IECC: nº 08 - 11 de setembro de 2018

Editor: Prof. Nivalde J. de Castro

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Índice

1 Marco Institucional

1.1 MME sofrerá maior redução de verba de acordo com nova proposta de orçamento do governo

A proposta de orçamento para o próximo ano já se enquadra na regra do teto dos gastos. Para 2019, deve ocorrer um aumento de verba de R$ 50,167 bilhões no limite de gastos dos ministérios, estipulando para os ministérios de Minas e Energia, Fazenda, e das Cidades as maiores reduções. O MME teve seu orçamento reduzido de R$ 15 bilhões para R$ 6,7 bilhões. (G1 – 31.08.2018)

1.2 MME: Reduzido o orçamento da CDE referente ao programa Luz para Todos

O governo reduziu na sexta-feira (31/8) o orçamento disponível para o programa Luz para Todos. O valor previsto originalmente era de R$ 1,159 bilhão, foi ajustado para R$ 929 milhões. A maior parte do montante aprovado é prevista para estados do Norte, como Amazonas e Amapá, embora muitos estados tiveram seus recursos cortados pela metade. (Brasil Energia – 31.08.2018)

2 Regulação

2.1 Aneel: Mantida bandeira tarifária vermelha patamar 2 para mês de setembro

A Aneel anunciou, nesta sexta-feira (31/8), a manutenção da bandeira vermelha no patamar 2 para o mês de setembro. Nesta situação, a tarifa possui uma cobrança adicional de R$ 5 a cada 100 kWh consumidos. Devido ao baixo número de chuvas, a agência decidiu manter a tarifa em bandeira vermelha pelo quarto mês seguido. (O Estado de São Paulo – 31.08.2018)

2.2 Aneel: Aprovada revisão do orçamento da Conta de Desenvolvimento

A Aneel aprovou, nesta terça-feira (4/9), a revisão extraordinária do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2018 que acrescenta R$ 1,937 bilhão nas quotas anuais a serem pagas pelas concessionárias pela distribuição de energia elétrica. Um dos fatores para o incremento no valor, foi a inclusão de mais recursos de combustíveis com o acionamento do parque térmico de Roraima, diante da crise de fornecimento energético com a Venezuela. (Aneel e O Globo – 04.09.2018)

3 Empresas

3.1 Energisa espera reduzir perdas e revisar tarifa da Ceron e Eletroacre em quatro anos

A Energisa acredita ser possível alcançar os índices de perdas aos patamares regulatórios estabelecidos pela Aneel em quatro anos. O presidente, Ricardo Botelho, espera realizar no ano que vem uma revisão tarifária após um cadastramento da base de ativos no primeiro ano. O investimento a ser realizado nos dois primeiros anos terá um enfoque na melhoria operacional, com forte combate às perdas. (Agência CanalEnergia – 31.08.2018)

3.2 Eletrobras: Senador Eduardo Braga (MDB-AM) tenta impedir venda da Amazonas Energia

A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou, na terça-feira (4/9), o relatório apresentado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) que barra a venda da distribuidora da Eletrobras, Amazonas Energia. O senador tenta excluir a empresa do processo de privatização, ao alegar que não há indícios de que o agente privado tenha mais condições de superar os obstáculos no fornecimento de energia elétrica aos sistemas isolados. (Folha de São Paulo – 04.09.2018)

4 Leilões

4.1 Aneel abre audiência pública sobre leilão de transmissão

A diretoria da Aneel aprovou na terça-feira (4/9), a abertura de uma consulta pública sobre o próximo leilão de concessões para a construção e operação de projetos de transmissão de energia, previsto para 20 de dezembro. O certame deve oferecer até 18 lotes de empreendimentos, com aporte de até R$ 13,5 bilhões. Os contratos oferecidos são de 30 anos. (Reuters – 04.09.2018)

4.2 Leilão A-6 uniu os mercados regulado e livre

O leilão de energia nova, realizado na sexta-feira (31/8), que estipulou contratos de fornecimento a partir de 2024 demonstrou a tendência de combinação de contratos no mercado regulado com venda de energia no mercado livre. Dos 1228,6 MW médios de energia, 835 MW médios foram contratados, enquanto o resto será negociado no mercado livre. (Valor Econômico – 04.09.2018)

4.3 Energia eólica foi o maior destaque do leilão A-6

O maior destaque do leilão realizado na sexta-feira (31/8), que contratou 2,4 GW de potência em projetos de geração de energia, foi a fonte eólica, com 48 empreendimentos e preço médio final de R$ 90,45/MWh. Já as 11 usinas de geração hidrelétrica foram contratadas com preço médio final de R$151,68/MWh, e 3 térmicas (duas a biomassa, uma a gás) fecharam o certame, com preço médio final de R$175,59/MWh. (Aneel – 31.08.2018)

4.4 Resultado de leilão gera insatisfação de agentes no setor

O resultado do leilão de geração A-6, realizado na sexta-feira (31/8), gerou insatisfação entre agentes no setor. O baixo desempenho de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no certame gerou questionamentos sobre a forma de contratação de cada fonte. As regras sobre contratação de energia térmica, com objetivo de evitar uma sobrecontratação de energia, também foram criticadas por agentes como razão para o baixo desempenho da fonte no certame. A metodologia de contratar a energia pelo menor valor, desconsiderando outras variáveis importantes como custo de transmissão e segurança energética, também foi criticada. (Agência Canal Energia – 03.09.2018)

5 Oferta e Demanda de Energia Elétrica

5.1 Consumo de energia aumenta 1,3% em agosto, afirma CCEE

O consumo de energia cresceu 1,3% no mês de agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da CCEE. Ao longo do mês, o consumo de energia no SIN foi de 60.248 MWmédios em relação aos 59.502 MWmédios do ano passado. O crescimento foi puxado pelo desempenho do Ambiente de Contratação, que aumentou 4% do consumo de energia, e por alguns setores da indústria, como o químico e o de extração de minerais. (Agência CanalEnergia – 05.09.2018)

5.2 CCEE: projeções de afluências mais positivas para os próximos meses

A expectativa da CCEE é de aumento do nível de afluências para os próximos meses, especialmente na região Sul, com índice de 90%, enquanto as regiões Sudeste e Norte devem ficar em 79% e 75% da média histórica, respectivamente. Apenas a região Nordeste que fica muito abaixo da média, com 44% de afluências projetadas para o mês. (Brasil Energia – 03.09.2018)

6 Biblioteca Virtual

6.1 Artigo GESEL: “Subsídios às Energias Renováveis?”

Em artigo publicado por meio do serviço “Broadcast” do jornal O Estado de São Paulo, Nivalde de Castro (coordenador geral do GESEL-UFRJ) e Roberto Brandão (pesquisador Sênior e coordenador da área de Geração e Mercados do GESEL-UFRJ) tratam da discussão a respeito dos subsídios às energias renováveis. Depois de traçar um breve histórico do caso da geração eólica, os autores afirmam que “pode-se concluir que a indústria eólica não é mais de uma ‘indústria nascente’, ao contrário, já é uma indústria madura e consolidada. Não há assim justificativa para nenhum tipo de subsídio ou incentivo”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui.(GESEL-IE-UFRJ – 03.09.2018)

6.2 Artigo GESEL: “Setor Elétrico Brasileiro e as perspectivas relacionadas à Mobilidade Elétrica”

A Agência CanalEnergia publicou o artigo intitulado “Setor Elétrico Brasileiro e as perspectivas relacionadas à Mobilidade Elétrica”, de Nivalde de Castro (Coordenador do Gesel), Maurício Moszkowicz, Antônio Lima (Pesquisadores do Gesel) e Greta Moreira (Senai Cimatec – FIEB). O texto trata das perspectivas do setor elétrico quanto a mobilidade. Os autores afirmam, que “dado o enorme potencial, uma verdadeira metamorfose, que esta inovação tecnológica abre sobre o mercado de mobilidade, a pergunta que merece ser formulada, para um país em desenvolvimento, emergente, com dimensão continental e mais de 200 milhões de habitantes, é a seguinte: qual a estratégia que se deve adotar?”. Os autores concluem apontando que “a mobilidade elétrica será a primeira experiência e origem da Rede de Inovação do Setor Elétrico (RISE). Um diferencial destes projetos é que a efetiva inserção de novos produtos e serviços para a mobilidade elétrica será um dos critérios de avaliação”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 06.09.2018)

6.3 Artigo de Lucas Cortez Pimentel e Paula Longman (Da Fonte, Advogados): “Geração Compartilhada por Consórcio Público: Uma Possibilidade ainda não Explorada”

Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Lucas Cortez Pimentel e Paula Longman, advogados especialistas em Direito de Energia e Infraestrutura, exploram a geração distribuída (GD) sobre um viés de geração compartilhada via Consórcio Público. Atualmente a exploração da GD pelo setor público acontece via autoconsumo remoto ou geração junto à carga. Os autores acreditam nos benefícios de uma ainda não explorada geração via Consórcio Público. “O uso da geração compartilhada por consórcios públicos possibilita não só redução de custos com o consumo de energia elétrica, como também ganhos de escala na exploração conjunta da geração distribuída pelos consorciados, sem falar do incentivo às energias renováveis, que contribui para o uso racional de recursos naturais”, defendem os advogados. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 03.09.2018)

6.4 Artigo de Abraham Curi (Tecnogera Geradores): “Por que o Brasil precisa de energia temporária?”

A Agência CanalEnergia acaba de publicar o artigo de Abraham Curi, CEO da Tecnogera Geradores. No artigo, o autor trata de tentar responder a perguntar “Por que o Brasil precisa de energia temporária?”, segundo ele, “o uso da chamada energia temporária, ou seja, aquela produzida por meio de geradores e não por usinas, apesar de ser relativamente novo no Brasil, é uma prática que ganha cada vez mais força. Foi na década de 1970, quando o País fez grandes investimentos em infraestrutura, que este mercado começou a decolar”. Abraham conclui de maneira assertiva sobre sua questão: “a melhor resposta talvez seja: porque ela é indispensável para obras de infraestrutura, além de ser a melhor forma de garantir a segurança energética para os mais diferentes setores. [...] Sem dúvida, há tempos a energia temporária deixou de ser algo pontual e se tornou uma aliada indispensável na operação e avanço dos mais diferentes setores da economia brasileira”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 03.09.2018)

6.5 Artigo de Ivan Salati e Francisco Rondinelli (Associação Brasileira de Energia Nuclear): “Razões para concluir Angra 3”

Em artigo publicado no jornal O Globo, Ivan Salati e Francisco Rondinelli, da Associação Brasileira de Energia Nuclear discorrem sobre o programa nuclear brasileiro. Segundos os autores, “o Brasil vacila em retomar seu programa nuclear. Prova disso é que, de 1972 a 2018, o país ergueu apenas duas usinas e mantém paralisada a construção de Angra 3. As duas usinas brasileiras em operação — Angra 1 e Angra 2 — estiveram entre as mais produtivas do mundo em 2017”. Eles concluem expondo sua visão sobre o problema relacionado à Angra 3, “não parece muito complexo resolver o dilema em relação à Angra 3. Estão faltando apenas dois insumos estratégicos essenciais para que o país possa garantir desenvolvimento econômico e social: maturidade política e visão de Estado”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 04.09.2018)

6.6 Artigo de Claudio Sales e Richard Hochstetler: “Financiamento do Setor Elétrico: desafios e novos caminhos (partes 1 de 2)”

Em artigo de duas partes publicados na Agência CanalEnergia, Claudio Sales e Richard Hochstetler, do Instituto Acende Brasil, abordam os desafios e as possibilidades dos modelos de financiamento do Setor Elétrico Brasileiro (SEB). Para a primeira parte do artigo, os autores trataram de definir o SEB, explorando as causas e consequências dos problemas relacionados ao financiamento do setor. Na segunda parte são discutidas as particularidades das diferentes formas de financiamento e sugeridos aprimoramentos do financiamento do setor com base na promoção da estabilidade macroeconômica, na mitigação do risco regulatório e em inovações no mercado de capitais. Os autores concluem que, “em síntese as empresas podem contribuir para a financiabilidade mais eficiente pela escolha das fontes e modalidades de captação de recursos, mas é o Estado o agente que mais pode atuar para aprimorar o financiamento no Brasil, sendo o primeiro passo, simplesmente, a promoção de um ambiente macroeconômico estável e previsível”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 05.09.2018)

6.7 Editorial do jornal O Estado de São Paulo: “Bons Ventos”

Em editorial, o jornal O Estado de São Paulo trata do crescente espaço do setor eólico na produção de energia no Brasil. O texto conclui que "o crescimento da energia eólica no Brasil deve ser uma meta tanto do poder público como da iniciativa privada. Os benefícios ambientais, sociais, econômicos e geopolíticos da exploração da energia dos ventos, abundantes por estas terras, não podem ser ignorados". Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 06.09.2018)

Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.

As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.

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