IECC: nº 232 - 12 de junho de 2023

Editor: Prof. Nivalde J. de Castro

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Índice

1 Marco Institucional

1.1 Governo quer melhorar percentuais da tarifa social

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em visita a sede do Instituto Nacional do Semi-Árido (Insa), em Campina Grande (PB), que a pasta está trabalhando em projetos que priorizem a tarifa social para resolver a distorção criada nos últimos anos quanto aos subsídios concedidos ao setor elétrico, pensando nos consumidores regulados pelas distribuidoras e que não tiveram condições e a oportunidade de migrar ao mercado livre, e que pagam atualmente uma das contas de luz mais caras do país. Na ocasião Silveira reforçou ser esse um pedido do presidente Lula, assim como a determinação e foco nas condições necessárias que viabilizem investimentos nacionais e internacionais para gerar emprego e renda ao povo nordestino, citando que o encontro de hoje é para debater as contribuições do Insa e que os ministérios podem dar visando acelerar esse processo, que segundo ele passa pela academia, estudos, marco regulatório e as linhas de transmissão anunciadas nos leilões deste ano. (CanalEnergia - 02.06.2023)

1.2 ONS: Estudos para retomada de importação de energia elétrica da Venezuela

O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, disse nesta sexta-feira (2) que a instituição foi chamada para participar de um grupo de estudos para avaliar a retomada da importação de energia elétrica da Venezuela para o Brasil. Segundo ele, a infraestrutura que interliga os dois países está deteriorada, com necessidade de reparos para a retomada das operações, suspensas em 2016 e interrompidas em 2019, com o início do governo de Jair Bolsonaro. O grupo de estudos vai avaliar a capacidade instalada na região e a quantidade de energia que pode ser vendida pela Venezuela para o Brasil. "A infraestrutura se desgastou ao longo desses anos. Depois que foi interrompida [a exportação venezuelana], toda uma estrutura foi montada em função daquilo [da decisão]", disse Ciocchi, após participar do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia. Além da situação das linhas de transmissão, o grupo do qual o ONS faz parte vai analisar qual a real necessidade de envio de energia para Roraima, único Estado ainda não integrado ao SIN. (Valor Econômico - 02.06.2023)

1.3 Setor elétrico e Congresso querem revisar marco, mas esperam sinal do governo

Agentes do setor elétrico defenderam hoje a necessidade de um esforço coletivo que possa permitir efetivar um rearranjo das regras setoriais, em prol de uma maior sustentabilidade de longo prazo. Durante o Fórum de Líderes em Energia, realizado no Rio de Janeiro, disseram que a regulação atual ficou defasada e vem propiciando distorções, com os crescentes subsídios, que pesam cada vez mais nas tarifas; a acelerada expansão das fontes renováveis, e a forte evolução de novas tecnologias. Parlamentares ligados ao setor engrossaram o coro, defendendo, a necessidade de convergência em torno de um texto legislativo, com o aval do governo. No entanto, a crítica por parte de agentes públicos e privados é que falta um posicionamento mais claro do atual governo sobre o tema. Em conversas com agentes do setor, em condição de anonimato, sobram lamentos sobre a falta de diálogo concreto por parte do Ministério de Minas e Energia (MME) em torno da questão. A escolha do ministro Alexandre Silveira de cancelar sua ida ao Fórum hoje, privilegiando evento da Frente Nacional de Prefeitos, em João Pessoa, reforçou a insatisfação. (Broadcast Energia - 01.06.2023)

1.4 Potencial para avançar em renováveis está nos municípios, diz Silveira

Durante um encontro com prefeitos na Paraíba, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que o verdadeiro potencial para avançar na geração de energia limpa está nos municípios. Ele destacou os recursos renováveis de alta qualidade do Brasil, como etanol, energia solar e eólica, que são competitivos e impulsionam a oferta de energia limpa. O ministro enfatizou a importância dos gestores públicos em buscar investimentos para impulsionar a transição energética e promover o desenvolvimento sustentável, ressaltando os benefícios ambientais e econômicos. Além disso, o ministro mencionou a interação do governo federal com as prefeituras e a necessidade de linhas de transmissão para escoar os projetos de energia renovável, destacando o próximo leilão de transmissão com investimentos de R$15 bilhões e a meta de licitar R$56 bilhões em novas instalações até o meio do ano seguinte. (CanalEnergia – 01.07.2023)

1.5 Número de fusões e aquisições em energias renováveis aumentam no Brasil

Levantamento realizado pela Redirection International mostrou que o volume de fusões e aquisições (M&A) envolvendo empresas de energias renováveis cresceu 58% no Brasil em 2022 em relação a 2021, passando de 31 para 49 transações. O bom desempenho do segmento de renováveis acompanha os resultados das atividades de M&A no setor macro de energia, que registrou crescimento de 81% no ano passado, o maior dos últimos quatro anos, com 114 operações, contra 63 em 2021. Segundo o diretor da Redirection International, João Caetano Magalhães, esse é um momento interessante para negociações de energia renovável, com mega deals, startups e projetos em diferentes fases de implantação e operação no Brasil. Ele ainda destacou que existem grandes grupos internacionais buscando vender ativos locais e grupos nacionais recalibrando seus portfólios, além dos fundos de investimento que estão bastante ativos no setor O estudo mostrou que a participação da vertical de renováveis tem crescido em relação ao setor macro de energia nos últimos anos, tendência que deve se manter no futuro. Somente nos cinco primeiros meses de 2023 foram registradas 16 transações envolvendo empresas de energia renovável, mais de 50% do total de operações realizadas na área de energia, que chegou a 25 neste ano até o final de abril. Para 2023, a expectativa é que as atividades de M&A sigam em alta no mercado de energias renováveis. Entre as negociações em andamento, o levantamento da Redirection International destaca a busca de um sócio estratégico ou financeiro da Eneva para sua plataforma de ativos de energia renovável. Magalhães também afirmou que o aumento no volume de negociações envolvendo empresas de energias renováveis é reflexo do bom desempenho do setor como um todo, que responde por mais da metade da matriz energética brasileira. (CanalEnergia - 02.06.2023)

2 Regulação

2.1 Aneel homologa diferença de receita na aplicação da tarifa social e repasse da CDE de abril

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou a diferença mensal de receita (DMR) apurada na aplicação da tarifa social de energia elétrica e os recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) a serem repassados às distribuidoras referentes a abril deste ano. De acordo com despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 1º, o valor total da DMR e o repasse da CDE, dividido entre distribuidoras, é equivalente para o mês e foi fixado em R$ 466,96 milhões. (Broadcast Energia - 01.06.2023)

2.2 Aneel/Sandoval: setor elétrico vai receber R$ 500 bi em investimentos até o fim desta década

Até o fim desta década, o setor elétrico vai receber R$ 500 bilhões em investimentos, após a soma de R$ 1 trilhão que já foi destinada ao segmento desde a criação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 25 anos, informou o diretor geral da agência, Sandoval Feitosa. Segundo ele, a motivação para esse investimentos passa por vários fatores, entre eles a confiança progressiva nas regulações do setor de energia, além do fato de o Brasil ser um País continental e requerer investimentos em grande escala. Segundo ele, apenas os leilões de linhas de transmissão este ano devem somar investimentos de R$ 60 bilhões. "99,8% da população brasileira tem energia elétrica, e isso só foi possível pelo capital privado", destacou Feitosa. Ele ressaltou que no setor elétrico "não há espaço para aventuras políticas", e que as decisões tomadas pela Aneel visam o longo prazo. "Não apenas quatro anos", disse, referindo-se ao mandato presidencial. (Broadcast Energia - 02.06.2023)

3 Empresas

3.1 Petrobras: Redução das emissões de carbono em 40% desde 2015

A Petrobras reduziu as emissões absolutas de CO2 em 40% desde 2015, afirmou a gerente-executiva de mudança climática e descarbonização da companhia, Viviana Coelho. Segundo ela, para cada barril de petróleo extraído hoje, as emissões de gases de efeito estufa correspondem à metade das verificadas em 2009. Coelho, que participou do segundo dia do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, afirmou que a aprovação dos novos elementos estratégicos traz a descarbonização “na raiz” dos negócios da petroleira. “Quando se fala em transição energética, ela é simultânea na oferta e na demanda”, disse ela. Coelho salientou que a Petrobras planeja gerar energia elétrica com cada vez menos emissões de carbono. “O futuro plano energético [da companhia] prevê mais investimentos em renováveis e energéticos de baixo carbono”, destacou Coelho. (Valor Econõmico - 02.06.2023)

3.2 Petrobras poderá ter até 15% do investimento total em baixo carbono

A decisão do Petrobras em ter de 6% a 15% do investimento total destinado a negócios de baixo carbono também poderá envolver renováveis. De acordo com a Gerente Executiva de Mudança Climática, Viviana Coelho, que participou na última sexta-feira, 2 de junho, de painel no Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, no Rio de Janeiro (RJ), esse direcionamento vai permitir que o portfólio da companhia comece lentamente a ter maior participação desses setores, obtendo de forma rentável uma diversificação no negócio da estatal. O percentual de investimento foi divulgado na revisão do Plano Estratégico 2024-2028, no dia 1º de junho. Ainda de acordo com ela, a Petrobras reduziu 40% da suas emissões absoluta desde 2015. Essa redução teve como base a eficiência. No segmento de exploração e produção, a emissão de um barril é metade do que era em 2009. ela conta que esse resultado foi obtido através de um conjunto de ações em temas como eficiência energética e redução de perdas e flares. A gerente da Petrobras apontou ainda que a descarbonização está presente no plano estratégico da empresa, com uma alto grau de conscientização do assunto. A intenção da petroleira é que os produtos produzidos sejam os melhores em carbono. (CanalEnergia – 05.06.2023)

3.3 Eletrobras: Elaboração de política de carbono zero

A Eletrobras pretende anunciar em julho a política para carbono zero, afirmou recentemente o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr. Segundo ele, a empresa está com térmicas que estão no fim da concessão e serão descomissionadas após o encerramento dos contratos. A maioria dessas térmicas, afirmou, foi construída na época do racionamento de energia. A orientação dos acionistas da Eletrobras é para ir “além das energias renováveis”, disse. “O tema ESG diferencia a empresa, para o bem e para o mal”, observou Ferreira, em participação no Fórum Brasileiro de Líderes em Energia. Ferreira destacou que a privatização da companhia, que completa um ano neste mês, cria uma perspectiva de investimentos que não existia, e que os investimentos da empresa podem ser, neste ano, quatro vezes maiores do que no ano anterior. (Valor Econômico - 02.06.2023)

3.4 Eletrobras pode investir até quatro vezes mais

Após a privatização, realizada no ano passado, a Eletrobras pode ter uma capacidade de investimento esse ano até quatro vezes maior que quando era estatal. Durante o Fórum Brasileiro de Líderes de Energia, realizado nesta sexta-feira, 2 de junho, no Rio de Janeiro (RJ), o presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, revelou que a empresa antes investia cerca de R$ 4 bilhões por ano. “A privatização criou perspectiva de investimentos que ela não tinha”, afirma. Ele almeja que a Eletrobras seja reconhecida como uma empresa de excelência e destaque, assim como são a Embraer e a Vale, ex-estatais que foram privatizadas na década de 90 no século passado. Ferreira Júnior revelou ainda que no próxima dia 12 de julho a empresa vai anunciar a sua política de descarbonização, com vistas ao net zero. A ação deve envolver o descomissionamento de termelétricas cujo contratos devem se encerrar nos próximos anos. Segundo ele, são usinas que foram construídas na época do racionamento e seriam movidas a diesel. A sua simples substituição já traria significativa redução nas emissões da Eletrobras, segundo o executivo. (CanalEnergia - 02.06.2023)

3.5 Sesa e Light Energia: Pedido de prorrogação das concessões de energia

A Light, em recuperação judicial, informou que a Light Serviços de Eletricidade (Sesa) e a Light Energia protocolaram perante o MME o pedido de prorrogação das suas concessões. Desde que a Light entrou no processo de recuperação judicial, a renovação das suas concessões é a principal aposta para reverter a sua situação. Em maio, porém, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que o governo, além de definir diretrizes para a renovação das concessões das distribuidoras, pode avaliar o histórico de gestão da concessionária e se quer mantê-la na concessão de fornecimento de energia. (Valor Econômico - 02.06.2023)

4 Oferta e Demanda de Energia Elétrica

4.1 MME: Pelos próximos 2 a 3 anos, teremos tranquilidade com relação a suprimento energético

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Efraim Cruz, afirmou que pelo menos nos próximos dois ou três anos o Brasil tem suprimento energético garantido, mas que é preciso costurar um grande acordo no setor elétrico para garantir a sustentabilidade desse suprimento. "Pelos próximos dois, três anos teremos momentos de muita tranquilidade, mas é uma oportunidade para trazer o setor para um nível de sustentabilidade", disse durante a abertura do Fórum dos Líderes de Energia, no Rio de Janeiro, representando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Cruz disse que o setor elétrico ainda possui muitas assimetrias, "provocado por uma colcha de retalhos que são os subsídios", e que esse acordo com o setor poderia ajudar a resolver essa questão. (Broadcast Energia - 01.06.2023)

4.2 Projeção de aumento da carga sobe para 3,5% em junho, indica ONS

A primeira revisão semanal do Programa Mensal de Operação de junho mostra uma elevação na projeção de carga do mês. A nova estimativa do ONS, divulgada nesta sexta-feira, 2 de junho, aponta para um aumento de 0,2 ponto porcentual, ante o esperado inicialmente para o período. Agora é esperado um aumento de 3,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. O destaque foi a retomada da carga no maior submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste com expansão de 2,2%. O Norte segue sendo a região com maior crescimento, 16,4%, devido à retomada de um consumidor livre na Rede Básica. No Nordeste a alta é calculada em 5,3% e no Sul está a única queda, com 0,4%. Já a previsão de vazões recuou. Em nenhum submercado está na média de longo termo. O volume mais elevado está no SE/CO com 89% da MLT, depois vem o Norte com 87%, Sul com 61% e, para fechar, o NE com o menor índice, 48% da média histórica. (CanalEnergia - 02.06.2023)

4.3 Grandes usinas solares atingem 9 gigawatts com investimentos de mais de R$ 46,2 bi feitos no Brasil

O Brasil atingiu um marco histórico ao ultrapassar os 9 GW de potência operacional nas grandes usinas solares, o que corresponde a mais da metade da capacidade instalada da hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo. Esse setor já atraiu mais de R$ 46,2 bilhões em investimentos desde 2012, gerando mais de 280,2 mil empregos e contribuindo com aproximadamente R$ 13,8 bilhões em arrecadação para o governo. A energia solar é considerada competitiva, limpa e desempenha um papel importante na transição energética e reindustrialização do país, proporcionando oportunidades, empregos e renda para a população. O Brasil tem potencial para se tornar um grande produtor de hidrogênio verde, com estimativa de receber cerca de R$ 1 trilhão em investimentos até 2040 para desenvolver essa indústria, incluindo geração de eletricidade, infraestrutura e tecnologias associadas. (Petronotícias – 03.06.2023)

4.4 Brasil foi o 5º maior consumidor de energia no mundo em 2021

O Brasil fechou o ano de 2021 com a sexta maior capacidade de geração instalada no mundo, com 182 GW. Em termos de consumo, o país encerrou aquele ano na quinta posição do ranking com 571 TWh. Os dados foram apresentados no Anuário Estatístico de Energia Elétrica, publicado pela EPE. Em termos de capacidade e consumo lideram a lista a China, Estados Unidos e Índia. O Brasil perde uma posição em termos de capacidade instalada para a Alemanha. De acordo com a EPE, essa comparação com outros países é feita com base nos números de 2021 por conta da dificuldade de obtenção das informações. Já sobre o ano de 2022, base do anuário, a EPE aponta que a capacidade instalada de geração no país aumentou 4,1%, alcançando pouco mais de 189 GW. A maior contribuição veio da geração hidráulica, que responde por 54,6% da capacidade, contudo, uma alta de apenas 0,2% ante o ano de 2021. Contudo, a maior expansão proporcional ocorreu na geração solar, que fechou o ano de 2022 com um aumento na potência instalada de 59,5% em relação ao ano anterior, o que corresponde a uma expansão de 2,8 GW. (CanalEnergia – 05.06.2023)

5 Inovação

5.1 Aneel apresenta regras para chamada de projetos de P&DI sobre hidrogênio renovável

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 06, a abertura da consulta pública sobre as regras para a chamada de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI) estratégico sobre o hidrogênio renovável no setor elétrico. O órgão regulador receberá contribuições sobre o tema no período de 7 de junho a 24 de julho. O assunto havia sido pautado na reunião de 16 de maio, mas foi retirado de pauta para avaliação da possibilidade de incluir projetos de outras fontes, não renováveis, além de porcentual de regionalização da produção. Uma das contribuições, bastante discutida, foi a possibilidade da Chamada Pública da Aneel abordar não somente o hidrogênio renovável, mas também o de baixo carbono. A principal motivação era que a agência evitasse o "trancamento tecnológico" no objeto da pesquisa. Em outras palavras, deveria o regulador disponibilizar a maior variedade de opções para o objeto da pesquisa, incluindo a produção hidrogênio por meio de outras fontes, não só as renováveis. (Broadcast Energia - 06.06.2023)

5.2 BNDES/Costa: País demandará investimento de R$ 1,5 tri para energia e H2V nos próximos 10 anos

A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do BNDES, Luciana Costa, afirmou que o Brasil precisará investir R$ 520 bilhões em geração de energia nos próximos dez anos e mais R$ 1 trilhão para desenvolver a cadeia de hidrogênio verde. Esses valores representam metade dos investimentos necessários para o setor de infraestrutura, que deve chegar a até R$ 3,5 trilhões no período. Costa ressaltou a importância do papel do BNDES como um grande banco de fomento para viabilizar esses investimentos, enfatizando que a entrada do banco no mercado impulsionará outras fontes de financiamento. Ela também destacou a necessidade de expandir a capacidade de geração de energia limpa para aproveitar o potencial das usinas de hidrogênio e ressaltou que o hidrogênio verde será fundamental para a transição em setores como transporte de longa distância, navegação, cimento e siderurgia. O Brasil possui vantagens competitivas nessa área, com potencial para desenvolver uma molécula de hidrogênio mais barata que o hidrogênio azul. (Broadcast Energia - 05.06.2023)

5.3 Petrobras/Tolmasquim: É possível investir em H2V e eólica offshore em países com regulação

O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, afirmou que investir em projetos de geração de energia limpa em países com regulação adiantada é uma opção na mesa da Petrobras. Ele falou a jornalistas no fim da tarde da segunda-feira, 5, em seminário sobre sustentabilidade organizado pelo BNDES em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES), da Alemanha. Esses investimentos internacionais, disse Tolmasquim, poderiam acontecer, desde que de maneira minoritária, em eólica offshore e hidrogênio verde, para que a Petrobras drible a demora na regulamentação dessas atividades no País e possa "esverdear" seu portfólio de ativos ao passo que acumula expertise para grandes projetos domésticos no futuro. Em linha com o que vêm dizendo integrantes da diretoria da Petrobras, inclusive o presidente Jean Paul Prates, os novos investimentos deverão acontecer em parceria com grandes empresas especializadas na atividade visada, a fim de compartilhar riscos e capital investido. Dentro do País, Tolmasquim afirmou que a companhia também considera investimentos em projetos greenfield de mercados considerados maduros. Isso poderia passar, por exemplo, por investimentos em eólica em terra, que têm regulação avançada. Uma investida da Petrobras nesse mercado serviria como uma demonstração mais rápida do engajamento da estatal com negócios de energia limpa. Mas, por ora, lembrou o diretor, tudo são "possibilidades". Decisões, de fato, somente no novo plano estratégico para o quinquênio entre 2024 e 2028, a ser divulgado em novembro. (Broadcast Energia - 05.06.2023)

5.4 Petrobras: Acordo com a Unigel para produção de H2V

A Petrobras anunciou que assinou um acordo de confidencialidade não vinculante com a Unigel com vigência de dois anos para explorar o desenvolvimento de negócios conjuntos em hidrogênio verde (H2V) e projetos de baixo carbono. Segundo a Petrobras, a iniciativa está inserida no contexto da revisão dos elementos estratégicos para o seu próximo plano estratégico, que será válido para o intervalo entre 2024 e 2028. A Unigel contratou o Citi para buscar um sócio estratégico para o projeto de produção de hidrogênio verde em Camaçari (BA), que vai demandar investimentos de até US$ 1,5 bilhão. Segundo duas fontes próximas às tratativas, a ideia é vender uma fatia do projeto, o primeiro em escala industrial do país, levantando os recursos necessários para viabilizar sua execução. (Valor Econômico - 06.06.2023)

5.5 Petrogal Brasil fará investimento de de R$ 2,7 mi em P&D voltado para Hidrogênio Verde

A ANP concedeu autorização para a Petrogal Brasil realizar investimentos de R$ 2,76 milhões em um projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D) voltado para o mercado de hidrogênio verde. Conforme autorização publicada hoje no Diário Oficial da União, o projeto visa "infraestrutura de nova edificação para implantação de sistema integrado de produção descentralizada e aplicação de Hidrogênio Verde para avaliação técnicocientífica dos impactos e oportunidades na indústria, mobilidade e na cadeia de energia". Como executor da iniciativa consta o Senai Cimatec. (Broadcast Energia - 01.06.2023)

5.6 Hidrogênio verde é aposta para descarbonização

Uma nova commodity e peça chave para a descarbonização da economia. Os termos usados para qualificar o chamado Hidrogênio Verde (H2V) revelam a grande expectativa que se criou nos últimos anos com a versão “limpa” desse elemento químico. “Existe um compromisso de descarbonização da economia que será favorecido pela eletrificação dos automóveis e instalações a partir da geração eólica e solar”, afirmou o economista Amaro Pereira, coordenador do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ. Um estudo do BCG afirma que o H2V está sendo visto por investidores institucionais como “oportunidade de investimento lucrativo” por seu “papel fundamental” na descarbonização daquelas indústrias cujas emissões são difíceis de reduzir. O estudo do BCG projeta que, para atingir as metas mundiais de descarbonização definidas no Acordo de Paris, os investimentos globais em produção e transporte de H2V devem atingir US$ 12 trilhões entre 2025 e 2050. Este seria o valor necessário para atender a demanda estimada, que deve subir dos atuais 94 milhões de toneladas para algo entre 350 milhões e 530 milhões de toneladas em 2050. O futuro é promissor e o Brasil está bem posicionado por sua capacidade de geração de energias renováveis que poderão impulsionar a produção de H2V. O estudo do BCG afirma que o país tem potencial para produzir 15 milhões de toneladas de H2V, assumindo assim o protagonismo no mercado, tanto para atender a transição energética da indústria e transporte locais, como para exportação. (Valor Econômico - 05.06.2023)

6 Biblioteca Virtual

6.1 GESEL publica Observatório de Energia Nuclear N° 3

O GESEL está lançando o relatório Observatório de Energia Nuclear número três. O Observatório de Energia Nuclear é feito com base no Informativo Eletrônico de Energia Nuclear e visa contribuir com a sistematização e a divulgação do conhecimento, identificando o papel da energia nuclear para o mundo de hoje, as estratégias e iniciativas para a sua aplicação que estão sendo adotadas nos setores elétricos nacional e internacional, o papel das empresas nesse processo, a dinâmica internacional que envolve a energia nuclear, como tem se dado o progresso tecnológico e por fim, apresentar os principais estudos que discutem essa tecnologia. Acesse o estudo aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 05.06.2023)

6.2 Artigo GESEL/AHK: "Agenda ESG e os investimentos na cadeia de valor do hidrogênio verde"

Foi publicado novo artigo GESEL no Portal de Hidrogênio Verde da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK). O texto, assinado por Nivalde José de Castro (Coordenador do GESEL), Luiza Masseno Leal (Pesquisadora do GESEL-UFRJ) e Leonardo Gonçalves (Pesquisador do GESEL) é intitulado “Agenda ESG e os investimentos na cadeia de valor do hidrogênio verde”. Segundo os autores, “a agenda ESG no ambiente corporativo, em conjunto com o desenvolvimento do mercado de precificação do carbono, incentivos aos investimentos verdes e a ampliação de soluções para a utilização do H2V, confere oportunidades promissoras para as empresas sediadas no Brasil”. Para ler o artigo na íntegra, acesse: https://www.h2verdebrasil.com.br/noticia/agenda-esg-e-os-investimentos-na-cadeia-de-valor-do-hidrogenio-verde/ (GESEL-IE-UFRJ – 05.06.2023)

Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.

As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.

Para contato: iecc@gesel.ie.ufrj.br