IECC: nº 160 - 25 de novembro de 2021

Editor: Prof. Nivalde J. de Castro

Para receber o informativo por email, clique aqui.


Índice

1 Marco Institucional

1.1 Governo reduz imposto de importação para equipamentos de geração elétrica

O governo federal decidiu reduzir as alíquotas do imposto de importação que incidem sobre produtos ligados à produção de energia, para fomentar fontes mais limpas e reduzir o custo de produção e comercialização de eletricidade no longo prazo, informou nesta quinta-feira (18/11) o Ministério da Economia. A medida, aprovada pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia na quarta-feira, será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. Após entrar em vigor, a medida permitirá uma redução da alíquota do imposto de importação aplicável para painéis solares de 12% para 6%; para determinados tipos de bateria de lítio, de 18% para 9%; para conversores de corrente contínua baixa de 14% para 7%; e para reatores nucleares, de 14% para zero. (Folha de São Paulo – 18.11.2021)

1.2 Brasil chegou à marca de 12 GW de potencial operacional na fonte solar

A Absolar anunciou que o país acaba de alcançar a marca de 12 GW de potência operacional da fonte solar fotovoltaica. O cálculo leva em conta usinas de grande porte e sistemas de pequeno e médio portes instalados em telhados, fachadas e terrenos. Desde 2012, segundo a associação, os investimentos em geração solar somam mais de R$ 60 bilhões, além de R$ 15,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. Atualmente, o Brasil conta com 4,5 GW de potência instalada em usinas solares de grande porte, o que corresponde a 2,4% da matriz elétrica do país. Ainda de acordo com a Absolar, esses empreendimentos são a sexta maior fonte de geração do Brasil. No setor de geração própria de energia, o país totaliza 7,5 GW de potência instalada da fonte solar. (Petronotícias – 18.11.2021)

2 Regulação

2.1 Aneel projeta aumento médio de 21% na tarifa em 2022

A Superintendência de Gestão Tarifária da Aneel estima um impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%. Esse índice foi calculado a partir de todo o universo de custos das distribuidoras e incluídos os impactos das medidas para enfrentamento da crise hídrica. De acordo com o memorando interno da SGT, essa estimativa levou em conta as diversas medidas para garantia do abastecimento de energia elétrica no SIN. E relaciona dentre elas, o despacho excepcional de todo o parque termelétrico disponível, a realização de programa de Redução Voluntária da Demanda, a importação de energia do Uruguai e Argentina, bem como a realização do leilão simplificado. Os custos excepcionais de geração, informa a SGT, no melhor cenário, apontam para um déficit de custo acumulado até abril de 2022, da ordem de RS 13 bilhões. Esse valor, já descontado a previsão de arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar escassez hídrica no período. “Esse déficit de custo frente à cobertura tarifária distribuidoras implica em um impacto tarifário médio de aproximadamente 6,37%”, avalia a SGT. (CanalEnergia – 12.11.2021)

2.2 Aneel consolida normas relativas à regulação econômica-financeira das operações

A Aneel aprovou a nova resolução normativa que consolida as normas relativas à regulação econômica-financeira das operações. A medida atende ao Decreto 10.139/2019, que determina a consolidação ou revogação de normas tacitamente revogadas ou cujos efeitos tenham se exaurido no tempo. A nova resolução é composta por oito dispositivos que foram criados no período de 2005 a 2020. Em geral, esses atos estabelecem os procedimentos para solicitação de anuência, pelos agentes do setor de energia; define os procedimentos para análise de atos de concentração e infrações, e disciplina a desvinculação de bens vinculados aos serviços de geração, transmissão e distribuição. (Brasil Energia – 18.11.2021)

3 Empresas

3.1 Lucro da Eletrobras cai 65,7%, para R$ 965 mi no 3º trimestre

O lucro líquido da Eletrobras no terceiro trimestre atingiu R$ 965 milhões, o que representou uma queda de 65,7% na comparação com o ganho de R$ 2,814 bilhões de igual período do ano passado. A receita operacional líquida da companhia ficou em R$ 9,957 bilhões, uma alta de 50,2% frente aos R$ 6,626 bilhões do terceiro trimestre do ano passado. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização entre julho e setembro foi de R$ 5,596 bilhões, um crescimento de 4,2% ante os R$ 5,369 bilhões de igual período de 2020. Segundo a companhia, o resultado do terceiro trimestre foi impactado negativamente por ajustes na contabilização de provisões para contingências que somaram R$ 9,434 bilhões. (Valor Econômico – 16.11.2021)

4 Leilões

4.1 Leilão de Transmissão é confirmado para 17 de dezembro

A Aneel realizou nesta terça-feira (16/11) a aprovação final do edital do Leilão de Transmissão nº 2/2021, para a construção e a manutenção de 902 KM em linhas de transmissão e de 750 MVA em capacidade de transformação de subestações. A deliberação é o último passo necessário para o certame, após o envio da documentação para verificação do Tribunal de Contas da União (TCU). O leilão será em 17 de dezembro na sede da B3, em São Paulo. Os cinco lotes no edital possuem expectativa de investimento de R$ 2,9 bilhões, com a previsão de criação de 6.607 empregos diretos. Os empreendimentos, com prazo de conclusão de 36 a 60 meses, contemplarão os estados do Amapá, Bahia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Um dos destaques do certame é o Lote 5, no Amapá, referente à construção da linha de transmissão Macapá - Macapá III, com 10 km, e à subestação Macapá III, com transformação de 2 x 150 MVA. A inclusão do lote visa a solucionar o atendimento elétrico à região de Macapá, a fim de evitar ocorrências como as registradas em 2020 na região. (Aneel – 16.11.2021)

4.2 Leilão de Reserva de Capacidade é aprovado para 21 de dezembro

A Aneel aprovou nesta terça-feira, 16 de novembro, o edital do Leilão de Reserva de Capacidade de 2021. O custo marginal de referência do produto de energia ficou em R$ 212/ MWh e o Custo Marginal para o produto potência ficou em R$ 974 mil /MW ano. O leilão será realizado em 21 de dezembro e quer contratar potência e energia associada de usinas termelétricas novas e existentes, com início de suprimento nos anos de 2026 e 2027, respectivamente. Foram cadastrados 132 projetos, oferta de 50,6 GW de potência, sendo que pouco mais de 9 GW já estão em operação. Do total 47 mil MW provêm de termelétricas a gás natural. O prazo de suprimento é de 15 anos. A margem de escoamento de geração será adotada com critério de classificação. Na próxima quinta-feira, 18 de novembro, o edital do leilão deve ser publicado, de maneira que ele siga a ser realizado na data prevista. Para o produto Energia, serão firmados contratos no Ambiente Regulado, caso as compradoras sejam distribuidoras, e também no Ambiente Livre, se a aquisição atender consumidores livres, autoprodutores, agentes comercializadores de energia elétrica, agentes varejistas e os geradores participantes na condição de compradores. Com a iniciativa, a Aneel abre a possibilidade de negociação de CCEALs também dentro de leilões, e não apenas no Mercado Livre de Energia. (CanalEnergia – 16.11.2021)

5 Inovação

5.1 BNEF: Brasil deve despontar como mercado global de hidrogênio verde

O Brasil deve despontar nos próximos anos como grande mercado de hidrogênio verde. Em painel realizado na última sexta-feira, 12 de novembro, durante o Brazil Windpower, o analista da Bloomberg New Energy Finance, James Ellis, revelou que o país deverá ter o menor custo nivelado (LCOH) de hidrogênio verde em 2030 entre todos os mercados analisados, com o índice variando entre US$ 0,84 a US$ 1,31/ Kg. Segundo ele, em 2050 o LCOH deve continuar competitivo, com um LCOH entre US$ 0,55 e US$ 0,57/ Kg. Levando em consideração os custos de produção, transporte e armazenamento de hidrogênio verde, a estimativa da BNEF é que a indústria em escala poderia usá-lo por um custo de diferença de US$2/ Kg em 2030 e US$ 1/Kg. Os custos ficariam menores para os países com mais recursos renováveis, como o Brasil. (CanalEnergia – 16.11.2021)

5.2 CIP aplica MoU no Brasil para projeto de 1,8 GW eólico offshore, verde H2

A Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) da Dinamarca planeja participar de um projeto de energia eólica offshore de 1,8 GW e hidrogênio verde no estado brasileiro do Rio Grande do Norte. No dia 12 de novembro, o governo estadual e os representantes da CIP assinaram um memorando de entendimento (MoU) para executar o projeto de energia eólica offshore e hidrogênio verde Alisios Potiguares, anunciou o governo. Segundo o governo do Rio Grande do Norte, o estado gera atualmente 6,1 GW de energia eólica, enquanto seu consumo é de 1,5 GW, o que o torna um exportador de energia limpa. O potencial do estado para energia eólica offshore é estimado em 140 MW, acrescenta o governo. (Renewables Now - 17.11.2021)

6 Biblioteca Virtual

6.1 Relatórios Observatório de Hidrogênio, de Mobilidade Elétrica e de Tecnologias Exponenciais

O GESEL está disponibilizando Relatórios Observatório com os temas Hidrogênio, Mobilidade Elétrica e Tecnologias Exponenciais. Os relatórios têm como objetivo central apresentar um estudo analítico do acompanhamento sistemático do setor, realizado pelos Informativos Setoriais. Atenta-se às principais políticas públicas, diretrizes, inovações tecnológicas e regulatórias, lacunas, perspectivas e aos desafios de cada um dos temas. Acesse os últimos números publicados: Observatório de Mobilidade Elétrica Nº 2; Observatório de Tecnologias Exponenciais Nº 1; Observatório de Hidrogênio Nº1. Acesse aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 16.11.2021)

6.2 Artigo GESEL sobre o uso do etanol como fonte para o hidrogênio verde

O artigo avalia a viabilidade do uso do etanol como fonte sustentável para a produção de hidrogênio verde (H2V), comparando a eficiência de duas rotas de produção, a eletrólise da água utilizando energia solar e a reforma catalítica do vapor de etanol. Para obtenção do H2 a partir do etanol a rota mais adequada seria a reforma catalítica que tem uma taxa de conversão que varia de 60% a 67%. Tendo em vista que o etanol contém apenas 13,04% de massa de hidrogênio e a taxa de conversão, a produção de H2 considerando a safra de 2019/2020 seria de 440 kg de H2/ha-ano. Comparado ao rendimento do processo de eletrólise, representa um valor significativamente menor. O autor aponta que o uso do etanol como fonte de H2V só seria atraente dependendo do rastro ambiental. E do ponto de vista do uso da terra a produção por eletrólise gera um impacto ambiental 52x menor comparado ao uso do etanol. Ele também destaca que a energia solar é a solução capaz de se equiparar com a fonte solar. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 19.11.2021)

6.3 Artigo: “Mudanças climáticas na América Latina e Caribe: Desafios e oportunidades”

Em artigo publicado no Valor Econômico, Anna Ivanova, Julie Kozack, Sònia Muñoz e Jorge Roldós, membros do FMI, tratam dos desafios e oportunidades decorrentes do cenário de mudanças climáticas na América Latina e Caribe. Segundo os autores, “a transição climática poderia ajudar a impulsionar o crescimento, gerar novos empregos e, em paralelo, apoiar a recuperação após a pandemia e melhorar os resultados em termos de saúde. A transição será facilitada em alguns países da ALC por suas riquezas naturais: metais “verdes” como cobre, níquel, cobalto e lítio”. Eles concluem que “instrumentos contingentes do Estado, como títulos ligados a desastres ou os swaps de dívida por natureza, também poderiam ser úteis. Contudo, o financiamento do setor privado não será suficiente e o apoio bilateral e multilateral – em condições concessionais e sob a forma de doações para os países mais vulneráveis – será crucial”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 16.11.2021)

Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.

As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.

Para contato: iecc@gesel.ie.ufrj.br