decisões do ONS em quatro áreas específicas, incluindo a apuração de indisponibilidade e sobrecarga nas instalações de transmissão. A Aneel argumenta que essa definição de procedimentos proporcionará maior clareza, simplicidade e segurança jurídica para o ONS e os agentes do setor. Embora o ONS concorde com as ações propostas, sugere ajustes, como o aumento do prazo para apresentação dos pedidos de invalidação de 10 para 60 dias. A consulta pública estará aberta de 7 de março a 22 de abril para receber contribuições sobre o assunto. (CanalEnergia - 05.03.2024)
2.4 Cobertura tarifária da CDE Conta Covid é homologada em R$ 3,6 bi
A Aneel homologou os valores revisados das quotas mensais da CDE - Conta Covid, devidas pelas concessionárias e permissionárias de distribuição, para amortização da operação de crédito contratada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica durante a pandemia. Dividido em 48 parcelas e duas tranches, os encargos mensais totalizam mais de R$ 785,2 milhões. A cobertura tarifária para essa despesa ultrapassa R$ 3,6 bilhões, com os valores das quotas a serem recolhidos mensalmente à CCEE, com prazo de pagamento até o décimo dia do mês seguinte. (CanalEnergia - 07.03.2024)
3 Empresas
3.1 Petrobras rejeita dividendos e prioriza plano estratégico de transição energética
A Petrobras confirmou que não pagará dividendos extraordinários relativos ao quarto trimestre, optando por distribuir R$ 14,2 bilhões em dividendos ordinários. A decisão levou a uma queda nas ações da empresa. A diretoria propôs o pagamento de dividendos extraordinários, mas a proposta foi rejeitada por temores de que a empresa ficasse sem dinheiro suficiente para executar seu plano estratégico focado na transição energética. A empresa teve um lucro líquido de R$ 124,60 bilhões em 2023, uma queda de 33,8% em relação a 2022. A reunião evidenciou um racha no conselho e o isolamento do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. (Valor Econômico - 08.03.2024)
3.2 Eletrobras: Solicitação de waivers a debenturistas em decorrência da privatização
A Eletrobras afirmou que colocará waivers para serem avaliados por debenturistas. A decisão é justificada pela nova realidade pós-privatização da companhia e é motivada pela busca por maior flexibilidade operacional, eficiência na gestão do portfólio e celeridade na captura de benefícios do mercado, com o objetivo de maximizar a geração de valor da companhia. Entre as permissões a serem postas à avaliação estão: autorizações para alteração de controle de subsidiárias, transferências de ativos, prestação de garantias e reorganização societária. A proposta reforça que a emissão das debêntures foi realizada enquanto na condição de sociedade de capital misto e, portanto, as alterações são desejadas tendo em vista a evasão de disparidades frente aos competidores do mercado e a possibilidade, então, de dinamismo e flexibilidade para novos projetos. (CanalEnergia - 04.03.2024)
3.3 Eletrobras: Acordo com a Corregedoria Nacional de Justiça para nacionalizar o PNC
A Eletrobras assinou um acordo de cooperação técnica com a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) para nacionalização do Programa “Novos Caminhos” (PNC). O projeto é uma iniciativa de autossuficiência financeira por meio da capacitação profissional e desenvolvimento de autonomia para jovens que vivem em acolhimento institucional. A parceria da companhia com o poder judiciário para a nacionalização do PNC visa difundir as oportunidades de empregabilidade por todo o país. Para tanto, a Eletrobras atuará em quatro eixos principais: Educação Básica e Profissional; Ações de Vida Saudável; Ações de Empregabilidade; e Parcerias para Oferta de Outras Ações. (CanalEnergia - 06.03.2024)
3.4 Novo presidente da Enel Brasil enfrenta desafio de restaurar credibilidade da empresa
Antônio Scala, o novo presidente da Enel Brasil, enfrenta o desafio de restaurar a credibilidade da empresa após um apagão que afetou milhões. A crise foi desencadeada por uma tempestade que deixou 2,1 milhões de consumidores sem energia, e a empresa só conseguiu restabelecer completamente após uma semana. A Enel anunciou um plano de investimento de US$ 3,6 bilhões de 2024 a 2026, com 80% dos recursos destinados à infraestrutura de distribuição de energia. No entanto, a empresa ainda precisa restabelecer a confiança da população, pois o investimento já estava previsto antes do apagão e não há garantias de que será suficiente para evitar futuros blecautes. Além disso, a Enel enfrenta desafios no cenário político e Scala ainda está estabelecendo relações com as autoridades locais. (Valor Econômico - 04.03.2024)
3.5 Copel: Aporte de R$ 2,1 bi para reforço na distribuição de energia no Paraná
A Copel e o Governo do Paraná anunciaram um plano recorde de investimentos de R$ 2,1 bilhões na área de distribuição de energia. O montante compreende a maior parte dos R$ 2,4 bilhões aprovados no orçamento da companhia. Esses recursos serão aplicados em obras de construção de 12 linhas de distribuição de alta tensão, 18 novas subestações, ampliação e modernização de outras 80 subestações, instalação de mais de 823 equipamentos de automação e novas redes. Além disso, serão realizados aportes nos programas Paraná Trifásico, que está substituindo a rede rural por uma mais moderna e prevê atingir a marca de 80% da extensão planejada até o final 2024, e o Rede Elétrica Inteligente, que prevê a instalação de 500 mil medidores inteligentes em 151 municípios para esse ano. (CanalEnergia - 05.03.2024)
4 Oferta e Demanda de Energia Elétrica
4.1 ONS eleva previsão de crescimento da carga para o SIN em março para 4,4%
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para cima a previsão de carga de energia para o mês de março. Conforme a primeira revisão do Programa Mensal de Operação, divulgada hoje, 1o, o Sistema Interligado Nacional (SIN) deve demandar agora 82.881 megawatts médios (MWmed), volume 443 MWmed acima do projetado inicialmente. O novo número corresponde a um aumento de 4,4% em relação à carga verificada em março do ano passado. A nova taxa de crescimento é 0,6 ponto porcentual (p.p.) acima da esperada anteriormente. Quase todo volume adicionado na nova projeção (+433 MWmed) é proveniente do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, principal centro de carga do País. (Broadcast Energia – 01.03.2024)
4.2 Carga avança 6,7% em janeiro, aponta ONS
A carga verificada no Sistema Interligado Nacional em janeiro variou positivamente em 6,7%, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Foram 79.583 MW médios. Com relação a dezembro houve uma redução de 1%. De acordo com o Boletim de Carga Mensal do Operador Nacional do Sistema Elétrico, no acumulado dos últimos 12 meses, a carga apresentou uma variação positiva de 5,7% em relação ao mesmo período anterior. Em relação à carga ajustada onde são excluídos os efeitos de fatores fortuitos e não econômicos sobre a carga, o crescimento em janeiro de 2024 ante 2023 foi de 4,7%. Nesse indicador por submercado, o destaque ficou com o Norte que apresentou alta de 8,9%, já no Sul está a única redução, de 1%. No maior submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste, a alta ficou em 4,9%, enquanto no Nordeste a alta foi mais expressiva, de 7,8%. (CanalEnergia - 29.02.2024)
4.3 CCEE: Geração de energia solar fotovoltaica cresceu 52,4% em janeiro
A produção de energia solar fotovoltaica registrou um aumento significativo de 52,4% em janeiro deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, alcançando 2.945 MWmed, conforme apontado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esse crescimento foi impulsionado pelas altas temperaturas, redução no volume de chuvas e ausência de nebulosidade. Atualmente, o Brasil conta com 425 fazendas solares, totalizando uma capacidade instalada de 12.167 MW, aproximadamente equivalente à capacidade da hidrelétrica de Itaipu. (Broadcast Energia – 04.03.2024)
4.4 Brasil alcança 200 GW de capacidade de geração de energia
O Brasil alcançou 200 GW de capacidade de geração centralizada em seu sistema elétrico, com 84,25% provenientes de fontes renováveis. A Aneel liberou 2 GW para operação comercial em 2024, atingindo a marca de 200 GW graças à autorização para a operação da usina fotovoltaica Boa Sorte I. A previsão é de que a capacidade de geração de energia do país expanda 10,1 GW em 2024, o segundo maior avanço anual desde a criação da Aneel em 1997. A capacidade de 200 GW não considera a potência de 27,7 GW gerada pelos próprios consumidores através da micro e minigeração distribuída (MMGD ou GD). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, destacaram a importância dessa conquista para o sistema elétrico e para o país. (Valor Econômico - 07.03.2024)
4.5 Testes para retomada da importação de energia da Venezuela
Os testes necessários para a retomada da importação de energia elétrica da Venezuela para o Brasil ainda não foram realizados, frustrando, mais uma vez, o cronograma do governo federal, que previa a operação já em janeiro deste ano. Como mostrou o Broadcast Energia, ainda que parte dos testes tenha sido realizada, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que é responsável pela operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), os de integração ainda não foram feitos. A previsão anterior era de que fossem realizados em fevereiro. O objetivo do governo federal é que a energia elétrica do País vizinho atenda Roraima, único estado brasileiro ainda não conectado ao SIN. (Broadcast Energia – 06.03.2024)
5 Biblioteca Virtual
5.1 Artigo GESEL: "Transição energética e desafios macroeconômicos"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico - GESEL) e Francisco Eduardo Pires de Souza (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Grupo de Conjuntura e Macroeconomia Aplicada) tratam da transição energética no Brasil, destacando a necessidade de uma estratégia de desenvolvimento para o país. Eles discutem os desafios macroeconômicos dessa transição, incluindo os impactos econômicos de curto e médio prazo e a resistência política esperada. No entanto, enfatizam que os ganhos econômicos e ambientais a longo prazo superarão esses custos. O artigo também analisa dois cenários de longo prazo da OCDE, um conservador e outro acelerado, e as implicações de cada um para a economia e o meio ambiente. Eles concluem que a aceleração da transição energética é essencial para atingir as metas do Acordo de Paris e limitar o aquecimento global. (GESEL-IE-UFRJ – 06.03.2024)
5.2 Artigo de Glauco Arbix, Fernanda De Negri, Helena Nader, Laércio Cosentino e Pedro Wongtschowski: “A economia do futuro precisa de foco e metas claras”
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Glauco Arbix (professor da USP), Fernanda De Negri (especialista em inovação e diretora do Ipea), Helena Nader (presidente da Academia Brasileira de Ciências), Laércio Cosentino (engenheiro pela Escola Politécnica-USP) e Pedro Wongtschowski (doutor em engenharia) tratam da proposta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável para a construção de Polos Tecnológicos de Alto Impacto. Esses polos, articulados pelo governo federal com empresas, universidades e governos locais, visam potencializar a inovação e a pesquisa em diferentes regiões do Brasil. As propostas incluem um polo de combustíveis do futuro, um centro de biotecnologia avançada e uma articulação nacional dos núcleos de pesquisa em Inteligência Artificial. Além disso, destacam-se a proposta do hidrogênio sustentável e a potencialização do etanol brasileiro. O artigo enfatiza a necessidade de políticas tecnológicas que combinem aspirações nacionais, tendências mundiais da inovação e competências existentes no país, além de apontar para a necessidade de avançar além das atuais diretrizes do governo federal para a indústria. (GESEL-IE-UFRJ – 04.03.2024)
5.3 Artigo de Elena Landau: "Começar de novo (de novo)"
Em artigo publicado no CanalEnergia, Elana Landau, diretora técnica da PSR, discute os desafios enfrentados pelo setor elétrico brasileiro, especialmente destacando a necessidade de reformas estruturais para garantir sua sustentabilidade. Após análise detalhada do histórico do setor e das intervenções recentes, a autora conclui que é crucial reconstruir a governança do setor, ouvindo uma gama mais ampla de stakeholders e implementando medidas como aquelas propostas na CP 33, visando uma transição energética eficiente e alinhada com as capacidades energéticas do país. (CanalEnergia - 01.03.2024)
5.4 Artigo de Pietro Erber: "Desafios da Transição Energética"
Neste artigo, Pietro Erber trata da posição favorável do Brasil na transição energética, com quase metade de sua energia proveniente de fontes renováveis em 2022. Ele destaca a importância da eficiência energética e os desafios que permanecem, incluindo a gestão da intermitência de geradores eólicos e solares, a futura contribuição da energia nuclear e a substituição de combustíveis fósseis. Erber também discute o papel das indústrias e dos transportes nas emissões de gases de efeito estufa e a necessidade de avaliar o uso de combustíveis de biomassa e a eletrificação dos transportes. Ele menciona a busca da Petrobras e outras petrolíferas em contribuir para a transição energética e os desafios associados à produção e transporte do hidrogênio verde. O artigo conclui destacando a necessidade de considerar os custos ambientais imediatos e futuros na transição energética e a importância de definir objetivos e prioridades alinhados com os recursos econômicos e limitações ambientais do país. (GESEL-IE-UFRJ – 05.03.2024)
5.5 Editorial Estadão: "Os Apagões são evitáveis"
O editorial destaca a recorrência de apagões no Brasil e a oportunidade de renovar contratos de concessão de distribuidoras para ajustar normas à nova realidade climática. Enfatiza a falta de preparo das distribuidoras para eventos climáticos extremos, a necessidade de aprimorar ferramentas de detecção e as negociações em andamento para renovar 20 contratos importantes. O foco é na prioridade ao atendimento eficiente ao consumidor, com referência ao Gesel, que destaca a importância de avaliar parâmetros à luz da crise climática global e inovações regulatórias em outros países. A inaplicabilidade generalizada do conceito jurídico de "força maior" é mencionada, assim como o conflito de atribuições entre distribuidoras e prefeituras. O editorial conclui ressaltando a necessidade de novas normas do governo federal, critérios técnicos e aprimoramento do sistema para enfrentar os desafios da nova realidade ambiental. (Estadão – 06.03.2024)
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.
As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.
Para contato: iecc@gesel.ie.ufrj.br