IECC: nº 167 - 02 de fevereiro de 2022

Editor: Prof. Nivalde J. de Castro

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Índice

1 Marco Institucional

1.1 MME: PDE 2031 sinaliza 75 GW de expansão na década

O MME lançou no dia 24 de janeiro, a Consulta Pública nº 119/2022, para aprimoramento do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031. As contribuições podem ser feitas até o dia 23 de fevereiro, utilizando o formulário disponibilizado no site do MME. A previsão inicial do PDE é de investimentos de R$ 528 bilhões em energia elétrica no período. A geração centralizada terá a maior parte dos recursos, com R$ 292 bilhões, sendo seguida pela geração distribuída, com R$ 135 bilhões. A transmissão terá R$ 101 bilhões. Somando os valores de petróleo, gás e biocombustíveis, o PDE sinaliza investimentos de R$ 3,2 trilhões. Na parte de geração, a minuta do PDE destaca que o ano de 2021 foi marcado pela crise hídrica que atingiu principalmente o subsistema Sudeste/ Centro-Oeste. A capacidade instalada deve saltar de 200 GW em 2021 para 275 GW em 2031. Do total, 229 GW ou 83% serão de fontes renováveis, enquanto 46 GW, ou 17%, serão oriundos de fontes não-renováveis. A previsão do plano é que a geração centralizada crescerá 41 GW até 2031, indo a 220 GW. O PDE também prevê que a geração distribuída tenha um grande salto em 2031, saindo dos atuais 8 GW para 37 GW. Já a autoprodução crescerá 5 GW no período, chegando a 18 GW. (CanalEnergia – 24.01.2022)

1.2 MME abre consulta pública sobre benefícios ambientais do setor elétrico

O Ministério de Minas e Energia abriu no dia 21 de janeiro, a Consulta Pública n° 118, que trata do relatório “Proposta de Diretrizes para a Consideração de Benefícios Ambientais no Setor Elétrico – Lei nº 14.120/2021”. O documento foi produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no âmbito do processo de Modernização do Setor Elétrico. Segundo o órgão do governo, o relatório apresenta propostas consolidadas após debates amplos e técnicos, fruto de três workshops organizados pela EPE durante o ano de 2021, sendo o terceiro coorganizado com a Agência Internacional de Energia (IEA). Nas discussões citadas foram abordados diversos pontos como as emissões de carbono e especificidades do setor elétrico. (CanalEnergia – 21.01.2022)

1.3 Abeeólica: Brasil atinge 21 GW de capacidade instalada da fonte eólica

O Brasil atingiu a marca de 21 GW de potência instalada da fonte eólica. São mais de 9 mil aerogeradores em operação em 777 parques eólicos distribuídos em 12 Estados do Brasil. Segundo a Abeeólica, há mais de 532 MW que já estão em operação de testes e devem entrar em operação comercial nas próximas semanas. A energia eólica é a segunda fonte mais utilizada no Brasil para a geração de energia elétrica, com 11,5% de presença na matriz elétrica brasileira, atrás apenas das hidrelétricas. A previsão da associação que representa o setor é o Brasil chegar a mais de 33 GW de capacidade eólica instalada em 2026. Os dados sobre geração de energia mais recentes são de 2020 e mostram que as eólicas geraram, naquele ano, 57 TWh de energia, o que, na média mensal, seria suficiente para abastecer 28,8 milhões de residências por mês, o que significa uma população de cerca de 86,4 milhões de pessoas. (Valor Econômico – 21.01.2022)

2 Regulação

2.1 Retrospectiva Aneel: Publicação reúne os principais acontecimentos da agência e do setor elétrico em 2021

Está disponível para leitura a Retrospectiva Aneel 2021, uma publicação que reúne os principais fatos e decisões da Agência no último ano. A divisão por editorias, novidade desta edição, destaca a atuação da Agência em cada segmento do setor elétrico. Com um cenário desafiador para o setor elétrico, o ano de 2021 exigiu uma expressiva e inovadora atuação da Aneel. As ações da Agência ao longo do ano foram destacadas e premiadas pelo foco na transparência, vanguarda e especial compromisso com o interesse público. Estas e outras atividades estão documentadas na Retrospectiva Aneel 2021 que pode ser acessada no site da Aneel. (Aneel – 25.01.2022)

2.2 Aneel debate segurança de barragens em audiência pública

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) promoveu, no dia 27 de janeiro, audiência pública para discutir com a sociedade a segurança de barragens fiscalizadas pela Agência. A sessão virtual, que contou com 10 contribuições, foi transmitida ao vivo pelo canal da Aneel no YouTube e acompanhada por mais de 100 pessoas. Na ocasião, foi debatido o aprimoramento da proposta de revisão da Resolução Normativa nº 696/2015, responsável por estabelecer critérios e ações de segurança de barragens inspecionadas pela Agência, em função de alteração da Lei nº 12.334/2010, que trata da Política Nacional de Segurança de Barragens. “As barragens do setor elétrico têm características que são diferentes e que precisam ser tratadas também de forma diferente em relação às barragens de mineração", destacou o diretor da Agência Hélvio Guerra. “A nova lei, e agora a nova regulamentação da Aneel, colocam o assunto sob essa perspectiva”. O novo arcabouço legal motivou, assim, a reavaliação da norma da Aneel. Nele, termos e novos conceitos foram aprimorados e introduzidos sobre o assunto. (Aneel – 27.01.2022)

3 Leilões

3.1 EPE, ONS e Aneel divulgam Nota Técnica do Leilão de Energia Nova A-4/2022

A Empresa de Pesquisa Energética - EPE divulga Nota Técnica conjunta com o Operador Nacional do Sistema - ONS (ONS NT 0007/2022 / EPE-DEE-RE-002/2022) referente à metodologia, premissas, critérios e configuração do sistema elétrico para definição da capacidade de escoamento de instalações da Rede Básica, Demais Instalações de Transmissão (DIT) e Instalações de Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para Conexão Compartilhada (ICG). O procedimento da divulgação foi estabelecido pela Portaria MME nº 444, de 25 de agosto de 2016, em seu artigo 3º, §2º. Ainda, de acordo com a citada Portaria, essa Nota Técnica foi aprovada pelo MME e está sendo disponibilizadas nos sítios da EPE, da Aneel e do ONS. Acesse aqui e verifique os arquivos no rodapé da página. (EPE – 24.01.2022)

4 Inovação

4.1 Brasil tem 194 startups para resolver questão energética

Um estudo realizado pela consultoria de gerenciamento e aceleradora Quintessa mapeou 194 startups brasileiras que podem ajudar a resolver a questão energética do país. Os principais potenciais apontam para três áreas urgentes: uso de fontes renováveis, eficiência energética, monitoramento e gerenciamento de energia. Segundo o levantamento, grande parte das empresas de inovação identificadas tem capacidade de auxiliar a indústria privada e setores públicos na melhor utilização de recursos energéticos, na oferta de energias ambientalmente mais amigáveis, além de ajudar a entender possíveis e melhores cenários futuros. Ainda neste viés de estudos, a Agência Internacional de Energia produziu relatório em outubro de 2020 afirmando que os investimentos em projetos energéticos descarbonizados devem triplicar em dez anos para alcançar a neutralidade de carbono em 2050, sinalizando a aderência aos temas mencionados acima. (CanalEnergia – 24.01.2022)

5 Biblioteca Virtual

5.1 Artigo de Thiago Flores e Rodrigo Murussi sobre o potencial do hidrogênio verde para o Brasil e o mundo

Em artigo publicado no jornal CCEN, Thiago Vallandro Flores e Rodrigo Murussi, respectivamente, sócio coordenador e associado pleno da área de Financiamento de Projetos no Dias Carneiro Advogados, tratam do potencial do hidrogênio para o mundo e o Brasil. Segundo os autores, “o Hydrogen Council, que reúne CEOs de 92 empresas globais, estima que o hidrogênio verde responderá por quase 20% da demanda de energia no mundo até 2050 – mercado estimado em US$ 2,5 trilhões e 30 milhões de empregos. No Brasil, desde fevereiro de 2021, foram assinados ao menos seis memorandos de entendimento entre os Estados do Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro com multinacionais. Os investimentos em projetos de produção de hidrogênio verde a partir de fontes renováveis são estimados em US$ 22,2 bilhões”. Eles concluem que “com as condições legais favoráveis e uma melhoria do cenário econômico e ambiental, é possível esperar para breve mais notícias sobre o desenvolvimento da indústria de hidrogênio verde no país – uma tendência muito alinhada com demandas e necessidades globais”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 25.01.2022)

5.2 Artigo de Albert Cheung: “Mantenha a calma: riscos da transição energética e pistas falsas em 2022”

Em artigo publicado no BloombergNEF, Albert Cheung (chefe de análise da BloombergNEF) trata da observação de quais são de fato os riscos para transição energética em 2022. Segundo o autor, “a energia limpa teve uma boa pandemia. As implantações globais de energia eólica e solar atingiram novos recordes em 2020 e 2021, assim como as vendas de veículos elétricos, e a COP26 em Glasgow trouxe progresso em várias frentes importantes. [...] Ao mesmo tempo, a crise global de energia e commodities, o ambiente macroeconômico em rápida mudança e os desafios políticos obscurecem o horizonte. Pode ser difícil discernir quais desses riscos são reais para a transição de baixo carbono e quais são provavelmente pistas falsas”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 26.01.2022)

Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.

As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.

Para contato: iecc@gesel.ie.ufrj.br