Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL, participará de Audiência Pública destinada a debater a inserção de sistemas de armazenamento de energia nos sistemas elétricos do Brasil. A reunião será realizada no dia 28 de maio, às 9h, no Plenário 14 do Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília. O evento ocorrerá em atendimento ao Requerimento nº 31/2025, de autoria do Deputado Federal Diego Andrade, aprovado em Reunião Extraordinária Deliberativa da Comissão de Minas e Energia, no dia 7 de maio de 2025. (GESEL-IE-UFRJ – 13.05.2025)
IECC: nº 324 - 18 de maio de 2025
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro
Para receber o informativo por email, clique aqui.
Índice
1 Marco Institucional
1.2 GESEL no ABDIB FÓRUM 2025
No dia 5 de junho, Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL, participará do ABDIB FÓRUM 2025 – “Infraestrutura: Caminho para o Desenvolvimento Sustentável”, que acontecerá no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, a partir das 9h. O evento é realizado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB). Nivalde será um dos palestrantes do painel “Regulação do Setor Elétrico e Transição Energética”, programado para acontecer das 16h40 às 18h. Também participam do mesmo painel como palestrantes, Alexandre Silveira (Ministro de Minas e Energia), Sandoval Feitosa (Diretor-Geral da ANEEL), Arnaldo Jardim (Deputado Federal) e representantes de empresas associadas. O ABDIB FÓRUM 2025 tem como proposta reunir autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, executivos das principais empresas do setor, além de lideranças e especialistas em um conjunto de painéis temáticos para a construção de uma agenda de ações com vistas ao estímulo dos investimentos no setor, fundamental para o aumento da competitividade e retomada do crescimento econômico. (GESEL-IE-UFRJ – 14.05.2025)
1.3 EPE apresenta perspectivas para hidrelétricas reversíveis em seminário do Gesel/UFRJ
Na última quinta-feira, 8 de maio, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) levou a palestra "Perspectivas para a inserção das Usinas Hidrelétricas Reversíveis na visão do planejamento energético" para seminário do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Intitulado "Perspectivas das Usinas Hidrelétricas Reversíveis para o armazenamento hídrico", o seminário reuniu exposições de diretores do Ministério de Minas e Energia (MME), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além da EPE e de representantes do segmento de geração: Eletrobras, Engie, Auren, CTG, Neoenergia, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), State Grid e Companhia Paranaense de Energia (Copel). (EPE – 14.05.2025)
1.4 ONS debate armazenamento hídrico em workshop sobre usinas reversíveis promovido pelo GESEL
O ONS participou do workshop “Perspectivas das Usinas Hidrelétricas Reversíveis para o Armazenamento Hídrico” no dia 8 de maio, na UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro Janeiro. O seminário foi organizado pelo GESEL - Grupo de Estudos do Setor Elétrico - UFRJ. Christiano Vieira da Silva, diretor de Operação do ONS, destacou temas relevantes como armazenamento e cortes de energia. Também participaram Christiany Salgado Faria, diretora do Departamento de Planejamento e Outorgas de Geração de Energia Elétrica do MME - Ministério de Minas e Energia; Ricardo Tili, diretor da Aneel; Reinaldo da Cruz Garcia, diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, entre outros representantes da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, EPE - Empresa de Pesquisa Energética, SEPAC – Casa Civil da Presidência da República, e de grupos que atuam no setor de geração: Eletrobras, Engie Brasil, Auren Energia, CTG Brasil, Neoenergia, Cemig, State Grid Brazil Holding S.A. e Copel. (LinkedIn – 16.05.2025)
1.5 Vetos ao PL 576/2021 dividem setor energético e podem evitar custo de R$ 545 bi
Entidades do setor elétrico estão pressionando o Congresso Nacional para derrubar vetos presidenciais ao Projeto de Lei nº 576/2021, que cria o marco legal da energia eólica offshore no Brasil. Os vetos de Lula atingiram trechos considerados "jabutis", por tratarem de temas alheios ao objetivo do PL, como a obrigatoriedade de contratação de termelétricas a gás, prorrogação de usinas a carvão e aquisição compulsória de energia de pequenas hidrelétricas. Especialistas alertam que a manutenção desses dispositivos pode gerar um custo adicional de R$ 545 bilhões nas contas de luz até 2050 e elevar as emissões de gases de efeito estufa em até 25%, contrariando compromissos ambientais do país. Enquanto entidades industriais e consumidores defendem os vetos para evitar encarecimento da energia, setores ligados ao gás e ao carvão fazem lobby pela derrubada, alegando segurança energética e manutenção de empregos. O Planalto, por sua vez, articula politicamente para preservar os vetos e manter a credibilidade ambiental do governo. (Valor Econômico - 12.05.2025)
1.6 Congresso vota vetos ao marco da eólica offshore em meio a pressão do setor elétrico
Com a votação do Congresso marcada para 27 de maio, entidades do setor elétrico intensificam esforços para derrubar os vetos presidenciais aos artigos do PL nº 576/2021, que regulamenta a energia eólica offshore no Brasil. Os vetos atingem trechos considerados “jabutis”, por tratarem de temas alheios ao objetivo do projeto, como a contratação compulsória de térmicas a gás, prorrogação de usinas a carvão e subsídios a pequenas hidrelétricas. Especialistas alertam que a inclusão desses dispositivos pode gerar impacto de R$ 545 bilhões nas contas de luz até 2050 e aumentar as emissões de gases de efeito estufa em até 25%, comprometendo a transição energética e os compromissos climáticos do Brasil. Enquanto o Planalto articula para manter os vetos e proteger sua credibilidade ambiental, setores como gás, carvão e PCHs defendem a derrubada, alegando segurança energética, infraestrutura e preservação de empregos. Já o setor eólico critica a distorção do projeto original e alerta para os custos sociais e ambientais dessa manobra legislativa. (Valor Econômico - 13.05.2025)
1.7 Reforma do setor elétrico em 2025 promete tarifa social, mercado livre e equilíbrio de custos
O governo federal prepara-se para publicar uma Medida Provisória que reforma o setor elétrico, com três eixos principais: tarifa social ampliada (com possibilidade de 60% de desconto), abertura do mercado livre para todos os consumidores e melhor distribuição de custos. Ângela Gomes, da PSR, avalia positivamente a proposta, destacando seus benefícios, mas alerta para riscos como alterações no Congresso ou inclusão de "jabutis". No primeiro eixo, a simplificação dos descontos pode aumentar a eficiência, enquanto no segundo, a abertura do mercado exige ajustes na TUSD para evitar aumento da CDE. O terceiro eixo busca equilíbrio, incluindo consumidores livres no rateio de incentivos à geração distribuída. Apesar dos avanços, preocupa a politização de questões técnicas, como ocorreu com vetos à lei eólica offshore. A última grande reforma efetiva foi em 2004, evidenciando a complexidade do tema. (Agência CanalEnergia - 14.05.2025)
1.8 Pará será o mais penalizado com alta de tarifa com veto a lei das eólicas offshore
Os vetos aos jabutis da lei que estabelece as diretrizes para a geração de energia eólica offshore devem encarecer as contas de luz em 9% e a região Norte será a mais penalizada, segundo levantamento da Abradee, associação das distribuidoras de energia. O Pará é o que terá o maior reajuste tarifário, segundo o levantamento: R$ 19,45 por MWh (megawatt-hora), seguido de Mato Grosso do Sul (R$ 18,03), Alagoas (R$ 17,88), Rio de Janeiro (R$ 17,97) e Amazonas (R$ 17,77). O impacto para os consumidores será um custo adicional às tarifas de R$ 545 bilhões, o equivalente a 25 anos de bandeira vermelha 2, o patamar mais elevado das contas de luz. (Folha de São Paulo – 12.05.2025)
1.9 MME e EPE realizarão 37 estudos em 2025 para planejar expansão da transmissão de energia
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anunciaram a execução de 37 estudos em 2025 para planejar a expansão da transmissão de energia elétrica no Brasil. As análises visam identificar novas instalações e equipamentos necessários para fortalecer o sistema, com foco em ampliar interligações regionais e avaliar a inclusão de hidrogênio como carga energética. Desses estudos, 15 são inéditos e 22 dão continuidade a pesquisas iniciadas em 2024. O objetivo é garantir eficiência e segurança no fornecimento de energia, diante do crescimento da demanda. A integração do hidrogênio na matriz energética pode reduzir emissões de carbono, alinhando-se a políticas de sustentabilidade. A iniciativa reforça o planejamento estratégico do governo para o setor elétrico. (Broadcast Energia - 12.05.2025)
1.10 MME não deve incluir novos temas na MP da reforma do setor elétrico
O Ministério de Minas e Energia (MME) em Brasília está trabalhando na elaboração de uma Medida Provisória (MP) para a reforma do setor elétrico, priorizando a agilidade na publicação ao evitar a inclusão de novos temas. Questões como a revisão dos subsídios para a Micro e Minigeração Distribuída (MMGD) serão tratadas separadamente. Até o momento, os subsídios no setor elétrico em 2025 totalizam R$ 10,4 bilhões, com destaque para fontes incentivadas como eólicas e solar, além da geração distribuída. O MME, sob o comando de Alexandre Silveira, busca reduzir as subvenções a essas fontes, visando a longo prazo eliminar descontos no uso da rede, como na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão e na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição, sem afetar os descontos para geradores de fontes incentivadas. A proposta visa a redução da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em cerca de R$ 10 bilhões, o que resultaria em uma queda nas tarifas de energia para os consumidores. O texto da reforma já foi aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aguarda publicação no Diário Oficial da União após sua viagem à Rússia e à China. (Broadcast Energia - 14.05.2025)
1.11 MME prorroga consulta pública sobre aversão a risco em modelos do setor elétrico
O Ministério de Minas e Energia (MME) estendeu em 10 dias o prazo da consulta pública que discute critérios para alterações no nível de aversão a risco nos modelos computacionais do setor elétrico, como Newave, Decomp e Dessem. A proposta, analisada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), visa definir regras para ajustes nesses parâmetros, que influenciam a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) e impactam preços e armazenamento de energia. Originalmente com prazo até 12 de maio, as contribuições agora podem ser enviadas até 22 de maio. A medida busca maior participação de agentes do setor na definição de variáveis críticas para a segurança energética do país. (Broadcast Energia - 13.05.2025)
1.12 MME nomeia novos integrantes do Comitê Gestor do Pró-Amazônia Legal
O Ministério de Minas e Energia publicou nesta quarta-feira, 14 de maio, portaria designando os novos representantes do Comitê Gestor do Pró-Amazônia Legal (CGPAL), responsável por coordenar ações relacionadas à integração energética na região da Amazônia Legal. A decisão foi assinada pelo ministro substituto da pasta, Arthur Cerqueira Valério. A nova composição do CGPAL reúne representantes de diversos setores governamentais, estaduais e da sociedade civil. Do Ministério de Minas e Energia, foram designados nomes das três principais secretarias da pasta: da Secretaria-Executiva, Gustavo Gonçalves Manfrim (titular) e Isabela Sales Vieira (suplente); da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento, Thiago Vasconcellos Barral Ferreira (titular) e Leandro de Oliveira Albuquerque (suplente); e da Secretaria Nacional de Energia Elétrica, Gentil Nogueira Sá Junior (titular) e Igor Souza Ribeiro (suplente). (Agência CanalEnergia - 14.05.2025)
2 Regulação
2.1 Aneel abre consulta pública para revisão de normas técnicas do ONS
A Aneel iniciou a Tomada de Subsídios nº 005/2025 para coletar contribuições sobre atualizações nos Procedimentos de Rede do ONS, visando adequação regulatória e aprimoramento da qualidade de energia. A consulta pública abrange a revisão de 17 submódulos, incluindo normas operacionais, diagnóstico de sistemas de proteção e indicadores de desempenho da Rede Básica. As sugestões podem ser enviadas até 23 de junho de 2025 pelo e-mail ts005_2025@aneel.gov.br, e as propostas estão disponíveis no portal da Aneel. O processo busca alinhar as regras do setor elétrico às necessidades técnicas e regulatórias atuais. (Aneel – 09.05.2025)
2.2 Aneel aprova prazo de 30 meses para implementação de sistema de liquidação do EUST
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o cronograma que autoriza o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a implementar, em até 30 meses, um sistema computacional para apoiar a liquidação financeira dos Encargos de Uso do Sistema de Transmissão (EUST). O período autorizado passou a contar desde de 1º de janeiro de 2025. A decisão foi tomada em 13 de maio, durante a 16ª reunião ordinária da diretoria da Aneel. Inicialmente, o cronograma apresentado pelo ONS foi considerado incompleto, pois previa apenas 205 dias úteis para definir a solução e elaborar uma proposta orçamentária, sem detalhar o prazo total de implementação da plataforma. Diante da falta de marcos e prazos claros no plano original, a Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (STD) exigiu um novo cronograma. Em resposta, o ONS acrescentou 24 meses ao prazo inicial, totalizando os 30 meses aprovados, o que foi considerado razoável pela diretora relatora do projeto, Ludimila da Silva, ante a complexidade associada. Além disso, a Aneel determinou que o ONS apresente entregas parciais da solução em marcos trimestrais, permitindo o acompanhamento contínuo do progresso pela STD. (Agência CanalEnergia - 13.05.2025)
2.3 Aneel assumirá presidência da ARIAE em 2026
O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, foi eleito presidente da Associação Ibero-americana de Entidades Reguladoras de Energia (ARIAE). A presidência da entidade seguirá um modelo rotativo, no qual os dirigentes máximos de três instituições-membro se revezarão no comando entre maio de 2025 e abril de 2028. O ciclo de liderança terá início com Andrés Astacio, da Superintendência de Eletricidade da República Dominicana, que presidirá a ARIAE de maio de 2025 a abril de 2026. Em seguida, Sandoval Feitosa assumirá o cargo entre maio de 2026 e abril de 2027. Por fim, Zelmar Rodríguez, da Autoridade Nacional dos Serviços Públicos do Panamá, liderará a associação de maio de 2027 a abril de 2028. (Aneel – 14.05.2025)
2.4 Aneel adia decisão sobre novo estatuto da CCEE
A Aneel adiou novamente a homologação do novo Estatuto Social da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, após pedido de vistas do diretor Fernando Mosna. Ele apontou ilegalidade em pelo menos um ponto do documento que permitia à CCEE decidir sobre a distribuição do número de votos na Assembleia Geral, avançando sobre uma questão que é tratada na Convenção de Comercialização de Energia Elétrica. O voto apresentado pelo relator Ricardo Tili nesta terça-feira (13/05) é favorável à aprovação do documento, que passou por alterações para a correção de incompatibilidades apontadas pelo diretor em novembro do ano passado. Na época, a diretoria decidiu não homologar o estatuto. (Agência CanalEnergia - 13.05.2025)
3 Empresas
3.1 Petrobras: Lucro cresce 48,6% e vai a R$ 35,2 bi no 1° tri 2025
A Petrobras compartilhou as demonstrações financeiras de sua operação no primeiro trimestre de 2025. A companhia encerrou o período com lucro líquido de R$ 35,2 bilhões, o que representa um crescimento de 48,6% em relação ao mesmo período de 2024. O EBTIDA ajustado somou R$ 61 bilhões (+1,7%) e a receita de vendas atingiu R$ 126,1 bilhões (+4,6%). Apesar do desempenho positivo geral, o segmento de Gás, Energia e Baixo Carbono registrou prejuízo de R$ 244 milhões, revertendo o lucro de mais de R$ 1,7 bilhão do ano anterior. A queda nesse setor foi atribuída à redução nas vendas de gás natural e à baixa nos preços tanto do gás (-16,4%) quanto da energia elétrica (-20,9%). Quanto aos investimentos da petroleira, o volume realizado somou US$ 4 bilhões (+33,6%). A maior parte foi direcionada ao setor de Exploração & Produção (US$ 3,5 bilhões), com destaque para o avanço de projetos. O segmento de Refino, Transporte e Comercialização recebeu US$ 400 milhões, enquanto Gás, Energia e Baixo Carbono teve o menor aporte, com R$ 55 milhões. Além disso, a receita com energia elétrica aumentou alcançando R$ 810 milhões (+28,4%), ao passo que a venda de gás ficou em R$ 5,2 bilhões (-21,1%). Já a dívida líquida subiu 28,4%, indo a US$ 56 bilhões, elevando a alavancagem da companhia para 1,45 vez. (Agência CanalEnergia - 13.05.2025)
3.2 Petrobras: Pagamento de R$ 11,72 bi em dividendos e JCP é aprovado
A Petrobras aprovou o pagamento de R$ 11,72 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares, equivalente a R$ 0,90916619 por ação ordinária e preferencial em circulação, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025. O pagamento será efetuado em duas parcelas. A primeira, de R$ 0,45458310 por papel, será paga em 20 de agosto sob JCP, e a segunda, de R$ 0,45458309 por ação, em 22 de setembro, sendo R$ 0,30844749 sob a forma de dividendos e R$ 0,14613560 sob JCP. Conforme comunicado, o movimento está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de definido no plano de negócios em vigor (atualmente US$ 75 bilhões), e observadas as demais condições da Política, a empresa deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre. (Agência CanalEnergia - 13.05.2025)
3.3 Petrobras mantém transição energética nos planos apesar da queda do petróleo
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que, apesar da necessidade de redução de custos e simplificação de projetos devido à queda na cotação do petróleo, a transição energética continua nos planos da estatal. A empresa estuda reestruturar a área de gás, transferindo parte das atividades para a diretoria de refino após a saída de Mauricio Tolmasquim. Chambriard também expressou preocupação com os preços dos combustíveis em postos com a marca Petrobras, destacando que a empresa perdeu o controle direto sobre a ponta após a privatização da BR Distribuidora, agora Vibra Energia. Mesmo com a nova política comercial e preços abrasileirados, ela garantiu que a Petrobras segue gerando lucro. (Valor Econômico - 13.05.2025)
3.4 Eletrobras: Prejuízo de R$ 81 mi no 1º tri 2025
A Eletrobras compartilhou suas demonstrações financeiras referentes ao primeiro trimestre de 2025. A companhia, no período, registrou prejuízo de R$ 354 milhões, enquanto o prejuízo ajustado ficou em R$ 81 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 447 milhões em 2024. Segundo a empresa, o resultado reflete a revisão feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na base regulatória de ativos da Chesf, que teve impacto de R$ 952 milhões. Além disso, a receita do segmento de geração atingiu R$ 7 bilhões (+9,4%) e a do segmento de transmissão totalizou R$ 4,4 bilhões (-13%), influenciada pelo adiamento do processo de revisão tarifária. Ainda, o EBTIDA ajustado ficou em R$ 4,53 bilhões (-2,5%) e a dívida líquida fechou em R$ 39,272 bilhões. Já os investimentos no trimestre somaram a R$ 912 milhões (-25,3%), explicado – de acordo com a ex-estatal – pela conclusão das obras do parque eólico de Coxilha Negra, em Santana do Livramento (RS). (Agência CanalEnergia - 14.05.2025)
3.5 Eletrobras cai no Ibovespa após resultado fraco no 1º tri 2025
As ações da Eletrobras (ELET3 e ELET6) registraram forte queda, figurando entre as maiores baixas do Ibovespa, após a divulgação de um resultado fraco no primeiro trimestre de 2025. A companhia apresentou um Ebitda ajustado 19% abaixo das estimativas do Goldman Sachs, influenciado negativamente pela exposição às variações de preços nos submercados de energia, além de receitas 2% abaixo do esperado. Apesar disso, analistas destacaram aspectos positivos, como a redução da dívida e melhorias na estrutura de custos e provisões, com recomendações de compra tanto do Goldman Sachs quanto do BTG Pactual, que fixaram preços-alvo entre R$ 48 e R$ 58 para os papéis. (Valor Econômico - 15.05.2025)
3.6 Eletrobras vende usinas térmicas no Amazonas para a Âmbar Energia por R$ 2,9 bi
A Eletrobras concluiu a venda parcial de usinas térmicas a gás natural no Amazonas para o grupo J&F, por meio da Âmbar Energia, braço energético da holding dos irmãos Batista. O negócio envolveu seis usinas, um novo projeto e o direito de reversão de quatro centrais, totalizando cerca de 1.600 MW. A operação vai gerar cerca de R$ 2,9 bilhões para a Eletrobras, incluindo pagamentos por ativos e garantias contratuais, além de R$ 600 milhões já recebidos pela Eletronorte referentes ao caixa gerado entre a assinatura e o fechamento do contrato. A empresa ainda pode receber até R$ 1,2 bilhão adicionais em earn-out, condicionado a metas futuras, e aguarda aprovação regulatória para concluir a venda da térmica Santa Cruz, no Rio de Janeiro. (Valor Econômico - 14.05.2025)
3.7 Raul Lycurgo deixará presidência da Eletronuclear, dizem fontes
O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite, está prestes a deixar o cargo que ocupa há quase dois anos. Seu mandato se encerrou em abril e ele decidiu não ser reconduzido, permanecendo na chefia da empresa até a escolha de um novo nome para assumir a presidência. Lycurgo foi nomeado com a missão de reativar as obras da usina nuclear de Angra 3 e implementar medidas para reequilibrar a situação econômico-financeira da Eletronuclear, que enfrenta dificuldades financeiras. Fontes próximas à empresa afirmam que sua nomeação visava impulsionar a retomada das obras e melhorar a saúde financeira da empresa, que enfrenta déficits. A saída de Lycurgo abre espaço para um novo líder que possa dar continuidade aos projetos em andamento e buscar soluções para os desafios enfrentados pela Eletronuclear. A escolha do próximo presidente será crucial para o futuro da empresa e para a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3, um empreendimento de grande importância para o setor energético do país. (Broadcast Energia - 12.05.2025)
3.8 Zema retoma planos de privatizar Cemig e Copasa em Minas Gerais
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), apresentará um pacote de 11 projetos à Assembleia Legislativa, incluindo a privatização da Cemig (energia) e da Copasa (saneamento). A proposta segue o modelo da Eletrobras, transformando a estatal em uma corporation e abrindo mão do controle estatal. O plano faz parte do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas (Propag), que exige contrapartidas como desestatização. O governo busca aprovação até 2025, mas a medida gera debates sobre impactos nos serviços e na população. Se concretizadas, as privatizações podem alterar significativamente o setor energético e de saneamento no estado. (Broadcast Energia - 12.05.2025)
4 Leilões
4.1 Eletrobras mantém expectativa por leilão de reserva de capacidade em 2025
Durante teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre, o vice-presidente de estratégia da Eletrobras, Elio Wolff, afirmou que a empresa ainda acredita na realização do leilão de reserva de capacidade em 2025, mesmo após seu cancelamento em junho para ajustes regulatórios. A companhia dispõe de 6 GW em projetos que podem ser ofertados nesse ou em futuros leilões. Já o vice-presidente financeiro, Eduardo Haiama, destacou que a Eletrobras já planejou sua alocação de capital para o ano, incluindo o pagamento de dividendos, com base na venda de suas termelétricas a gás natural. (Valor Econômico - 15.05.2025)
5 Oferta e Demanda de Energia Elétrica
5.1 Preços da energia elétrica permanecem estáveis em abril, mas há expectativa de alta em maio
Em abril, os preços da energia elétrica permaneceram praticamente estáveis, com leve queda de 0,08% segundo o IPCA, mas há expectativa de alta em maio devido à implementação da bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,88 a cada 100 kW/h consumido, conforme a Aneel. Segundo Fernando Gonçalves, do IBGE, esse aumento tende a pressionar o orçamento dos consumidores. Em contrapartida, o preço do óleo diesel apresentou queda de 1,27% em abril, após redução promovida pela Petrobras, embora seu impacto no orçamento familiar seja menor e mais diluído em comparação ao da energia elétrica. (Valor Econômico - 09.05.2025)
5.2 ONS projeta redução de carga em maio
Apesar da retração, a energia afluente prevista para o maior submercado do país é de 86% da média de longo termo, mesmo índice calculado na semana passada para o fechamento de maio. Já nos demais houve variação pouco expressiva. No Sul, a previsão é de ENA em 34% da média, no Nordeste está em 43% e no Norte em 64% da média histórica. Assim o nível esperado dos reservatórios para o dia 31 de maio está em nível muito próximo do registrado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico nesta sexta-feira 9 de maio, conforme a tabela abaixo. (Agência CanalEnergia - 09.05.2025)
5.3 BNDES: Aprovação de financiamento de R$ 117,5 mi para construção de LT e ampliação de SE no MS
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 117,5 milhões - com recursos do Finem - para a Anastácio Transmissora de Energia S.A. construir uma linha de transmissão e ampliar subestação no Mato Grosso do Sul. O projeto pertence ao Grupo Interalli e as obras têm um custo total estimado em R$ 180 milhões. Do total de recursos aprovados 50% serão destinados à linha de transmissão entre as SEs Inocência e Ilha Solteira 2, de 74 km de extensão. A outra metade será orientada para a ampliação da SE em Anastácio, que compreende a construção de um novo pátio e a substituição de autotransformadores trifásicos. De acordo com o BNDES, o projeto aprovado contribuirá para reforçar o sistema de transmissão de energia na região Centro-Oeste do Brasil, melhorando a disponibilidade e a confiabilidade do SIN, e expandindo a capacidade de escoamento do potencial gerador de energia, sobretudo para a população do MS. (Agência CanalEnergia - 13.05.2025)
5.4 MME buscará apoio do banco dos Brics para financiar linha de transmissão Graça Aranha
O Ministério de Minas e Energia (MME) planeja buscar apoio do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) para financiar a linha de transmissão Graça Aranha, que ligará os Estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. A construção ficará a cargo da empresa chinesa State Grid, com um orçamento estimado de R$ 18 bilhões até 2030 para a instalação de 1.468 quilômetros de linha de transmissão. A proposta de financiamento junto ao NDB foi apresentada pelo ministro Alexandre Silveira em uma reunião com executivos da State Grid. A iniciativa visa fortalecer a infraestrutura energética nessas regiões, contribuindo para o desenvolvimento econômico e a segurança energética do país. A parceria com o banco dos Brics destaca a cooperação internacional e o interesse em investimentos em infraestrutura no Brasil. Este projeto representa um avanço significativo no setor de energia, promovendo a integração e o fortalecimento da rede elétrica nacional. (Broadcast Energia - 12.05.2025)
6 Inovação
6.1 Firjan mapeia 102 projetos de H2 no Brasil
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) atualizou para 102 o número de projetos existentes no país para a produção de hidrogênio de baixo carbono no país. Conforme nota técnica “Panorama do hidrogênio no Brasil e no RJ: desafios e próximos passos”, disponível aqui para download, o combustível permanece como um grande potencial para descarbonização de plantas industriais como a siderúrgica, refino e petroquímica, entre outros segmentos. De acordo com o levantamento, somente na Aneel, são 12 projetos aprovados tecnicamente e previsão de R$ 1,5 bilhão, com mais de 75% provenientes do programa de PD&I da agência. Esses projetos são financiado por recursos recolhidos dos consumidores de energia. O restante, R$ 367 milhões, deve ser investido diretamente pelas empresas proponentes, conforme apresentação do Ministério de Minas e Energia (MME) em seu último workshop de H2 em março de 2025. (Agência CanalEnergia - 14.05.2025)
6.2 Engie: Em hidrogênio verde, estamos em estágio menos maduro do que imaginávamos
A Engie Brasil Energia, em meio às incertezas no mercado de hidrogênio verde (H2V), decidiu adiar seu projeto nessa área e direcionar seus esforços para a geração de energia renovável e linhas de transmissão. O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Eduardo Takamori, explicou durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre deste ano que o projeto de H2V está em um estágio menos avançado do que o esperado. Diante das questões relacionadas à cadeia de valor do hidrogênio verde, a companhia optou por dar um passo atrás e aguardar por melhores condições. Takamori ressaltou que a Engie enfrentava dificuldades para tornar o negócio viável, mas enfatizou que não desistiram do projeto e continuam considerando o mercado de H2V como uma oportunidade. Além disso, ele mencionou que a empresa possui outros projetos no exterior e que segue atenta às possibilidades nesse segmento. A decisão da Engie reflete a cautela e a estratégia de avaliar minuciosamente os desafios e oportunidades do mercado de hidrogênio verde antes de avançar com seus investimentos nessa área. (Broadcast Energia - 14.05.2025)
7 Consumidores
7.1 Cemig: Descasamento de preços no mercado livre feriu o desempenho financeiro
A Cemig registrou um aumento de 400,68% nos custos com a compra de energia no mercado de curto prazo no primeiro trimestre de 2025, totalizando R$ 319,2 milhões, frente aos R$ 63,7 milhões do mesmo período do ano anterior. O aumento foi provocado pelo descasamento nos preços spot de energia entre os submercados, com valores mais altos no Sudeste/Centro-Oeste e Sul, enquanto os preços no Norte e Nordeste permaneceram no piso regulatório de R$ 58,60/MWh. Com isso, o lucro do segmento de comercialização caiu para R$ 64 milhões, o que representa uma retração de 199,7%. Além do desempenho operacional, o mercado acompanha os desdobramentos sobre o futuro da estatal mineira. A possível privatização da Cemig voltou ao centro das discussões com a proposta do governo de Minas Gerais de adesão ao programa de renegociação de dívidas dos Estados, que prevê o repasse de participação acionária na empresa ao governo federal. (Broadcast Energia - 09.05.2025)
7.2 BBCE: Volume negociado aumenta 35,5% em abril e volatilidade marca o período
O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia, em abril de 2025, movimentou R$ 8,8 bilhões, um aumento de 35,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas 12,8% abaixo de março. Foram registradas 7,6 mil operações (+4,9%) com valor médio por contrato de R$ 1,2 milhão. Já o volume energético negociado caiu significativamente, somando 34,8 TWh, uma retração de 41,6%. A energia convencional para entrega no segundo semestre se destacou, com 4,3 TWh negociados entre a plataforma EHUB e a BBCE Boleta Eletrônica. De acordo com o diretor-executivo Comercial, de Produtos, Comunicação e Marketing da BBCE, Eduardo Rossetti, uma das marcas do período foi a forte volatilidade impulsionada pelas incertezas sobre o regime de chuvas e os preços da energia. Ele pontuou que contratos, como o da energia convencional para entrega no Sudeste em junho, chegaram a oscilar 40% no mês, encerrando abril com desvalorização de 5%. O contexto dinâmico trouxe uma ampla utilização de diferentes ferramentas de negociação da BBCE: 25% dos negócios foram fechados em tela, enquanto 75% foram realizados diretamente entre as partes e formalizados por meio da BBCE Boleta Eletrônica. Além disso, a BBCE destacou o uso de ferramentas como o Swap Físico e a Oferta Iceberg, que favorecem a liquidez, e destacou que a principal novidade do período oi o soft opening da BBCE RFQ, que permite requisições de compra e venda de energia e passa a atender gestoras não clientes a partir de maio. (Agência CanalEnergia - 09.05.2025)
8 Biblioteca Virtual
8.1 Artigo de Luiz Fernando Leone Vianna: "A evolução do setor elétrico brasileiro: quase 150 anos de história e a busca constante por um futuro justo e eficiente"
Em artigo publicado pela Agência Infra, Luiz Fernando Leone Vianna (vice-presidente Institucional e Regulatório do Grupo Delta Energia; também integra o conselho de administração da Abraceel [Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia] e a presidência do World Energy Council Brasil) trata da evolução histórica e dos desafios atuais na reformulação do setor elétrico brasileiro, prestes a passar por uma ampla reformulação liderada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), com foco em justiça tarifária, liberdade ao consumidor e equilíbrio setorial. A proposta atual marca mais um capítulo de uma longa trajetória que começou em 1879, com a chegada da energia elétrica ao país. O texto revisita marcos históricos importantes, como a construção de grandes hidrelétricas nos anos 1970 e 1980, a desestatização e a criação do mercado livre na década de 1990, e a crise energética de 2001-2002. Também destaca a criação de instituições como o ONS, CCEE e EPE, e políticas como o Programa Luz para Todos e a CDE, que deve custar R$ 40,6 bilhões em 2025. O autor defende que o novo marco legal seja construído de forma colaborativa e consciente, valorizando o conhecimento histórico para garantir um futuro energético justo e eficiente. (GESEL-IE-UFRJ – 12.05.2025)
8.2 Artigo de Clarissa Lins: "Desafios e dilemas para a transição justa"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Clarissa Lins (sócia fundadora da Catavento Consultoria) trata da complexidade da transição energética global à luz dos compromissos assumidos na COP28, destacando que os esforços para se afastar dos combustíveis fósseis devem ser simultâneos na oferta e na demanda, garantindo segurança, confiabilidade e acessibilidade. A autora enfatiza três dimensões essenciais: a transição justa, com requalificação da força de trabalho e inclusão social; a transição ordenada, que exige investimentos contínuos em fontes convencionais e renováveis para garantir fornecimento estável; e a transição equitativa, que demanda distribuição proporcional dos custos e benefícios entre países, setores e populações. Lins alerta para desigualdades históricas nas emissões e impactos climáticos, e aponta a COP30 como oportunidade para o Brasil liderar um debate global mais alinhado às realidades das economias emergentes. (GESEL-IE-UFRJ – 12.05.2025)
8.3 Artigo de André Castro Santos: "Leão XIV, o trabalho e o clima: por que ninguém pode ser deixado para trás"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, André Castro Santos (diretor técnico da Latin American Climate Lawyers Initiative for Mobilizing Action [LACLIMA]) trata da relevância simbólica e ética do novo Papa Leão XIV ao escolher um nome que remete a Leão XIII, defensor histórico dos trabalhadores, sinalizando um pontificado comprometido com a justiça social e ambiental. Santos argumenta que, diante da transição ecológica em curso, a presença da Igreja Católica pode devolver densidade moral a um debate muitas vezes dominado por tecnocracia e interesses econômicos. Ele destaca que uma transição justa não pode ser apenas retórica: exige proteção aos trabalhadores da antiga economia e garantia de empregos dignos na nova. A autoridade moral do Papa, especialmente junto aos mais vulneráveis, pode fortalecer a legitimidade e o caráter inclusivo dessa transformação, tornando-a não apenas ecológica, mas também verdadeiramente ética e social. (GESEL-IE-UFRJ – 13.05.2025)
8.4 Artigo de Bruna Araújo e Samuel Silva Santos: “Sensoriamento remoto pode reduzir custos de manutenção nas linhas de transmissão”
Em artigo publicado pela Agência Canalenergia, Bruna Araújo (geóloga com atuação em geotecnologias na Tractebel) e Samuel Silva Santos (engenheiro eletricista na Tractebel) tratam dos derivados tecnológicos que buscam auxiliar na proteção das linhas de transmissões contra os obstáculos que as mudanças climáticas podem dar. Segundo os especialistas, “a interação entre poluentes atmosféricos e condições meteorológicas, especialmente durante períodos chuvosos e secos, pode acelerar a corrosão destas estruturas de transmissão e comprometer os isoladores elétricos, que desempenham funções cruciais nas linhas de transmissão”. Por fim, eles concluem que “com essas informações, as equipes responsáveis pelo projeto de implantação do ativo podem identificar períodos e locais onde diferentes tipos de isoladores devem ser utilizados, o que aumenta a confiabilidade do sistema e reduz os custos de manutenção preventiva, além de auxiliar no planejamento das estratégias de manutenção das linhas existentes". (GESEL-IE-UFRJ - 13.05.2025)
8.5 Artigo Edvaldo Santana: "A oferta de energia não é confiável"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel) trata dos riscos à confiabilidade dos sistemas elétricos altamente dependentes de fontes renováveis intermitentes, como eólica e solar, destacando a escassez de potência como o novo desafio central da operação elétrica. Ele usa o apagão da Península Ibérica como exemplo, associando a falha à baixa inércia do sistema e à crescente geração distribuída, fatores que dificultam o controle da frequência. Santana alerta para sinais semelhantes no Brasil, com aumento do fluxo reverso em subestações e níveis de reservatórios hidrelétricos preocupantes, especialmente no Sudeste/Centro-Oeste. Ele critica a indefinição dos leilões de potência, que poderiam mitigar esses riscos, e defende medidas como contratação de térmicas, ampliação da potência das hidrelétricas e uso de baterias para garantir segurança no suprimento, sem comprometer a expansão das fontes renováveis.(GESEL-IE-UFRJ – 13.05.2025)
8.6 Artigo de Fábio Couto e Robson Rodrigues: "Fim de subsídios deixaria conta de luz até 16% mais barata, aponta estudo"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Fábio Couto e Robson Rodrigues (jornalistas do Valor Econômico) tratam de um estudo da TR Soluções que mostra que os consumidores brasileiros poderiam pagar até 16,1% menos na conta de luz em 2025 caso subsídios tarifários e encargos como os da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) fossem eliminados. A retirada integral dos subsídios reduziria a tarifa média de R$ 782,90/MWh para R$ 682,86/MWh, com o maior alívio no Sul do país. O estudo também propõe medidas adicionais, como o rateio da energia das usinas de Angra e a revisão da tarifa de repasse de Itaipu, que ampliariam ainda mais a queda nos custos. No entanto, especialistas alertam que subsídios como a tarifa social e os incentivos à geração em regiões isoladas têm função social e deveriam ser mantidos, possivelmente com financiamento via Tesouro. Há críticas aos subsídios para fontes incentivadas, irrigação e microgeração distribuída, que elevam os custos para os demais consumidores. A proposta de reforma do setor elétrico, defendida pelo governo, enfrenta resistência política, especialmente no Congresso, devido ao lobby de setores beneficiados. (GESEL-IE-UFRJ – 15.05.2025)
8.7 Artigo de Marina Grossi: "Descarbonização e segurança energética: rivais ou aliadas?"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Marina Grossi (presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável [CEBDS]) trata dos desafios globais para equilibrar o crescimento da demanda por energia — que deve subir entre 11% e 18% até 2050 — com a necessidade urgente de descarbonização para conter a crise climática. A demanda energética cresceu 2,2% em 2024, puxada por eletrificação, data centers e economias emergentes, e mais de 80% desse crescimento vem de países em desenvolvimento. Apesar do avanço das energias renováveis, que responderam por 80% da nova geração elétrica no ano, a transição energética segue lenta diante de um cenário geopolítico instável. Grossi destaca que a dissociação entre crescimento econômico e emissões de CO₂ já começa a se concretizar, mas alerta que só haverá progresso real se a transição garantir também segurança energética. Na COP30, em Belém, os países terão de renovar compromissos e enfrentar debates como o fim gradual dos fósseis, ainda emperrados em negociações anteriores. (GESEL-IE-UFRJ – 15.05.2025)
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.
As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.
Para contato: iecc@gesel.ie.ufrj.br