IECC: nº 119 - 02 de fevereiro de 2021

Editor: Prof. Nivalde J. de Castro

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Índice

1 Marco Institucional

1.1 MME defende privatização da Eletrobras e diz que Ferreira Junior segue no conselho

O MME divulgou uma nota nesta segunda-feira (25) agradecendo Wilson Ferreira Junior pelos trabalhos prestados na presidência da Eletrobras e ressaltando que o executivo permanecerá no conselho de administração da estatal, “no qual continuará dando a sua contribuição para a melhoria da gestão e governança da empresa”. Ainda na nota, o governo reafirmou a avaliação de que a capitalização da Eletrobras é “essencial e necessária” para a recuperação da capacidade de investimento da companhia. O processo de privatização proposto pelo governo prevê a capitalização da empresa de forma a diluir o controle da União sobre a empresa. É uma forma de arrecadar recursos tanto para o governo quanto para a própria empresa investir. “Com a capitalização, a Eletrobras se tornará uma corporação brasileira de classe mundial, com capital pulverizado, focada em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, tornando-se uma das maiores empresas de geração renovável do mundo”, acrescenta a nota. (Valor Econômico – 25.01.2021)

1.2 Presidente promete acelerar privatizações, mas não cita Eletrobras

Após o anúncio da saída de Wilson Ferreira Junior do comando da Eletrobras pela incerteza na privatização da estatal, o presidente Jair Bolsonaro anunciou na manhã desta terça-feira, 26 de janeiro, que em 2021 iria acelerar o calendário de privatizações e dar continuidade às medidas de aperfeiçoamento do ambiente de negócios. O presidente participou da abertura da Conferência de Investimentos na América Latina 2021.  Bolsonaro não citou a Eletrobras ou outra estatal na sua fala, mas revelou ainda que também quer acelerar os leilões de concessões, em especial no âmbito do PPI. (Agência CanalEnergia – 26.01.2021)

1.3 PDE 2030: EPE e MME divulgam caderno de Parâmetros de Custos

A EPE lançou na última quarta-feira, 27 de janeiro, o caderno de Parâmetros de Custos de Geração e Transmissão do PDE 2030, apresentando detalhes das fontes energéticas consideradas como oferta para a expansão de energia nos estudos, assim como os custos referenciais de expansão das interligações entre os subsistemas. De acordo com a publicação, elaborada anualmente sob as diretrizes e o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE/MME), as fontes eólica e fotovoltaica tiveram seus custos de implantação e operação reduzidos, refletindo as tendências de mercado observadas. Já fontes como PCH e CGH, Biomassa (Bagaço de Cana, Cavaco de Madeira) e Biogás mantiveram os níveis de custos equalizados com os utilizados para o PDE 2029. Acesse o caderno e outros documentos relativos ao PDE 2030 aqui. (Agência CanalEnergia – 29.01.2021)

2 Empresas

2.1 Presidente da Eletrobras renuncia ao cargo

O presidente da Eletrobras , Wilson Ferreira Junior, renunciou ao cargo por motivos pessoais, segundo comunicado da companhia divulgado aos acionistas e ao mercado na noite deste domingo (24). De acordo com o comunicado, ele ficará no cargo até o dia 5 de março, o que possibilitará a transição para o sucessor. O nome do próximo presidente ainda não foi anunciado. (Folha de São Paulo – 25.01.2021)

3 Leilões

3.1 EPE, ONS e ANEEL divulgam NT para o cálculo das margens dos Leilões A-4 e A-5

A EPE divulga Nota Técnica conjunta com o ONS (ONS NT 0004/2021 / EPE-DEE-RE-002/2021) referente à metodologia, premissas, critérios e configuração do sistema elétrico para definição da capacidade de escoamento de instalações da Rede Básica, Demais Instalações de Transmissão (DIT) e Instalações de Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para Conexão Compartilhada (ICG). O procedimento da divulgação foi estabelecido pela Portaria MME nº 444, de 25 de agosto de 2016, em seu artigo 3º, §5º. Acesse aqui. (EPE – 22.01.2021)

3.2 MME disponibiliza Sistema de Declaração Digital para leilões A-4 e A-5

O MME disponibilizou em seu portal o Sistema DDIG com o modelo de Declaração de Necessidades de Compra de Energia Elétrica e o Termo de Compromisso do Agente de Distribuição para os leilões A-4 e A-5, que devem ser realizados em 11 de junho desse ano com a contratação de empreendimentos existentes e novos, com início de suprimento em janeiro de 2025 para o primeiro certame, e em 2026 para o segundo. (Agência CanalEnergia – 22.01.2021)

3.3 Aneel homologa o Leilão A-1 de 2020

A Aneel homologou nesta terça-feira (26/1) o Leilão nº 6/2020, também chamado Leilão de Energia Existente “A-1”, realizado em 4 de dezembro de 2020. O certame, para compra de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes, promoveu a negociação de cinco lotes, cada qual de 1 MW médio, ao preço de venda de R$ 142,00 por MWh. Tal valor representa deságio de 11,25% com relação ao preço-teto estabelecido. A empresa ECEL – Eletron Comercializadora de Energia LTDA arrematou um total de 87.600 MWh. (Aneel – 26.01.2021)

4 Oferta e Demanda de Energia Elétrica

4.1 Comerc: Consumo de energia tem alta de 10,3% em dezembro

Impactado pela pandemia, o consumo de energia elétrica apresentou altos e baixos ao longo de 2020. Com a flexibilização das medidas de isolamento social iniciada no último trimestre, os primeiros sinais de recuperação foram observados a partir do desempenho geral dos principais setores da economia, o que elevou a 10,3% a demanda em dezembro em relação ao mesmo mês de 2019, informa o levantamento realizado pela Comerc Energia. A pesquisa mostra que as medidas restritivas a partir de março fizeram o consumo geral dos 11 principais ramos de atividade econômica recuarem 18,12% e 16,96% em abril e maio na comparação com os mesmos meses do ano anterior – maiores quedas desde 2015, quando o Índice Comerc começou a monitorar o desempenho do mercado livre de energia. A recuperação deu os primeiros sinais em setembro, seguindo em alta gradativa até dezembro. (Agência CanalEnergia – 27.01.2021)

4.2 ONS: consumo desacelera, mas previsão é de crescimento de 2,1%

A previsão de consumo de energia desacelerou para o mês de janeiro mas continua em alta. É o que apresenta a quarta revisão semanal do PMO do Operador Nacional do Sistema Elétrico. A estimativa é de que a carga feche o período em crescimento de 2,1% quando comparada a janeiro de 2020. O maior destaque é para o Sudeste/Centro-Oeste com 3% de expansão, no Norte o aumento está projetado em 2,1%, no Nordeste em 1,7%. Já no Sul está a única queda, de 0,4%. (Agência CanalEnergia – 22.01.2021)  

4.3 CCEE: Consumo de energia aumentou 1,1% no começo de janeiro

A CCEE informou que na primeira quinzena do mês de janeiro de 2021, o consumo de energia elétrica registrou alta de 1,1% em relação ao mesmo período de 2020. Os dados constam na primeira edição do ano do InfoMercado Quinzenal. Segundo a CCEE, o Mercado Livre, o chamado ACL, apresentou, no mesmo período, alta de 10,6%. Enquanto isso, o ACR, registrou queda de 2,8% na comparação anual, devido aos impactos da pandemia de COVID-19. Ao expurgar o efeito das migrações entre os ambientes, observa-se uma queda de 0,8% para o ACR, enquanto o ACL, que consome 31,5% de toda a energia elétrica gerada no país, cresceu 5,8%. (Agência CanalEnergia – 28.01.2021)

5 Inovação

5.1 Hidrogênio azul importado 'mais barato do que verde' na UE

O hidrogênio azul importado será mais barato do que o hidrogênio verde fabricado na UE em 2030, de acordo com um novo estudo da Aurora Energy Research. O analista do mercado de energia comparou o custo de entrega do hidrogênio de quatro países da UE (Alemanha, França, Holanda e Espanha) e seis globalmente (Austrália, Chile, Marrocos, Noruega, Rússia e Reino Unido), com um exemplo de consumidor no norte da Alemanha. As importações de hidrogênio oferecem uma solução para países que têm metas ambiciosas de uso de hidrogênio, mas podem não ter potencial para atender toda essa demanda localmente. O estudo descobriu que, para um consumidor de hidrogênio no noroeste da Europa, a fonte mais barata de hidrogênio com baixo teor de carbono em 2030 será o hidrogênio azul produzido na Holanda ou na Noruega, seguido pelas importações de hidrogênio verde do Marrocos. (Renews – 26.01.2021)

5.2 Novo estudo apoia a importação de hidrogênio

Uma coalizão, que compreende DEME, Engie, Exmar, Fluxys, Porto de Antuérpia, Porto de Zeebrugge e WaterstofNet, concluiu um estudo industrial em grande escala mapeando os aspectos financeiros, técnicos e regulatórios de toda a cadeia de importação de hidrogênio. Após uma análise minuciosa de todos os elementos, o estudo conclui que a importação de energia renovável por meio de portadores de hidrogênio verde se tornará uma parte essencial de nosso suprimento de energia, complementando a transição sustentável baseada na energia gerada internamente. Vários tipos de transportadores derivados de hidrogênio de uma variedade de regiões de fornecimento serão capazes de fornecer energia renovável e matérias-primas com custo competitivo até 2030-2035, concluiu o estudo. (Renews – 27.01.2021)

6 Biblioteca Virtual

6.1 Artigo Gesel: A mudança do perfil dos consumidores e a servitização da eletricidade

Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Lorrane Câmara, pesquisadora plena do Gesel, Rubens Rosental, pesquisador sênior do Gesel e Mateus Amâncio, pesquisador júnior do Gesel, falam sobre a mudança de comportamento dos consumidores e a crescente servitização da eletricidade. O spesquisadores afirmam que “a crescente preocupação em relação às mudanças climáticas, acentuada em função da pandemia da COVID-19, e o desejo por um maior nível de confiabilidade da oferta e pela independência energética impulsionam o processo de empoderamento e conscientização dos consumidores. Estes deixam de encarar a eletricidade como um produto homogêneo, uma commodity, e passam a se preocupar com a procedência do quilowatt-hora consumido.” Conclui-se que, “foi-se o tempo em que a uma empresa de energia elétrica bastava ser fornecedora de eletricidade. A tendência é que, cada vez mais, as distribuidoras e comercializadoras se transformem em provedoras de uma gama de serviços customizados e de ponta para seus clientes e o mercado de energia se torne crescentemente competitivo.” Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 27.01.2021)

6.2 Artigo de Adriano Pires (CBIE) sobre o processo de privatização da Eletrobras

Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) defende a necessidade de privatização da Eletrobras. Segundo o autor,  “a privatização é a resposta pragmática para viabilizar parte dos investimentos necessários para a expansão do setor elétrico e contribuir para resolver os problemas macroeconômicos do Brasil”. Ele conclui que a questão “não é uma escolha política ou ideológica, mas sim uma necessidade que tem de ser resolvida de forma pragmática, sem buscar no passado soluções que já não se encaixam na realidade do mundo em que vivemos”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 25.01.2021)

6.3 Artigo de Jerson Kelman e Rafael Kelman sobre o mercado de hidrogênio verde no Brasil

Em artigo publicado na Editora Brasil Energia, Jerson Kelman, professor da COPPE-UFRJ e atual presidente do CA da Eneva, e Rafael Kelman, diretor da PSR Energy, falam sobre as potencialidades de um mercado de hidrogênio verde no Brasil. Segundo os autores, “seria do interesse tanto do Brasil quanto de países desenvolvidos como a Alemanha criar um mercado para o hidrogênio verde”. Eles concluem que “a diplomacia brasileira tem uma oportunidade de ouro (de 24 quilates!) para atuar na defesa dos interesses comerciais do país e, ao mesmo tempo, recuperar nosso papel de liderança mundial em temas ambientais”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 25.01.2021)

6.4 Artigo de Clemente Álvarez e Mariano Zafra, do El País, sobre a concentração de parques solares

Em artigo publicado no jornal El País, Clemente Álvarez e Mariano Zafra analisam os impactos do que eles chamam de “boom” fotovoltaico. Os autores analisam a concentração espacial dos parques fotovoltaicos atuais, e fazem projeções para o futuro de acordo com os planos do governo e de empresas de instalar novas usinas. No fim, eles salientam a preocupação do governo de que estes parques estejam muito concentrados, o que pode causar impactos ambientais na região onde se encontram. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 26.01.2021)

Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.

As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.

Para contato: iecc@gesel.ie.ufrj.br