Na reunião do CNPE- Conselho Nacional de Planejamento Energético - realizada no MME dia 1/10, o Professor Nivalde de Castro participou como representante da Academia. Entre os temas relacionados ao setor elétrico, foram tratados: (i) Diretrizes para o desenvolvimento da Energia Geotérmica; (ii) Formalização do Grupo de Trabalho para desenvolvimento da Energia Eólica offshore; e (iii) homologação do acordo firmado entre Bolívia e Brasil para uso da Cota 90 pela UHE de Jirau, aliás tema que o Prof. Nivalde participou das primeiras tratativas, a partir de 2010. (GESEL-IE-UFRJ – 02.10.2025)
IECC: nº 344 - 07 de outubro de 2025
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro
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Índice
1 Marco Institucional
1.2 GESEL: Roberto Brandão destaca importância da transição para energia renovável na Amazônia
O primeiro leilão de 2025 para contratação de energia em áreas fora do Sistema Interligado Nacional (SIN) ocorreu com deságios de até 46,8%, reduzindo o custo para municípios no Amazonas e Pará, e atraindo mais de R$ 310 milhões em investimentos para soluções híbridas com energia solar, térmica e baterias. O certame foi o primeiro a exigir mínimo de 22% de energia renovável ou gás natural, numa tentativa de reduzir o uso do diesel. Roberto Brandão, diretor técnico científico do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), destacou a importância dessa transição: “estamos queimando combustíveis fósseis muito caros, com logística complicada em região sensível como a Amazônia”, ressaltando o avanço positivo rumo a fontes mais sustentáveis e eficientes no setor elétrico. Acesse a matéria na íntegra aqui. (Valor Econômico - 26.09.2025)
1.3 Outubro terá bandeira vermelha patamar 1
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (26) a bandeira vermelha patamar 1 para o mês de outubro. Isso significa que os consumidores receberão as contas de energia elétrica com adicional de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A indicação do volume de chuvas abaixo da média e o consequente reflexo no nível dos reservatórios não são favoráveis para a geração das usinas hidrelétricas. Diante desse cenário, há necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras e justificam o acionamento da bandeira vermelha patamar 1 para outubro. Nos meses anteriores foi acionada a bandeira vermelha patamar 2. É importante ressaltar que a fonte solar de geração é intermitente e não injeta energia para o sistema o dia inteiro. Por essa razão, é necessário o acionamento das termelétricas para garantir a geração de energia quando não há iluminação solar, inclusive no horário de ponta. (Aneel – 26.09.2025)
1.4 CCEE: Projeções de bandeira tarifária se dividem entre amarela e vermelha 1 até o fim do ano
De acordo com as projeções mais recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a bandeira tarifária pode se manter no patamar atual, bandeira vermelha 1, ou retroceder para a bandeira amarela nos próximos meses. A bandeira vermelha 1 implica em uma cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, enquanto a bandeira amarela representa um acréscimo de R$ 1,885 na conta de luz. Durante o Encontro do PLD, técnicos da CCEE apresentaram dois cenários distintos: no primeiro, baseado em modelos computacionais das chuvas, a previsão é de volta à bandeira amarela em novembro e dezembro, com a bandeira verde sem custos extras prevista para o primeiro quadrimestre de 2026. Já no segundo cenário, que leva em conta dados de precipitação entre novembro de 2017 e 2018, a bandeira vermelha 1 deve permanecer em novembro e dezembro deste ano, com a bandeira verde esperada para os primeiros meses de 2026. O sistema de bandeiras tarifárias foi adotado em 2015 para repassar mensalmente os custos da geração de eletricidade aos consumidores, evitando impactos no reajuste tarifário anual. Os recursos recebidos mensalmente são repassados às distribuidoras por meio da 'conta Bandeiras'. (BroadcastEnergia - 30.09.2025)
1.5 MME aprova Plano de Outorgas de Transmissão 2025
O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou as obras de ampliação e reforços do Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica (POTEE 2025). O documento define a localização de novas linhas e subestações, bem como os reforços necessários na estrutura da rede para atender à demanda energética. A definição acontece pós consulta pública. De acordo com a Portaria publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 26 de setembro, o Departamento de Planejamento e Outorgas de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Interligações Internacionais deverá divulgar na página do MME aplanilha eletrônica com a relação das instalações, descrição das ampliações, reforços e datas de necessidade, bem como as suas classificações. (Agência CanalEnergia - 26.09.2025)
1.6 MME fixa critérios para execução de emendas para temas ligados à Pasta em 2026
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou uma portaria nesta quarta-feira, 1º de outubro de 2025, estabelecendo critérios para a execução de iniciativas financiadas por emendas relacionadas a atividades sob sua gestão e de entidades a ela vinculadas. As regras se aplicam às Emendas de Bancada Estadual e de Comissão Permanente no exercício de 2026. A portaria, divulgada no Diário Oficial da União, determina que as emendas devem ser direcionadas para ações especificadas em um anexo, disponível em um link para consulta. Essas ações devem estar relacionadas às atividades do Ministério e entidades vinculadas a ele. A medida visa regulamentar o uso de emendas parlamentares em projetos ligados à pasta de Minas e Energia, garantindo a transparência e a correta destinação dos recursos. É importante destacar que as normas estabelecidas pela portaria são aplicáveis apenas às iniciativas financiadas por emendas e relacionadas às áreas sob a responsabilidade do Ministério de Minas e Energia e suas entidades vinculadas. (BroadcastEnergia - 01.10.2025)
1.7 CNPE cria grupo de trabalho para regulamentar lei das eólicas offshore
O Conselho Nacional de Política Energética aprovou a criação do Grupo de Trabalho Eólica Offshore, que será coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e terá a missão de propor medidas para a regulamentação da lei que trata dessa fonte renovável. O Brasil possui potencial estimado em mais de 1.200 GW, com 697 GW aproveitáveis em áreas costeiras de até 50 metros de profundidade e ventos a 100 metros de altura. Atualmente, o Ibama analisa 104 pedidos de licenciamento, somando 247 MW em projetos. O grupo definirá regras para solicitação de Declaração de Interferência Prévia, critérios de qualificação, sanções e criará um portal único de gestão das áreas. Também fará estudos sobre convivência da geração offshore com pesca, navegação e infraestrutura portuária. Para o ministro Alexandre Silveira, a iniciativa consolida bases regulatórias para transformar o potencial do setor em emprego, renda e liderança global em energia limpa. (Valor Econômico – 01.10.2025)
1.8 Regulamentação da eólica offshore avança com previsão de decreto em maio de 2026
O grupo de trabalho criado pelo Conselho Nacional de Política Energética para tratar do marco legal da eólica offshore deve apresentar em novembro as diretrizes para a regulamentação da Lei 15.097. A proposta será submetida ao CNPE, que tem reunião ordinária prevista para dezembro desse ano. O GT coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e formado por 23 órgãos públicos deve apresentar a proposta de decreto de regulamentação da lei em maio de 2026. Nesta proposta, deverão conter comandos para a elaboração de normas pelas agências de Energia Elétrica (Aneel) e de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Além disso, também é prevista uma atuação na elaboração de um relatório amplo com diagnósticos sobre a adoção de políticas públicas relacionadas à exploração energética no mar. (Agência CanalEnergia - 01.10.2025)
1.9 CI do Senado discute mecanismo "constraint-off" e seus impactos tarifários
A Comissão de Infraestrutura (CI) vai debater hoje, dia 30, os impactos tarifários que podem recair sobre consumidores de energia, caso sejam aceitos pedidos de ressarcimento de geradores eólicos e solares devido a cortes de produção. O mecanismo é conhecido como constraint-off e tem efeito sobre o setor elétrico brasileiro. A audiência pública tem início após a reunião deliberativa da CI, marcada para as 9h. Em outras palavras, o constrait- off acontece quando uma usina de energia está pronta para produzir eletricidade, entretanto, não pode funcionar devido a limitações na rede, como falta de infraestrutura, manutenção e entre outros motivos. Quando isso acontece, a usina é obrigada a interromper a produção por decisão do Operador Nacional do Sistema (ONS). Pensando nesse gargalo, os senadores sugeriram o debate para solucionar essa questão. Por fim, esse movimento se baseia na problemática do repasse desse prejuízo do setor privado para a população. (Agência Senado – 26.09.2025)
1.10 CI do Senado aprova redução de contas de luz e água em calamidades públicas
Um projeto de lei que reduz as contas de luz, água e esgoto em situações de calamidade pública foi aprovado pela Comissão de Infraestrutura (CI) nesta terça-feira (30). O PL 124/2022, da Câmara dos Deputados, recebeu parecer favorável do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS). A matéria segue agora para as Comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Assuntos Econômicos (CAE), que terá a decisão final. A proposta altera a Lei 12.608, de 2012, para determinar a suspensão das parcelas da tarifa de energia elétrica referentes à antecipação do custo da energia (a exemplo das bandeiras tarifárias) para consumidores diretamente atingidos por calamidade pública. O texto também suspende qualquer corte do fornecimento por atraso ou falta de pagamento nesse período. Não serão cobradas multas ou juros correspondentes ao período de suspensão. (Agência Senado – 30.09.2025)
1.11 Regras existentes dão poder ao ONS para modular GD
O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou nesta quinta-feira, 25 de setembro, que as regras existentes dão poder ao Operador Nacional do Sistema Elétrico para a modulação de usinas conectadas diretamente à rede de distribuição. O controle desses empreendimentos de geração distribuída é uma das medidas que serão implementadas pelo ONS para mitigar potenciais ameaças à operação do Sistema Interligado. Feitosa destacou que o operador quer, nesse momento, ter a controlabilidade das usinas que não são despachadas de forma centralizada. Isso não significa fazer o corte de geração propriamente dito na GD, mas pedir que a usina seja ligada em determinados horários do dia. (Agência CanalEnergia - 25.09.2025)
1.12 Sobrecustos de usinas centralizadas expõem impacto de subsídios e curtailment no setor elétrico
O corte de geração de usinas centralizadas tem produzido sobrecustos ao setor elétrico. Esse comportamento decorre da necessidade da energia hídrica e térmica para equilibrar o Sistema Interligado Nacional. O excesso de subsídios concedidos a alguns agentes é apontado como um dos causadores dessa situação. A sobreoferta de energia limpa e problemas operacionais são o resultado desse momento de elevados níveis de curtailment. Diante desse cenário, a CEO da Elera Renováveis, Karin Lucchesi, afirma que o problema está chegando a cerca de 40% da receita de geradores centralizados com investimentos recentes. Contudo, mesmo com esse clima instável da rede, agentes dissertam sobre essa problemática ser ainda algo não sistemático, com movimentos financeiros de contenção de custo com crédito como modelos de reduzir esse impacto na receita. Além disso, observa-se uma movimentação dentro do Senado Brasileiro, em razão de apontamentos de agentes sobre a problemática. Segundo estes, o principal gargalo que derivou a esse cenário preocupante foram os subsídios, que tiraram o caráter competitivo em condição de igualdade. Por fim, a mesa de discussão necessita estar aberta ao diálogo, incluindo diferentes agentes, principalmente o MMGD. (Agência CanalEnergia - 29.09.2025)
1.13 Setor deve pensar como implementar mudanças, diz ex-Aneel
A necessidade do setor de pensar em como implementar mudanças foi salientada pela ex-diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica Joísa Dutra durante o seminário “O futuro do suprimento de energia no Brasil” realizado pela OAB-RJ na última sexta-feira, 26 de setembro. De acordo com ela, o setor vive um momento de inadequação entre as instituições, o desenho de mercado, tecnologia e as mudanças sociais. A Diretora do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV pediu mudanças na sinalização de preços. Segundo ela, o sistema não está produzindo sinais de preços adequados para orientar decisões de produção e consumo. “Temos uma engrenagem desarticulada e uma manifestação disso é o risco, é o curtailment”, avisa. O despacho pelo preço já vem sendo aceito por executivos do setor e não seria mais algo intransponível. Todo o setor deve abraçar a solução apresentada. Dessa forma, governo, políticos e reguladores não trariam barreiras à adoção. (Agência CanalEnergia - 29.09.2025)
1.14 Custo ao consumidor e energia limpa desafiam sistema elétrico, mostra debate
Impactos tarifários que recaem sobre consumidores de energia em razão do ressarcimento a geradores eólicos e solares por limitações de produção, foram o tema da audiência pública realizada pela Comissão de Infraestrutura (CI) nesta terça-feira (30). Entre outros pontos, os participantes da audiência apontaram possíveis ameaças ao Sistema Elétrico Nacional e defenderam investimentos para a evolução dessa matriz elétrica. Eles debateram a restrição da produção de energia — o curtailment ou constrained off —, que é o mecanismo usado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) quando há limites operacionais na rede elétrica ou outras razões externas que impedem o funcionamento da usina de energia. Nesse caso, a usina poderia produzir eletricidade, mas não tem como funcionar por limitações na rede, como falta de infraestrutura para transportar a energia, ou baixa demanda, entre outros motivos. A usina eólica ou solar, mesmo que apta a funcionar, é obrigada a interromper sua produção. E por isso é ressarcida. (Agência Senado – 30.09.2025)
2 Regulação
2.1 Aneel/Sandoval: Já trabalhamos com modernização tarifária; trecho em MP é ‘inócuo’
No dia 25 de setembro de 2025, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, classificou como "inócua" a tentativa de incluir na Medida Provisória da tarifa social um trecho que daria à Aneel a competência de estabelecer diferentes modalidades de tarifas. Feitosa ressaltou que desde 2022 a agência já está atuando na modernização tarifária, com nove sandboxes tarifários em andamento. O trecho que permitiria à Aneel definir tarifas diferenciadas, como por horário ou áreas com perdas não técnicas, foi retirado do texto apreciado na Câmara. Feitosa afirmou que a competência tarifária é indiscutivelmente da Agência, mas que seguirão qualquer previsão legal. A proposta enfrentou resistência de representantes da geração distribuída solar. O diretor da Aneel, Gentil Nogueira, mencionou durante o evento 'O papel das hidrelétricas na transição energética', promovido pela Agência Infra, que os cortes de geração de energia podem ser tratados com uma possível revisão normativa. (BroadcastEnergia - 28.09.2025)
2.2 ‘Problema da MMGD existe e precisará ser endereçado’, diz procurador-geral da Aneel
Em evento no RJ, Eduardo Ramalho afirmou que o avanço da MMGD já leva o sistema próximo de limites operativos e terá de ser enfrentado, seja com participação da MMGD em cortes, restrições a novas conexões ou modernização tarifária para deslocar consumo; ele citou 10/ago, quando 98,5% da geração centralizada foi cortada e, com carga mínima de 57,8 GW, 21,7 GW (37,6%) foram atendidos por MMGD durante o dia, destacando também armazenamento em baterias como parte da solução. (MegaWhat - 26.09.2025)
2.3 Aneel: Nota sobre renovação do contrato da Enel SP não é uma decisão
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou que a nota técnica que considera atendidos pela Enel São Paulo os critérios para renovação da concessão tem caráter apenas instrutório e não configura decisão final, já que o processo ainda será analisado pelo diretor-relator e pela diretoria colegiada da agência. Caso aprovada, a posição seguirá como recomendação ao Ministério de Minas e Energia (MME), que detém a palavra final sobre a prorrogação dos contratos. O parecer ganhou destaque dias após o temporal que deixou milhares de clientes sem energia na capital paulista e reacendeu críticas de autoridades como o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes, além de declarações anteriores do ministro Alexandre Silveira, que chegou a cogitar a caducidade da concessão. Enquanto isso, o governo já prorrogou contratos da Neoenergia Pernambuco e da EDP Espírito Santo, reforçando que as distribuidoras que atenderem aos critérios poderão renovar suas concessões, mas deverão observar as 17 diretrizes estabelecidas pelo Decreto 12.068. (Agência CanalEnergia - 25.09.2025)
2.4 Aneel rejeita pedidos da Enel SP e Enel RJ sobre impactos da geração distribuída nas tarifas
A diretoria da Aneel negou, por unanimidade, solicitações da Enel São Paulo e da Enel Rio que pediam o reconhecimento tarifário de impactos atribuídos ao crescimento da micro e minigeração distribuída (MMGD). As distribuidoras alegavam que a expansão da MMGD causa riscos de sobretensão na rede e reduz receitas devido à menor demanda dos consumidores cativos. A Enel SP buscava recomposição de R$ 90 milhões referentes a perdas desde 2019, enquanto a Enel RJ pedia reconhecimento de efeitos retroativos a 2023 e 2024, incluindo perdas não técnicas como ligações clandestinas. A Aneel ressaltou que os pedidos já haviam sido analisados em instâncias técnicas e jurídicas e tiveram decisão administrativa definitiva contrária às concessionárias. (Agência Eixos – 01.10.2025)
2.5 Aneel aprova 22 processos em circuito deliberativo
A diretoria da Aneel realizou nesta terça-feira, 30 de setembro, a primeira votação de processos por meio decircuito deliberativo. A agência aprovou por unanimidade 22 dos 25 itens pautados, após o registro dos votos de todos os diretores. O circuito começa às 8h e vai até as 18h do dia da votação. Entre os processos retirados de pauta estão recursos de oito empresas do Grupo MEZ Energia contra multas aplicadas pela fiscalização. Segundo a Aneel, o grupo realizou operação de transferência de controle societário direto das empresas, sem a anuência prévia da agência. O valor total das penalidades é de R$ 414.445,52. A Aneel recomendou ao Ministério de Minas e Energia a caducidade de cinco concessões da MEZ por inexecução de obras para a implantação de instalações de transmissão. Os projetos tinham sido incluídos no leilão de LTs marcado para 31 de outubro desse ano, mas foram retirados pelo MME do certame e incluídos no leilão de 2026. (Agência CanalEnergia - 30.09.2025)
2.6 Aneel reduz metade dos processos em deliberação, diz Sandoval
A migração para ocircuito deliberativo e demais ações em prol de maior eficiência reduziu em 50% os processos em deliberação na diretoria da Aneel. “Hoje nós temos uma menor quantidade de processos em estoque da história da agência, como uma resposta a todas as ações de eficiência que a atual gestão tem implementado”, disse ao CanalEnergia o diretor-geral Sandoval Feitosa, após participação do evento na última terça-feira (30) de inauguração do Centro de Formação de Linheiros da Elecnor em Piripiri (PI). De acordo com Feitosa, os processos estão levando menos tempo na diretoria. Sendo muito mais produtivo o circuito deliberativo pautando os processos que tenham mais urgência. Dessa forma, mantém-se a reunião semanal mais espaçada ao mesmo tempo em que se reserva a participação presencial da diretoria aos debates mais relevantes. Na estreia do novo formato ontem,22 processos foram aprovados. (Agência CanalEnergia - 01.10.2025)
2.7 Aneel define valores de R$ 441 mi da Conta Bandeiras para liquidação do mercado de curto prazo
A Agência Nacional de Energia Elétrica fixou os valores da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias (Conta Bandeiras), para fins da liquidação das operações do mercado de curto prazo junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Os valores são referentes à contabilização de agosto de 2025. De acordo com o Despacho Nº 2.941, publicado no Diário Oficial da União do dia 1 de outubro, o montante repassado às distribuidoras credoras é de R$ 441.392.689,14, enquanto os destinados a Conta pelas concessionárias e permissionárias de distribuição devedoras, totalizam R$ 325.400.972,74. Por fim, a publicação destaca ainda que as concessionárias inadimplentes e credoras terão seus créditos retidos para abatimento dos débitos de competências anteriores. (Agência CanalEnergia - 01.10.2025)
2.8 Pauta do 1º Circuito Deliberativo Público Ordinário da Diretoria da Aneel de 2025
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou a pauta do 1ªCircuito Deliberativo Público Ordinário da Diretoria da Aneel de 2025, realizado em 30 de setembro de 2025, com um processo em destaque. O item trata da avaliação inicial de propostas de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – PDI para a Chamada de PDI Estratégico nº 23: "Hidrogênio no Contexto do Setor Elétrico Brasileiro". O processo tem como diretores-relatores Agnes da Costa e Fernando Mosna. Acesse a pauta da reunião aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 30.09.2025)
3 Empresas
3.1 Petrobras: TCU determina prazo de 30 dias para apuração de danos de fundo de pensão
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou à Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) um novo prazo de 30 dias para instaurar uma Tomada de Contas Especial (TCE) a fim de investigar possíveis danos relacionados a investimentos realizados entre 2012 e 2019 no valor de R$ 53,03 milhões. O investimento em questão, "FIP Brasil Petróleo I", levanta suspeitas de irregularidades devido à falta de validação das premissas de rentabilidade e deficiência na análise de riscos. Em 2023, o TCU já havia estabelecido um prazo de 90 dias para a TCE, mas este não foi cumprido, resultando em uma multa de R$ 30 mil ao ex-presidente da Petros, Henrique Jäger. Agora, a empresa deve seguir o novo prazo de 30 dias sob a ameaça de responsabilidade solidária de seus dirigentes caso não cumpra. (Broadcast Energia – 25.09.2025)
3.2 Eletrobras/Monteiro: Prorrogação de subsídios afeta sinal de preços e investimentos em energia
O CEO da Eletrobras, Ivan Monteiro, em evento do Itaú BBA, afirmou que a manutenção prolongada de subsídios no setor elétrico distorce o sinal de preços e prejudica decisões de investimento. Ele defende, diante disso, a atualização do modelo regulatório para acomodar os desafios de energias renováveis e geração distribuída (GD), com lógica de planejamento mais próxima à do sistema financeiro, de modo a reduzir riscos sistêmicos. (MegaWhat - 29.09.2025)
3.3 Eletronuclear: Governo deve acelerar a definição da nova presidência
A situação acerca do comando da Eletronuclear foi debatida na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Na sessão, o parlamentar Max Lemos fez um apelo ao governo federal para acelerar a definição do novo presidente da estatal, vaga desde a saída de Raul Lycurgo em julho. Desde então, a companhia é comandada interinamente por Sinval Zaidan Gama, enquanto sindicatos intensificam críticas e pedem a saída do diretor administrativo Sidney Bispo. Lemos classificou como “irresponsabilidade” a falta de gestão e cobrou do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, maior agilidade na decisão. Em nota, a Eletronuclear afirmou que opera normalmente, sem riscos à segurança de Angra 1 e 2, dos trabalhadores ou do meio ambiente, sob fiscalização da Agência Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) e do Ibama. (Petronotícias – 25.09.2025)
4 Leilões
4.1 Leilão de sistemas isolados contrata 50 MW e R$ 313 mi em investimentos com soluções híbridas
O terceiro leilão dos sistemas isolados ocorreu na manhã do dia 26 de setembro. O certame teve duração de quase duas horas e terminou com a contratação de soluções para os dois lotes remanescentes que somam quase 20 MW de potência. O Lote 2 que era o maior, foi retirado da disputa essa semana. No geral, os contratos movimentaram investimentos de R$ 312,9 milhões e viabilizaram usinas que somam 50,2 MW de potência instalada usando a combinação entre óleo diesel, solar fotovoltaica e armazenamento. Além disso, o certame marcou a entrada das soluções híbridas com baterias que serão usadas nos dois lotes com capacidade total de 30,6 MW. Por fim, em relação aos lotes disputados, o primeiro vencedor foi o Consórcio Energias do Acre SPE com a solução híbrida térmica a óleo diesel com usina solar. O grupo arrematou o atendimento a cinco localidades do Amazonas com um total de 8,8 MW de potência instalada. O vencedor do Lote III foi o Consórcio IFX-You, on Sisol com a solução Cigal. (Agência CanalEnergia - 26.09.2025)
4.2 CCEE: Leilão de sistemas Isolados viabiliza projetos que exigirão R$ 312 mi em investimentos
No Leilão para Suprimento aos Sistemas Isolados realizado pela Câmara de Comercialização de Energia (CCEE) em São Paulo, foi contratado um conjunto de usinas termelétricas a óleo diesel combinadas com usinas solares e sistemas de armazenamento, totalizando um investimento de R$ 312,87 milhões. O certame tinha como objetivo suprir energia e potência para áreas não conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) nos estados do Amazonas e Pará. O lote 2, destinado a atender Jacareacanga, no Pará, teve o consórcio IFX-YOU.ON como vencedor, com um lance de R$ 1.593,16 por megawatt-hora (MWh), representando um deságio de 46,89% em relação ao valor estabelecido no edital. O projeto contratado inclui uma usina solar de 18,9 MW, um sistema de armazenamento de 30 MW e uma usina termelétrica a óleo diesel de 11,20 MW. No lote 1, destinado a atender várias localidades no Amazonas, a empresa Energias do Acre arrematou o projeto com um lance de R$ 2.729,70 por MWh, um deságio de 22,01% em relação ao preço máximo definido. O projeto da empresa contempla usinas térmicas a óleo diesel combinadas com usinas solares e sistemas de armazenamento. A novidade desta edição do certame foi a contratação de projetos híbridos, com uma composição de fontes fósseis e renováveis, conforme previsto no edital. A participação mínima de 22% de energia gerada por fontes renováveis ou gás natural, com ou sem soluções de armazenamento, foi estabelecida. As instituições governamentais envolvidas não divulgaram a participação exata de renováveis nos projetos contratados, mas indicaram a possibilidade de uso de biodiesel nas usinas térmicas, o que aumentaria a parcela de renováveis na matriz energética. (BroadcastEnergia - 28.09.2025)
5 Oferta e Demanda de Energia Elétrica
5.1 Brasil e Bolívia firmam acordo para compartilhar energia extra da usina de Jirau
O Conselho Nacional de Política Energética aprovou o acordo que permite a divisão da energia adicional gerada pela hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO), entre Brasil e Bolívia. A elevação da cota do reservatório para 90 metros vai possibilitar até 236,5 MW médios a mais de geração, dos quais dois terços serão comercializados pela concessionária da usina e o restante ficará com a estatal boliviana Ende, que venderá sua parte no mercado brasileiro até a construção de uma linha de transmissão para seu território. O ministro Alexandre Silveira destacou que a medida reforça a segurança energética do Brasil e fortalece a integração regional, além de abrir caminho para que, no futuro, a Bolívia seja interligada ao Sistema Interligado Nacional, reduzindo emissões de CO2 em áreas atualmente abastecidas por termelétricas a diesel. (Valor Econômico - 02.10.2025)
5.2 Após alta em julho, consumo de eletricidade cai 1% em agosto; apenas residências consomem mais
A mais recente edição da Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica mostra que o consumo nacional de energia elétrica foi de 45.662 gigawatts-hora (GWh) em agosto de 2025, queda de 1,0% comparado a agosto de 2024. Depois do aumento no mês anterior, o consumo nacional retoma a tendência de queda observada entre abril e junho de 2025. Somente a classe residencial registrou alta no consumo com taxa interanual de 1,5% em agosto de 2025. As classes industrial (-1,7%), comercial (-1,5%) e "outros" (-4,0%) apresentaram retração no consumo. Regionalmente, o Norte (+1,8%) se destacou. Nordeste (+1,1%) e Centro-Oeste (+0,8%) também consumiram mais, enquanto o Sul (-4,0%) e o Sudeste (-1,5%) tiveram retração no consumo. Destaca-se a queda elevada na região Sul devido à alta base comparativa com agosto de 2024, quando foram contabilizados no Rio Grande do Sul o consumo de milhares de unidades consumidoras que estavam em regiões alagadas, inclusive da parte acumulada e não faturada em maio, junho e julho de 2024. Já o consumo nacional acumulado nos últimos 12 meses foi de 563.173 GWh, alta de 1,1% na comparação com igual período anterior. (EPE – 29.09.2025)
5.3 ONS projeta crescimento de 2,5% da carga em outubro
O Operador Nacional do Sistema Elétrico projeta um crescimento de 2,5% na carga verificada de outubro. Se o volume se confirmar serão 83.803 MW médios ante os 79.828 MW médios esperados em setembro. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira, 25 de setembro, no primeiro dia da reunião do Programa Mensal de Operação para outubro de 2025. Em novembro, a previsão inicial do ONS é de carga um pouco mais elevada, com 83.872 MW médios alta de 3,2%. No acumulado do ano a previsão de crescimento é de 2,94% ante a 2ª revisão quadrimestral da carga. (Agência CanalEnergia - 25.09.2025)
5.4 ONS/PMO: ENA no Sudeste/Centro-Oeste deve chegar a 65% da média em outubro
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou suas estimativas para a Energia Natural Afluente (ENA) nos subsistemas do Brasil para o mês de outubro de 2025. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a ENA é esperada em 65% da média histórica, um aumento de 5 pontos percentuais em relação a setembro. Isso representa mais da metade da capacidade de armazenamento de água para geração de energia na região, com previsão de fechar o mês com 48% da capacidade nos reservatórios. No Sul, a ENA deve atingir 95% da média, com nível de armazenamento previsto em 84,2% no final do mês. No Nordeste, a expectativa é de 51% da média de ENA, com reservatórios atingindo 50% de sua capacidade ao final de outubro. Já no Norte, a ENA prevista é de 57% da média, com volume de armazenamento estimado em 67,8% no final do mês. Essas projeções indicam variações significativas na disponibilidade de água para geração de energia hidrelétrica em cada região, o que impacta diretamente na segurança do abastecimento energético do país. (Broadcast Energia – 26.09.2025)
5.5 ONS: Período úmido pode atrasar, mas sistema elétrico está preparado
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Marcio Rea, está prevendo um possível atraso no período úmido deste ano, passando de outubro para novembro. No entanto, ele assegura que o Sistema Interligado Nacional (SIN) está preparado para fornecer energia de forma adequada ao país. Não há discussões sobre o horário de verão até o momento. O ONS tem tomado medidas preventivas, como estocar água em hidrelétricas estratégicas, como a de Tucuruí, para lidar com o atraso previsto. Durante o 1º Prêmio ONS de Qualidade na Operação, Rea e o diretor de operações, Christiano Vieira, discutiram soluções para minimizar cortes de geração que têm afetado operadores de energia renovável. Uma reunião com 16 agentes do setor foi realizada, e há planos de colaboração com a Aneel e a EPE para buscar soluções envolvendo baterias, transmissão e regulação. Uma regulação específica está em análise para permitir ao ONS solicitar cortes de geração às distribuidoras, visando mitigar riscos devido ao crescimento da geração distribuída. O foco é nas usinas tipo III, como pequenas centrais hidrelétricas e geração distribuída, que não possuem relação operacional com o ONS. Vieira ressaltou a importância dessa regulação para controlar a energia, especialmente com o aumento previsto da geração distribuída. A preocupação é crescente e a colaboração com distribuidoras é essencial para garantir o controle da energia. A regulação proposta ainda precisa passar pelo Congresso. (BroadcastEnergia - 02.10.2025)
5.6 ANA: Reservatório da hidrelétrica de Furnas opera na faixa de atenção a partir de 1/10
Em 1º de outubro de 2025, a hidrelétrica de Furnas, localizada em Minas Gerais, entrou em estado de atenção devido ao baixo nível do reservatório, que está abaixo do limite de 50% de capacidade, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Na última medição, realizada em 30 de setembro, o volume útil do reservatório estava em 41,46% de sua capacidade total. A ANA divulgou que, com essa nova classificação, a hidrelétrica de Furnas poderá liberar uma vazão máxima de 846 metros cúbicos por segundo (m³/s) durante o período seco, que se estende de maio a novembro. Comparativamente, no mês anterior, a vazão permitida era de 939 m³/s. Essa mudança na operação da hidrelétrica é significativa, pois reflete a preocupação com os níveis de água disponíveis para geração de energia. Com a redução da vazão máxima permitida, é possível que haja impactos no fornecimento de eletricidade, especialmente durante o período de estiagem. A situação do reservatório de Furnas é um reflexo da importância da gestão dos recursos hídricos e da necessidade de medidas para garantir a sustentabilidade no uso da água para geração de energia. A atuação da ANA nesse sentido é fundamental para monitorar e regular a operação das hidrelétricas, buscando equilibrar a oferta de energia com a preservação dos recursos naturais. É importante estar atento a essas informações, pois o gerenciamento adequado dos reservatórios hidrelétricos é essencial para garantir a segurança energética do país e minimizar os impactos ambientais decorrentes da geração de eletricidade. (BroadcastEnergia - 02.10.2025)
5.7 CCEE capacita Roraima Energia após entrada do estado no Sistema Interligado Nacional
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), por meio do CCEE Academy, promoveu um treinamento Incompany para colaboradores da Roraima Energia, em um momento estratégico após a entrada do estado no Sistema Interligado Nacional (SIN). A capacitação abordou conceitos de distribuição e comercialização varejista, com destaque para a contabilização no mercado de curto prazo, atuação do agente de medição, contratos regulados, gestão de portfólio e efeitos da contratação por disponibilidade. Também foram discutidos despacho, formação do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) e atualização do Custo Variável Unitário (CVU). A programação incluiu ainda a gestão dos ativos de geração própria do grupo. Segundo Bernardo de Souza Passos, coordenador de Regulação, Mercado e Gestão de Energia, o treinamento consolidou conceitos e antecipou análises relevantes para o planejamento estratégico, especialmente quanto à migração de consumidores para o ACL e à sobrecontratação. Já José Linhares do Nascimento Filho, coordenador de Cobranças, destacou a importância de dominar temas antes distantes da realidade local, mas agora essenciais à operação após a interligação, garantindo uma transição segura e estruturada. (CCEE – 26.09.2025)
5.8 BNB investirá até R$ 10 bi em energia, com foco em transmissão no Nordeste
O Banco do Nordeste anunciou um investimento de aproximadamente R$ 70 bilhões para o ano atual, sendo a maior parte desse montante, cerca de R$ 50 bilhões, destinada ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). O presidente da instituição, Paulo Câmara, revelou durante o Fórum de Energia da revista Veja que uma parcela significativa desses recursos, entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões, será direcionada ao setor de energia, com foco especial no segmento de transmissão. Câmara ressaltou a importância da infraestrutura no histórico de investimentos do banco e mencionou o compromisso de longa data com projetos de geração de energia renovável, como usinas solares e eólicas. Nos últimos 10 anos, mais de R$ 40 bilhões foram destinados a energias limpas, aproveitando o potencial solar e eólico da região Nordeste do Brasil. Atualmente, o Banco do Nordeste está ampliando seu interesse no segmento de transmissão de energia, devido ao cenário vigente que apresenta excesso de oferta na região Nordeste e desafios de escoamento para outras áreas do país. Câmara enfatizou a importância de garantir a infraestrutura de transmissão adequada para acompanhar a capacidade de geração, destacando a necessidade de investimento em linhas de transmissão para fortalecer o sistema energético regional. A região Nordeste se destaca pela condição favorável dos ventos e pelo potencial solar reconhecido, o que impulsiona o desenvolvimento de projetos de energia renovável. Com um olhar estratégico para a transmissão de energia, o Banco do Nordeste demonstra seu compromisso em promover o crescimento sustentável do setor energético, buscando garantir a eficiência e a segurança do sistema de energia na região. (BroadcastEnergia - 29.09.2025)
5.9 Senado debate cortes de geração sem consenso sobre soluções
O presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, Marcos Rogério (PL-RO), afirmou que a Medida Provisória 1304 não deve resolver o problema dos cortes de geração de energia, o chamado curtailment, por se tratar de um tema complexo e com prazo curto. Em audiência pública, Rogério destacou que a solução não pode recair sobre o consumidor, que já arca com custos elevados, estimados em mais de R$ 200 bilhões nos últimos cinco anos. Entidades do setor divergiram: a Absolar defendeu compensação financeira imediata para geradores solares e eólicos, enquanto outras associações pediram que os custos sejam compartilhados com a micro e minigeração distribuída, hoje responsável por cerca de 10% do consumo das distribuidoras. O debate continuará em novas audiências e deve gerar recomendações à Aneel e ao ONS, mas ainda não há consenso sobre a melhor forma de tratar os prejuízos. (Agência Eixos – 30.09.2025)
5.10 Curtailment em setembro deverá ser de 5 GW médios, estima Volt
A Volt estima que os cortes de geração em setembro tenham alcançado cerca de 5 GW médios, refletindo sobreoferta diurna de renováveis, demanda contida e gargalos de transmissão; o dado reforça a necessidade de medidas estruturais de rede, sinalização de capacidade e soluções de flexibilidade. (MegaWhat - 01.10.2025)
5.11 Curtailment da geração solar atinge 43% em setembro, aponta consultoria
Estudo da Aurora Energy Research indica que o curtailment de solar chegou a 43% em setembro no Brasil (e 27% em eólicas), consolidando cortes por razões energéticas como “nova realidade” a ser precificada em PPAs; no evento citado, mencionou-se ainda estimativa de ~5 GW médios de cortes no mês e maior exposição do Nordeste por alta produção renovável e limitações de transmissão. (MegaWhat - 01.10.2025)
5.12 ONS vê baterias como solução para pico da energia solar no sistema
O ONS aponta baterias como uma das principais soluções para suavizar o pico de geração solar e as rampas de fim de tarde, contribuindo para segurança operativa e redução de cortes; a adoção, porém, depende de desenho de mercados/contratos que remunerem adequadamente serviços como reserva rápida e deslocamento de energia. (MegaWhat - 01.10.2025)
5.13 Sem mercado de capacidade, bateria não é viável para reduzir curtailment
A matéria sustenta que BESS só se torna economicamente viável para mitigar cortes de renováveis se houver remuneração por capacidade/serviços além da energia, já que a arbitragem pura no spot tende a ser insuficiente frente a picos de geração ao meio-dia e preços deprimidos; sem esse sinal, o investimento em baterias não fecha conta para reduzir curtailment de forma estruturada. (MegaWhat - 01.10.2025)
6 Consumidores
6.1 EPE: Consumo no mercado livre respondeu por 46,8% do total em agosto de 2025
A Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica de agosto de 2025, publicizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indicou que o mercado livre respondeu por 46,8% do consumo nacional de energia no período, com 21.364 GWh, registrando alta de 4,4% no consumo e expressivo avanço de 45,9% no número de consumidores frente a agosto de 2024. O destaque regional foi o Norte, com crescimento de 9,1% no consumo, enquanto o Centro-Oeste liderou o aumento de consumidores livres (+70%). Já o mercado regulado das distribuidoras, responsável por 53,2% do total com 24.298 GWh, apresentou queda de 5,3% no consumo e ligeira alta de 1,3% no número de consumidores. No recorte regional, o Nordeste teve a menor retração no consumo (-1,9%) e o Norte, o maior aumento no número de cativos (+3,6%). O movimento de migração de clientes do ambiente regulado para o livre segue intensa desde a abertura do mercado para todos os consumidores do grupo A (alta tensão), em janeiro de 2024, conforme estabelecido pela Portaria nº 50/2022 do Ministério de Minas e Energia (MME). (EPE – 29.09.2025)
6.2 Contratos mal estruturados podem atenuar resultados esperados com migração para o ACL
O mercado livre de energia no Brasil atravessa uma fase de forte expansão, com mais de 80 mil unidades consumidoras ativas e já respondendo por 44% da eletricidade consumida no país. Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), a economia acumulada já supera R$ 540 bilhões, mas nem todas as empresas alcançam as reduções de custos projetadas ao migrar para o ambiente de livre contratação (ACL). De acordo com Silla Motta, CEO da Donna Lamparina, os resultados abaixo do esperado geralmente decorrem de contratos desalinhados ao perfil de consumo, subestimação de encargos e exposição a riscos de preço. Embora estudos indiquem um potencial de 15% a 20% de economia para perfis industriais, o resultado real varia caso a caso, especialmente em setores com forte sazonalidade, além de pequenas empresas com menor poder de negociação. A executiva aponta que contratos mal estruturados e a escolha de comercializadoras sem histórico sólido representam riscos adicionais, podendo deixar consumidores desassistidos. Entre os custos ocultos frequentemente ignorados estão garantias financeiras da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), custos de medição, perdas elétricas e penalidades por desvios de consumo. Para corrigir rotas, Silla recomenda auditoria detalhada dos contratos, monitoramento constante da performance, renegociação, eficiência energética, deslocamento do consumo e até autoprodução, medidas que podem recuperar parte da economia projetada. (Agência CanalEnergia - 30.09.2025)
6.3 N5X: Marco de R$ 1 bi em transações no mercado livre
A N5X alcançou R$ 1 bilhão em transações desde o início das operações em junho de 2024, volume equivalente a 4,53 TWh de energia negociados. Segundo a CEO, Dri Barbosa, o marco reflete a proximidade com os principais players do setor e o compromisso em oferecer uma plataforma estável, segura e com governança neutra. A solução integra funcionalidades como inserção e execução de ordens em tempo real, comunicação segura e rastreável entre operadores e, mais recentemente, automatching para casar automaticamente ordens compatíveis, inclusive parciais. Além disso, a plataforma conta com gestão de limites de risco segregados para compra e venda, garantindo maior controle e aderência às melhores práticas internacionais. (Agência CanalEnergia - 29.09.2025)
7 Biblioteca Virtual
7.1 Artigo de Robson Rodrigues: "Rearranjo das cadeias energéticas acelera nova ordem geopolítica, diz pesquisadora da USP"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Robson Rodrigues (jornalista do Valor Econômico) trata da análise da pesquisadora Milena Megre, da USP, sobre o impacto geopolítico e energético da guerra entre Rússia e Ucrânia, que desestruturou a interdependência energética histórica entre Europa e Rússia, forçando a União Europeia a buscar novos fornecedores e até a reativar termelétricas a carvão, afetando suas metas ambientais. A Rússia, por sua vez, redirecionou seus combustíveis fósseis para países asiáticos como China e Índia e manteve parte do fornecimento para aliados como Hungria e Eslováquia. Megre destaca que o episódio revela a importância de diversificar parcerias energéticas e evitar dependências excessivas. O Brasil, nesse contexto, tem intensificado relações com a Rússia, especialmente no setor de energia nuclear via Rosatom e no comércio de derivados de petróleo, embora restrições constitucionais limitem a atuação nuclear. O cenário ilustra uma reconfiguração global das cadeias de suprimento energético, impulsionada por interesses de soberania e resiliência nacional. (GESEL-IE-UFRJ – 29.09.2025)
7.2 Artigo Marcelo Mendo, Frederico Viana e Thiago Passos: "O Brasil na corrida mundial por terras raras"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Marcelo Mendo e Frederico Viana (sócios da área de Direito da Mineração do Cescon Barrieu) e Thiago Passos (advogado associado do Cescon Barrieu) tratam do crescente interesse geopolítico e econômico nas terras raras brasileiras, impulsionado pela disputa global por minerais estratégicos usados em tecnologias da transição energética, como turbinas eólicas, veículos elétricos e equipamentos militares. Com reservas estimadas em 23% do total mundial, mas apenas 1% da produção global, o Brasil tem potencial para se tornar um player relevante, especialmente diante da hegemonia da China na produção e refino desses minerais. O artigo destaca a necessidade de desenvolver a cadeia produtiva nacional, da mineração ao refino, e integrar universidades, setor privado e políticas públicas nesse processo. Iniciativas como o Fundo do BNDES, a Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras e incentivos fiscais mostram avanços regulatórios, mas o país ainda enfrenta desafios estruturais para deixar de exportar apenas minerais brutos e agregar valor, consolidando-se como parceiro estratégico na nova ordem energética global. (GESEL-IE-UFRJ – 29.09.2025)
7.3 Artigo de Cláudio Frischtak: "A reconstrução do setor elétrico"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Cláudio R. Frischtak (sócio-gestor da Inter.B Consultoria) trata da necessidade urgente de reconstruir o setor elétrico brasileiro, que vem se desfigurando por conta da expansão desordenada de fontes intermitentes, subsídios distorcivos e ausência de precificação adequada da potência. O autor argumenta que o setor, antes referência em planejamento e eficiência, tornou-se disfuncional, marcado por decisões politizadas, regulação fragilizada e custos crescentes ao consumidor. Frischtak defende que a única saída é precificar corretamente todas as fontes de energia com base no custo real por megawatt-hora firme, sem exceções ou privilégios, incluindo os custos de estabilidade do sistema, como baterias. Ele critica especialmente os incentivos à geração distribuída solar, que desorganizam o despacho e oneram outras fontes, e alerta que continuar com políticas energéticas desconectadas da realidade técnica e econômica levará o país a apagões e insegurança energética. (GESEL-IE-UFRJ – 01.10.2025)
7.4 Artigo de Wagner Ferreira: "MPs 1300 e 1304: o impacto delas no setor elétrico"
Em artigo publicado pela Agência Eixos, Wagner Ferreira (sócio do Caputo, Bastos e Serra Advogados) trata da Medida Provisória 1300, aprovada em setembro de 2025, que concede isenção total da conta de luz a famílias de baixa renda do CadÚnico com consumo de até 80 kWh e, a partir de 2026, amplia o benefício a famílias com renda entre meio e um salário mínimo e consumo de até 120 kWh, isentando-as da CDE. A medida prevê ainda descontos tarifários de R$ 6 bilhões para Norte e Nordeste e a redistribuição dos custos das usinas Angra I e II, antes restritos ao mercado cativo. Embora traga alívio imediato e corrija distorções históricas, a MP transfere pontos estruturais para a MP 1304, que será decisiva para a modernização do setor elétrico. Ferreira alerta que, sem avanços regulatórios, o sistema corre risco de colapso diante da crescente participação das renováveis, e que a 1304 pode representar um marco essencial para a segurança e sustentabilidade energética do país. (GESEL-IE-UFRJ – 02.10.2025)
7.5 Artigo de Fernando Caneppele: "Hidrogênio Verde na Indústria Brasileira: Desvendando o Business Case Real e Estratégias de Implementação Setoriais para Além do Hype"
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Fernando Caneppele, professor da USP, aborda como o hidrogênio verde representa uma oportunidade para a indústria brasileira. Segundo o autor, “empresas e investidores precisam focar em análises de viabilidade rigorosas e customizadas para cada setor, identificando os nichos onde o business case fecha primeiro. A superação dos desafios de modelagem financeira, integração tecnológica, desenvolvimento de infraestrutura e navegação regulatória exigirá um investimento crucial em capacitação técnica e conhecimento especializado. Somente com planejamento estratégico e uma visão pragmática será possível transformar o imenso potencial do Brasil em projetos concretos, lucrativos e sustentáveis, consolidando sua liderança na nova economia de baixo carbono.” (GESEL-IE-UFRJ – 02.10.2025)
7.6 Artigo de Jerson Kelman: "Transformar patinho feio em cisne"
Em artigo publicado pela Folha de São Paulo, Jerson Kelman (ex-professor da Coppe-UFRJ) trata do potencial promissor da energia geotérmica como alternativa viável e constante para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, destacando sua vantagem de estar disponível em qualquer ponto da crosta terrestre, diferentemente de fontes fósseis ou intermitentes como a solar e a eólica. Ele explica o funcionamento de sistemas geotérmicos profundos, que poderiam substituir termelétricas a carvão, e aponta o interesse crescente da indústria de óleo e gás nessa tecnologia, especialmente com a possível adoção do girotron, capaz de perfurar rochas a grandes profundidades com custo competitivo. Kelman conclui o texto mencionando a tentativa frustrada de conciliação no TCU sobre a contratação emergencial de energia envolvendo a Âmbar, que teria causado prejuízo bilionário ao país, reafirmando sua defesa do cancelamento do contrato por descumprimento do edital. (GESEL-IE-UFRJ – 03.10.2025)
7.7 Artigo de Florence Laloë: "O futuro das soluções baseadas na natureza nos mercados de carbono"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Florence Laloë (diretora sênior global de políticas climáticas da Conservação Internacional) trata da importância da reunião do Órgão Supervisor da COP, que acontece em outubro em Bonn, para definir regras do Artigo 6.4 do Acordo de Paris, alertando para o risco de exclusão das soluções baseadas na natureza, como florestas e manguezais, dos mercados internacionais de carbono. Segundo a autora, tal decisão representaria um retrocesso ambiental, social e econômico, afetando povos indígenas e comunidades locais, além de comprometer o financiamento climático essencial para a preservação de ecossistemas estratégicos, como a Amazônia. Laloë defende a adoção de alternativas viáveis já testadas em outros mercados, capazes de garantir integridade e segurança sem inviabilizar projetos, e aponta que o Brasil, como sede da COP30, tem papel decisivo para assegurar que a natureza esteja no centro do mecanismo de carbono, garantindo um legado positivo para o futuro climático global. (GESEL-IE-UFRJ – 03.10.2025)
7.8 Artigo de Fernanda Brozoski: "Produção de petróleo desafia a transição energética"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Fernanda Brozoski (pesquisadora do Ineep [Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis]) trata do avanço das grandes petroleiras no investimento em petróleo e gás, em detrimento das energias limpas, destacando que em 2024 os aportes em tecnologias de baixo carbono caíram 25% e devem recuar mais em 2025. Empresas como Equinor, BP, Chevron, ExxonMobil e Saudi Aramco ampliaram a fatia do Capex em exploração e produção, movimento que reflete a expectativa de manutenção do protagonismo dos combustíveis fósseis e as pressões geopolíticas recentes. Embora a Petrobras siga a mesma tendência, a autora ressalta que a estatal brasileira possui vantagens comparativas no potencial energético nacional, o que lhe permitiria adotar uma visão de longo prazo, alinhando rentabilidade e responsabilidade pública para impulsionar simultaneamente a transição energética e o desenvolvimento industrial do país. (GESEL-IE-UFRJ – 03.10.2025)
7.9 Artigo de Wagner Ferreira, Isabela Ramagem e Caio Caputo: “Setor de energia e M&A: Timing e forma são elementos estratégicos à sustentabilidade dos negócios”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Wagner Ferreira, Isabela Ramagem e Caio Caputo (Sócios do Caputo, Bastos e Serra Advogados) tratam da evolução das operações de fusão e aquisição (M&A) no Setor Elétrico Brasileiro (SEB). Os autores apontam que o processo de desverticalização do SEB, iniciado nos anos 1990, abriu caminho para a separação das atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, antes concentradas sob domínio estatal. Essa mudança criou condições para o crescimento das operações de M&A, que nos últimos anos transformaram o setor de energia no líder nacional em transações societárias. É pontuado que o segmento de geração foi o primeiro a impulsionar esse movimento, beneficiado tanto por políticas públicas quanto por mudanças regulatórias, como o fim do desconto no fio, que desencadeou uma corrida por novos projetos. Além disso, os efeitos do curtailment levaram agentes a vender ativos, intensificando o mercado de transações. Mais recentemente, a comercialização se tornou uma nova fronteira, com a MP nº 1.300/2025 expandindo o Ambiente de Contratação Livre (ACL) e introduzindo mecanismos de competição, atraindo interesse de bancos e grandes grupos. Nesse cenário, a realização de M&As exige mais que capital: demanda visão estratégica, leitura precisa das variáveis regulatórias e uso de modelos sofisticados, como joint ventures e parcerias, que permitem compartilhar riscos e acelerar ganhos. O artigo conclui que o dinamismo do setor reforça que a expansão vai além da busca por escala, representando também inovação, diversificação e reposicionamento estratégico, sendo a adaptação o verdadeiro diferencial competitivo para construir negócios sustentáveis e preparados para o futuro***.*** (GESEL-IE-UFRJ - 03.10.2025)
7.10 Entrevista com Shari Friedman: "Matriz limpa é diferencial competitivo que já começa a se refletir nas cadeias globais"
Em entrevista publicada pelo Valor Econômico, Naiara Bertão (jornalista do Valor Econômico) entrevista Shari Friedman, diretora de Clima e Sustentabilidade da Eurasia Group, que alerta para o erro estratégico de tratar a sustentabilidade como tema secundário em meio às tensões geopolíticas atuais. Friedman destaca que avanços regulatórios globais, como o CBAM e a legislação europeia contra o desmatamento, já estão transformando as dinâmicas de mercado, exigindo adaptação das empresas e criando oportunidades para países com vantagens naturais, como o Brasil. Segundo ela, o país tem potencial de liderança global em biocombustíveis, agricultura sustentável e finanças climáticas, especialmente se conseguir transformar seus ativos ambientais em políticas consistentes e atrativas ao capital privado. Às vésperas da COP30, que será sediada em Belém, Friedman acredita que o Brasil pode deixar um legado duradouro ao integrar desenvolvimento econômico com soluções climáticas práticas e inovadoras. (GESEL-IE-UFRJ – 30.09.2025)
7.11 Entrevista com Rafaela Guedes: "Descarbonização é compatível com crescimento do país"
Em entrevista publicada pelo Valor Econômico, Ricardo Balthazar (jornalista do Valor Econômico) entrevista Rafaela Guedes, economista do Cebri, que defende que é possível o Brasil cumprir suas metas de descarbonização sem comprometer o crescimento econômico ou a exploração de novas reservas de petróleo, desde que adote medidas compensatórias e políticas públicas eficazes. Segundo ela, mesmo diante da desaceleração global na agenda climática, causada por tensões geopolíticas e pelo afastamento dos EUA do Acordo de Paris, o Brasil mantém vantagens competitivas com sua matriz energética limpa e políticas em desenvolvimento para fomentar cadeias produtivas verdes. Guedes destaca a importância de marcos regulatórios, como o mercado de carbono, para acelerar a transição e atrair investimentos, mas ressalta que a descarbonização precisa ser acompanhada de políticas industriais que enfrentem desigualdades regionais. A seu ver, a COP30 será uma oportunidade para o Brasil demonstrar avanços concretos, apesar do cenário internacional adverso. (GESEL-IE-UFRJ – 30.09.2025)
7.12 Entrevista com Carlos Nobre: ‘Não estamos indo na direção de zerar emissões’
Em entrevista publicada pelo Valor Econômico, Marcos de Moura e Souza (jornalista do Valor Econômico) entrevista Carlos Nobre (membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Mundial de Ciências), renomado cientista brasileiro, que defende a necessidade urgente de eliminar o uso de combustíveis fósseis para conter o aquecimento global. Nobre rebate a visão de que petróleo e energias renováveis coexistirão por décadas, alertando que essa convivência nos levará a ultrapassar o limite de 2ºC de aumento da temperatura, o que pode acionar pontos irreversíveis de colapso ambiental, como a perda da Amazônia e o derretimento de geleiras. Segundo ele, já existem alternativas tecnológicas viáveis, como biocombustíveis e hidrogênio verde, que permitem a transição para um mundo livre de petróleo. Para alcançar um saldo líquido zero de emissões e limitar o aquecimento a 1ºC até 2100, será essencial também uma maciça restauração florestal. (GESEL-IE-UFRJ – 30.09.2025)
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Pesquisadores: Diogo Salles, Fabiano Lacombe e Rubens Rosental.
Assistentes de pesquisa: Sérgio Silva.
As notícias divulgadas no IECC não refletem necessariamente os pontos da UFRJ. As informações que apresentam como fonte UFRJ são de responsabilidade da equipe de pesquisa vinculada ao GESEL do Instituto de Economia da UFRJ.
Para contato: iecc@gesel.ie.ufrj.br