IECC: nº 33 - 02 de abril de 2019

Editor: Prof. Nivalde J. de Castro

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Índice

1 Marco Institucional

1.1 MME: Subsídio na energia será reduzido, diz ministro

A redução dos subsídios que encarecem as contas de luz foi defendida pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Para ele, a queda do preço de oferta da energia eólica no Brasil pode ser considerado um sinal de que essa fonte de geração já não precisa mais do incentivo oferecido. Atualmente, a Casa Civil analisa a edição de decreto que prevê a redução do subsídio oferecido a produtores rurais. (Valor Econômico - 28.03.2019)

1.2 MME: demanda de investimentos no SE é de R$ 400 bi até 2027

Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a demanda de investimentos no setor elétrico chega à soma de R$ 400 bilhões até 2027. Segundo o ministro, a parcela renovável da oferta de energia no país deverá chegar a 48% nesse período. (Agência Senado – 26.03.2019)

1.3 Governo prevê publicar em dezembro plano para setor de energia até 2050, diz ministro

O governo federal deverá publicar em dezembro o Plano Nacional de Energia 2050, que apresentará diretrizes para a política do país no setor nas próximas décadas, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele afirmou ainda que há discussões em andamento no governo sobre a possibilidade de aumentar o horizonte de um outro estudo de planejamento publicado periodicamente, o chamado PDE. (Reuters - 27.03.2019)

1.4 Projeto de hidrelétrica de R$ 6 bi em Roraima é retomado

O governo retomou estudos para tirar do papel nos próximos anos a hidrelétrica de Bem Querer, uma usina em Roraima que demandaria aportes de cerca de R$ 6 bilhões e poderia ser oferecida a investidores em um leilão em 2021, segundo a EPE.

(Folha de São Paulo – 26.03.2019)

1.5 MP 855/18: Emenda inclui solução para o GSF no projeto de conversão

Uma emenda ao projeto de conversão da Medida Provisória (MP) 855/18 pode se tornar a alternativa para a solução dos débitos relacionados ao risco hidrológico de geradores. A proposta do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) é a mesma incluída no Projeto de Lei 10.985, já aprovado no Senado, mas ainda sem perspectiva de aprovação na Câmara. Para ter acesso à MP 855/18, clique aqui.

(Agência CanalEnergia – 28.03.2019)

2 Regulação

2.1 Tarifa social será mantida mesmo após desoneração da conta de luz, diz Aneel

O Brasil possui uma "grande base" de consumidores de energia incluídos na faixa de baixa renda que não recebem na conta de luz o benefício da tarifa social - desconto de 10% a 65%. Segundo o diretor da Aneel Sandoval Feitosa, apesar do esforço de desoneração tarifária da autarquia, o subsídio da tarifa de baixa renda deve ser preservado."

(Valor Econômico - 28.03.2019)

2.2 Aneel: Discussões para buscar reduções tarifárias serão intensificadas

Após ter anunciado na última semana a quitação da conta ACR, a Aneel busca outras frente de modo a procurar reduções nos custos da tarifa. De acordo com o diretor Sandoval Feitosa, discussões sobre temas como a presença dos subsídios, tributações estaduais, mais presença de gás e a compra de energia mais barata vão continuar no radar da agência.

(Agência CanalEnergia – 27.03.2019)

2.3 Aneel: Abril terá bandeira tarifária verde

A bandeira tarifária em abril de 2019 será verde, sem custo para os consumidores. A previsão hidrológica projetada para o mês ainda indica a tendência verificada em março, de recuperação do nível dos reservatórios. (Aneel – 29.03.2019)

3 Empresas

3.1 Eletrobras: Lucro líquido foi de R$ 12 bi no 4º trimestre de 2018

A Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 12,073 bi no quarto trimestre de 2018, revertendo prejuízo de R$ 3,998 bi apurado em igual período do ano anterior. No acumulado de 2018, o resultado foi um lucro de R$ 13,348 bi, revertendo prejuízo de R$ 1,726 bi do calendário antecedente. (Valor Econômico - 28.03.2019)

3.2 Eletrobras: Novo modelo de venda de ativos deve ser lançado em abril

Segundo o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, a companhia pretende lançar em abril o novo modelo de venda de ativos, incluindo fatias minoritárias em 47 SPEs de transmissão e geração de energia renovável. Ferreira espera levantar algo em torno de R$ 1,5 bi com a venda desses ativos. (Valor Econômico – 29.03.2019)

4 Oferta e Demanda de Energia Elétrica

4.1 Carga de energia cresce 5,1% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2018

A carga de energia no SIN cresceu 5,1% em fevereiro, ante igual mês de 2018. Segundo o ONS, a carga totalizou, no mês passado, 71.943 MW med. No acumulado dos últimos 12 meses, a carga do SIN aumentou 2,6%, em relação a igual período anterior. Frente a janeiro, o consumo caiu 1,6%. O ONS atribui o crescimento da carga ao maior número de dias úteis e às temperaturas ligeiramente superiores verificadas. (Valor Econômico - 26.03.2019)

5 Inovação

5.1 Paraná terá incentivo fiscal para veículos elétricos

O governador do Paraná, Ratinho Júnior, assinou nesta quinta-feira (21/03) projeto de lei que zera a alíquota de IPVA de veículos elétricos, que atualmente é de 3,5%. O projeto foi assinado nesta sexta (22/03). Além da lei, o governo paranaense quer isentar o ICMS para a aquisição desses veículos. (Brasil Energia – 22.03.2019)

6 Biblioteca Virtual

6.1 GESEL: TDSE 85 – “Dinâmica da inovação no Setor Elétrico e desafios para a regulação: reflexões sobre a experiência de Portugal”

Já está disponível o novo Texto de Discussão do Setor Elétrico (No 85), intitulado “Dinâmica da inovação no Setor Elétrico e desafios para a regulação: reflexões sobre a experiência de Portugal”. O trabalho, de autoria de Nivalde de Castro (coordenador geral do GESEL), Renata Lèbre La Rovere (pesquisadora do GESEL e professora do Instituto de Economia da UFRJ), Rubens Rosental (coordenador de temas especiais/estratégicos do GESEL) e Antônio Pedro Lima (pesquisador do GESEL), aponta que três grandes forças de pressão - descarbonização, digitalização e descentralização – impactarão profundamente o setor elétrico nos próximos anos ao longo de toda a cadeia de valor. Essas três forças são discutidas no texto por atores do setor elétrico português, a partir de entrevistas e de visitas técnicas que a equipe do GESEL realizou, em Lisboa e em Coimbra, entre os dias 07 e 11 de maio de 2018, a empresas, universidades, instituições de pesquisa e agências governamentais de Portugal, culminando com Seminário realizado na ERSE. Foram realizadas 13 entrevistas com atores sobre inovação na área de energia. O estudo procurou apresentar e analisar as principais reflexões dos atores portugueses sobre tendências tecnológicas para o setor elétrico, atividades de inovação desenvolvidas, boas práticas de inovação, regulação para inovação e boas práticas para políticas públicas. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. 

(GESEL-IE-UFRJ – 28.03.2019)

6.2 Artigo de Abel Holtz (consultor): “Data Maxima Venia”

Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, o consultor do setor elétrico, Abel Holtz, defende que para a renegociação do “Anexo C” do Tratado Binacional de Itaipu, Brasil e Paraguai alinhem seus pensamentos e ignorem qualquer sinal de interferência externa que possam influenciar negativamente as negociações. Segundo Abel, “há tempo para tenhamos uma negociação sadia, feliz e isenta de percepções anacrônicas, e como bem disse a direção da usina, no momento a prioridade é a continuidade do programa de manutenção e modernização da planta ampliando a sua capacidade de geração e segurança. Mas, temos que alinhar nossas agendas já, para o bom termo das negociações”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. 

(GESEL-IE-UFRJ – 25.03.2019)

6.3 Artigo de José Eli da Veiga: "Sustentabilidade avança pouco?"

Em artigo publicado no Valor Econômico, José Eli da Veiga, professor sênior do IEE/USP, levanta um questionamento a cerca do avanço da sustentabilidade e como este desafio impacta as grandes companhias globais. "Grandes companhias globais falam muito de sustentabilidade, mas o que fazem é por demais insuficiente, concluiu recente estudo feito no notável IMD (Lausanne). Menos de um terço das empresas analisadas mostraram alguma coerência entre discurso e prática", alerta o livro "Winning Sustainability Strategies" (Palgrave, 2019). Segundo o autor, "a experiência mostra que as melhores empresas mudam com rapidez surpreendente quando o público exige que tenham outro comportamento e, simultaneamente, recompensa as que o adotam e pune as demais". Para ler o texto na íntegra, clique aqui. 

(GESEL-IE-UFRJ – 27.03.2019)

6.4 Artigo de Claudio Sales e Richard Hochstetler: “Ausência do Estado e perdas de energia”

Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, Claudio J.D. Sales e Richard L. Hochstetler, ambos do Instituto Acende Brasil, falam sobre a política da Aneel em relação às perdas não técnicas (PNTs). Segundo os autores “as distribuidoras de energia são responsáveis pela ligação das unidades de consumo, pela instalação e manutenção dos medidores e pela emissão das faturas. Portanto, o furto de energia elétrica é um problema que extrapola a responsabilidade da distribuidora e é fruto da ausência do Estado”. Eles concluem que “a revisão geral da metodologia de definição de PNTs é necessária para determinar metas mais compatíveis com a realidade”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 27.03.2019)

6.5 Artigo de Roberto Alvarez "Brasil precisa de uma agenda contemporânea de inovação"

Em artigo publicado no Valor Econômico, Roberto Alvarez, doutor em engenharia de produção e diretor executivo da Global Federation of Competitiveness Councils, trata da necessidade de uma agenda política que promova a inovação em diversos setores da economia. Segundo ele, "os investimentos em P&D são majoritariamente feitos pelo setor público e concentrados nos inputs dos processos de inovação". Para mudar essa realidade, o autor destaca pontos como a criação de um ambiente econômico mais favorável ao investimento em inovação, com taxas de juros menores; simplificação do sistema tributário e melhoria da alocação de recursos de pesquisa, hoje concentrado em universidades, com uso de instrumentos antigos e poucos efetivos. Ele conclui que "o desafio é grande e o problema, sistêmico", sendo preciso reconhecer e enfrentar o problema, ressaltando que "a inovação é primeiro um problema de negócios, economia e instituições". Para ler o texto na íntegra, clique aqui. 

(GESEL-IE-UFRJ - 28.03.2019)

6.6 Artigo de Rachel E. Andalaft (REA Consult): “Práticas internacionais na gestão de risco contra a quebra das comercializadoras no Brasil”

A consultora e gestora da REA Consult, Rachel E. Andalaft, teve recentemente um artigo publicado pela Agência CanalEnergia. Neste artigo, Rachel trata de possíveis ações de risco contra a quebra de comercializadoras, como por exemplo, englobar nessas ações um maior critério na análise de riscos da contraparte, a implementação de medidas preventivas como a contabilização e a apresentação de garantias em periodicidade semanal, além de auditorias nos balanços dessas comercializadoras. Segundo Rachel, “as medidas da ANEEL de fortalecer o papel institucional na regulação e fiscalização do nível de governança dos agentes são de primordial importância, sobretudo quando somadas, no futuro, à regulação e fiscalização da CVM em relação aos contratos financeiros. Tais medidas que fortalecem a governança dos agentes devem, nas palavras do líder da ANEEL, André Pepitone, ser implementadas ‘para ontem’. Acerta quem reconhece que esse futuro já começou”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 29.03.2019)

6.7 Editorial do Valor Econômico: Análise: Eletrobras vale mais se privatizada inteira, e não em pedaços”

Em editorial, o jornal Valor Econômico analisa o modelo de privatização da Eletrobras. Para eles, a estatal valeria mais se privatizada inteira e não em partes, resultando em uma perda no valor de R$ 12 bilhões, como sinalizado pela atual gestão pública. Segundo o governo, que ainda estuda o formato ideal para privatizar a Eletrobras, "a venda da estatal 'em pedaços', sob o argumento de que isso evitaria a concentração de uma empresa grande nas mãos de poucos investidores." Já para investidores e analistas, "a venda das subsidiárias levantaria menos recursos para a União — a estatal valeria menos nesse cenário — e a concentração do mercado não seria descartada, uma vez que nada impede um movimento de fusão desses ativos num futuro próximo." Para ler o texto na íntegra, clique aqui. 

(GESEL-IE-UFRJ - 28.03.2019)

6.8 “Entrevista com Luiz Barroso, da PSR: setor elétrico precisa definir aonde quer chegar”

Para o presidente da consultoria internacional PSR, Luiz Barroso, o principal desafio do setor elétrico brasileiro é ter clareza sobre onde se quer chegar. Mais do que um do especialista respeitado no setor elétrico, Barroso tem propriedade para criticar a falta de objetividade que existe entre os agentes, que pedem um modelo setorial menos intervencionista e mais pró-mercado, mas resistem bravamente sempre que os privilégios são ameaçados. Para ler o texto publicado na íntegra, clique aqui.

(GESEL-IE-UFRJ – 29.03.2019)

Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.

As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.

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